sábado, junho 30, 2018

Um Outro "Cine Futebol Clube"...


Através de Miguel  Carvalho e da "Visão", tomei conhecimento da realização na cidade do Porto da terceira edição do "Cine Futebol Clube" (ontem e hoje).

O Miguel explica-nos que este é: «Um festival de estádio cheio onde o jogo é apenas o pretexto para ler as máscaras feridas, laços e imaginários que atravessam o planeta.»

Escolhemos as palavras que escreveu sobre Bagdah Messi, que foi filmado em cenário de guerra por Sahim Omar Kalifa. Filme que já venceu 12 prémios internacionais e foi seleccionado para os Óscares (é exibido hoje à noite no "Hard Club"):

«No Iraque devastado, o pequeno Hamoudi tem apenas uma perna, mas dois sonhos, jogar futebol e conseguir ver, pela televisão, a final da Liga dos Campeões entre o Barcelona de Messi e o Mancester United de Cristiano Ronaldo.»

(Fotografia de autor desconhecido do pequeno Hamoudi, que por razões óbvias deve ter sido "empurrado" para a baliza - retirada da "Visão")

sexta-feira, junho 29, 2018

Ginjal, um Fascínio Especial...


O Ginjal é o local que mais tenho fotografado nos últimos anos.

Isso deve-se ao facto de ser o lugar de Almada por onde mais passeio a pé, normalmente ao fim da tarde.

Normalmente ando com uma pequena máquina fotográfica e aqui e ali, vou substituindo o meu olhar pelo visor, retratando as pessoas que passam (de lado ou detrás... para puderem ser qualquer pessoa), o rio com e sem barcas, e claro, as paredes, que mudam de "pinturas de guerra" com alguma regularidade.

No meio de tantos "bonecos" há sempre alguns que parecem mais especiais que outros, como aconteceu com estas três fotografias, com que participo na exposição, "Almada em Festa", que está patente na sede da SCALA...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, junho 28, 2018

Este Mundo dos "Vencedores"...


Todos sabemos, por experiência própria, que esta coisa de viver, tem muito que se lhe diga...

Uma das coisas que mais me incomoda é este mundo ser cada vez mais dos "vencedores". Quase toda a gente está com o olhar preso às "passadeiras vermelhas", esquecidos das "ruas detrás" e dos "bancos de jardim", transformados em "quartos de hotel" por esse mundo fora...

Há demasiados exemplos de vidas que nos fazem pensar duas vezes, especialmente quando caminhamos de derrota em derrota, sem percebermos muito bem o que se está a passar à nossa volta.

Normalmente os pesadelos começam com o desemprego... se não o conseguirmos "fintar" logo no início, podemos perder coisas, que não nos passam pela cabeça.

O Rui em apenas um ano, perdeu o emprego, teve de vender a casa, o carro... E nem a família escapou, pois a mulher quis o divórcio e foi viver para a casa dos sogros com os filhos.

Os únicos que não lhe voltaram as costas foram os pais, que não só mantinham o seu quarto praticamente igual ao dos seus tempos de solteiro, como lhe deram toda a força, para começar de novo, uma outra vida...

De repente viu praticamente todos os amigos a desaparecerem. Os que pensava que o poderiam ajudar deixaram de lhe atender o telemóvel. Sentiu na pele que a realidade de um desempregado, sempre era o tal "filme de terror", capaz de destruir tantas vidas, que ouvia falar por aí...

A partir de certa altura, o que ele queria era trabalhar. Foi por isso que aceitou um emprego mal pago, onde não eram necessárias grandes qualificações. Felizmente para ele, houve um problema a nível informático na oficina e alguém disse que ele percebia daquilo e podia ajudar. Não só ajudou como resolveu o problema.

E foi assim que "saiu do inferno"... conseguindo um trabalho compatível com os seus conhecimentos e mais bem pago.

Lembrei-me dele, porque uma das palavras que menos gosta de ouvir é: "solidariedade".  E continua a não compreender que raio de sociedade é esta, onde vivemos, que quando mais precisamos de ajuda, é quando mais nos fecham a "porta na cara"...

(Fotografia de Luís Eme)


quarta-feira, junho 27, 2018

Gente do Nosso Dia a Dia...


O vai e vem do cacilheiro é sempre prometedor para as vendedeiras que se colocam por ali, bem na frente, da gente apressada que sai da barca e quer chegar a casa...

Elas têm sempre fruta da época, do Outono ao Verão. 

