sexta-feira, março 09, 2012

Ser Livre



Numa destas tardes estive à conversa com um amigo, militante comunista por ideário e convicção, solidário com os seus camaradas até à exaustão (mesmo para com os que não merecem...).


À medida que íamos trocando impressões sobre isto e aquilo, as nossas diferenças acentuavam-se com maior nitidez. Falávamos de factos concretos e eu dizia mal disto e daquilo, sem me preocupar com os "actores", mesmo simpatizando com deles. Ele não. Havia uma barreira de solidariedade, que o impedia de criticar a acção dos camaradas.


Percebi mais uma vez, porque razão sou mais livre que ele e que tantos outros companheiros. Não sou "prisioneiro" de nenhum credo, político ou religioso.


Lembrei-me do meu pai (são da mesma geração...) com orgulho, por ele ter conseguido ser tão livre (continuo a achar que foi a pessoa mais livre que conheci, com tudo o que isso também implica de egoísmo e individualismo), sem se deixar condicionar por quase nada, para além da sua consciência.


Não sou tão libertário como ele era, mas acredito cada vez mais que não temos de impor nada aos outros, sempre que possível, devemos deixá-los percorrer livremente o seu caminho...


O óleo é de Aldo Balding.

6 comentários:

  1. Uma certa forma de encarar a liberdade...
    Dava pano para mangas, este post. Podia ser numa esplanada à beira-rio (ou à beira da Lagoa)...

    Beijinho, Luís.

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  2. sim, sem dúvida, Maria.

    e porque não essa conversa, com a cumplicidade do mar ou do rio?

    seria muito útil, especialmente para mim, para beber da tua experiência de vida.

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  3. Caro Luís, posso estar enganada mas isso acontece mais com os comunistas que com os militantes de outros partidos. Eu sou militante do PS há anos e não me abstenho de maldizer seja quem for pelos seus atos (e faço-o muitas vezes!) ou de não votar nos seus candidatos se assim achar. Sinto-me absolutamente desligada, se for preciso.

    Beijo

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  4. sim, Graça, eles lavam tudo mais a sério.

    inclusive a solidariedade.

    compreendo-os em alguns aspectos, especialmente os que têm uma história de resistência antes de Abril.

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  5. um estado de ser e de pensar difícil de alcançar... abraço*

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  6. sim, muito difícil, Alice.

    há sempre alguém por aí a querer ser dono de outro alguém. :)

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