Há também uma senhora que vende roupa (talvez tenha sorte, pelo menos nos dias ventosos, com turistas mais distraídos...).

De vez enquanto também aparece por ali um vendedor de queijos e enchidos.

A vida é isto.  Fazer um ou outro malabarismo, para ver se se soltam umas moedas dos bolsos dos viageiros, de pequeno ou médio curso...

Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, junho 26, 2018

Um Livro à Beira Tejo...


Mesmo fechado, gostei de ver hoje pela manhã um livro à beira Tejo.

Provavelmente estava a descansar, por momentos, tal como a dona...

Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, junho 25, 2018

O Limite das Vinte Linhas...


Cada vez tenho menos dúvidas de que há menos leitores para as histórias grandes. Um dos melhores indicadores desta realidade são os transportes públicos onde se consegue ler (comboios, metro, barcos...), sem transtornos de maior.

De uma forma progressiva os livros e os jornais foram sendo substituídos pelos telemóveis. A imagem foi ganhando às letras (sim, olham-se mais as imagens e os vídeos e lêem-se menos textos - dá-se preferência às legendas).

Já nem o José Rodrigues dos Santos "reina", ele que era o preferido do público feminino que viajava de cacilheiro. Algo que se compreende, porque até ele é apenas mais um dos "comandantes" que estão a perder esta "batalha", onde as palavras bonitas começam a não ser "argumento"...

Olha onde é que eu já vou... começo a escrever e nunca mais páro. Apenas queria dizer que há já algum tempo que fui aconselhado a não escrever textos superiores a vinte linhas, com o argumento que "muitas palavras" num só texto, afastam os visitantes dos blogues.

E realmente, já devia ter pensado que a palavra "visualização" não é sinónimo de "leitura" (pensava que tinha ultrapassado mais uma vez as vinte linhas, mas desta vez isso não aconteceu...).

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, junho 23, 2018

O 23 de Junho em Almada


Hoje é um dia especial em Almada, em que se começa a festejar o nosso santo, o São João.

Além do tradicional desfile das Marchas Populares lá mais para a noite, é também dia de festa na Casa da Cerca (comemora o seu 25º aniversário), que é muito mais um o Centro de Arte Contemporânea de Almada, é um dos melhores miradouros de Almada, e não só apenas para Lisboa e para o Tejo, como se pode comprovar com esta foto...

Sem esquecer alguns bailaricos, aqui e ali, para manter a tradição...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, junho 22, 2018

O Nosso País Continua a não Ser para Todos...


Ontem estive com o Gui. Confessou-me que vai regressar a São Paulo, em Agosto, desiludido por o nosso país continuar a ser uma farsa... 

Contou-me meia-dúzia de episódios "proibidos", sobre o que algumas pessoas fazem para conseguir ganhar concursos, mesmo os de tostões. 

Nada que me surpreendesse por aí além. Há muito que a dignidade humana anda por baixo...

Meio a brincar meio a sério disse: «Tenho inveja dos tipos que nascem e morrem no mesmo sitio. Sei que não precisam de muito para serem felizes, é por isso que tirando algumas preces relativas à família e à saúde, não pedem quase nada à vida. Aceitam o que ela lhes dá, mesmo que sejam apenas migalhas...»

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, junho 21, 2018

Ainda bem que Estamos Sempre a Aprender...


Um acontecimento dos últimos dias fez com que pensasse pela primeira vez em algo, que nunca me tinha passado pela cabeça: a apropriação de algo que "não nos pertence", quando escrevemos sobre os familiares de alguém.

E pensar que já fiz largas dezenas de ensaios biográficos (uns publicados em livros, outros em revistas ou boletins), sem nunca me preocupar com o que pensavam os seus familiares.

Claro que estou a falar de "retratos positivos", sobre gente que mereceu ver enaltecido o seu trabalho em várias áreas. Alguns familiares agradecem-me pelo trabalho realizado, emocionados, pela minha tentativa de derrubar o "esquecimento", outros permanecem em silêncio. Mas nunca recebi qualquer crítica negativa. Recebo sim algumas chamadas de atenção por pequenas incorrecções, que registo, ciente de que a verdade na história é algo que está sempre em constante mudança...

Ainda bem que estamos sempre a aprender...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, junho 20, 2018

Os Tempos de "São Ronaldo"...


Até agora, ver a nossa Selecção jogar no Mundial, afecta o sistema nervoso de qualquer português.

Há vários jogadores abaixo do que valem (Raphael Guerreiro, José Fonte, William Carvalho, João Moutinho, Bernardo Silva, Gonçalo Guedes... ou seja, mais de meia-equipa), o que acaba por comprometer a resposta ao jogo, que continua a ser, sobretudo, colectivo.

E depois isto acaba por ser contagiante... Quase toda a equipa perdeu demasiadas vezes a bola, com muitos passes falhados, alguns dos quais na direcção dos adversários, e em zonas proibidas.

A nossa sorte tem sido Rui Patrício, Cédric, Pepe (que mesmo sem estar no seu melhor, é imprescindível...)  e Cristiano Ronaldo, mais uma vez o "Salvador da Pátria".

Se se mantiver a teimosia do nosso treinador, sempre muito conservador (incapaz de alterar o onze base, mesmo quando tem um Mário Rui, um Adrien, um Manuel Fernandes, um Ruben Dias, um Quaresma ou um André Silva no banco...), desta vez ficaremos pelos oitavos de final...

(Fotografia retirada do "site A Bola")

segunda-feira, junho 18, 2018

O Uso e Abuso dos Pobres Desgraçados...


Enquanto subia a avenida, depois de assistir a um momento degradante, pelo menos para mim, pensei no  Luiz Pacheco, um escritor e editor, que em nome do "neo-abjeccionismo" (o que quer que isso seja...), fez coisas impensáveis para um ser humano, privando todos os que com ele viviam, de uma vida próxima do normal...

Pensei nele sem conseguir explicar muito bem porquê. Ele não seria o "espelho" do vagabundo alcoolizado que dançava e dizia ordinarices, junto a um bando de comerciantes, que ria a bom rir, - assim como todos os que estavam sentados na esplanada, a assistir ao "espectáculo de borla" - por terem contratado um "palhacito" apenas a  troco de uma imperial e de uns tremoços...

Continuei a minha caminhada, sem conseguir achar piada ao uso que faziam daquele pobre diabo... Mas talvez o problema fosse meu...

(Desenho de François G. Menageot)

domingo, junho 17, 2018

Café, Imperiais e Roupa Leve...


Diz-se que falamos do tempo quando temos pouco ou nada para dizer...

É um pouco assim, desde pequenote que me lembro de ouvir dizer, em jeito de laracha, que se amanhã não chover, vai estar um rico dia.

E hoje já esteve um dia daqueles, com perfume marroquino, acompanhado de calções, blusas decotadas, sandálias e chinelos.

E enquanto bebia café (um pouco tardio, já almocei a "horas de artista"...) reparei na quantidade de mulheres, dos trinta aos setenta, que bebiam imperiais na esplanada.

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, junho 15, 2018

O Jogo e o Espectáculo...


O futebol tem dentro de si muitas coisas curiosas. Uma delas é a forma como cada um de nós o olha e vive. 

Ainda há quem consiga olhar para o jogo como uma modalidade desportiva, quem goste do jogo pelo jogo, ao mesmo tempo que se se espanta com a criatividade e o talento dos jogadores, que por alguns momentos se aproxima do que chamamos "arte"... Claro que começam a ser uma raridade.

A maior parte das pessoas olha para o futebol como um espectáculo, cuja beleza plástica não se resume ao que se passa dentro do relvado, mas sim a tudo o que o rodeia, quase sempre influenciados pelas "máquinas publicitárias" e por essa doença moderna que se chama "clubite aguda". É por isso que uma boa parte dos espectadores não vão ao futebol à procura de um jogo bem disputado, vão sim ver os seus clubes preferidos ganhar, sem se preocuparem muito se foram os melhores. Só a vitória conta. É como se o espectáculo de futebol fosse, aparentemente, um espaço só para "vencedores"...

É por estas "diferenças de olhar", que há quem prefira ver o jogo no sossego do lar e quem se equipe a rigor para visitar os estádios ou os espaços públicos, com ecrãs gigantes, transformados em "cine-estádios" (como agora com o Mundial...), onde entre outras coisas, se partilham emoções...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, junho 14, 2018

Esta Vida de Cão...


Ontem fui perseguido de uma forma ligeira por um cão, aparentemente vadio. Andou atrás, ao meu lado, à minha frente, uns bons mil metros.

Olhava-me como não quer a coisa, mas ia mantendo a distância, sem abrir a boca e sem me perder de vista.

Reparei nas cicatrizes no focinho e no lombo, feitas por gente como nós. Pensei que, nem mesmo assim, ele deixava de acreditar nos "humanos"...

Talvez fosse o cão que morou durante algum tempo no quintal paralelo ao da minha sogra, que várias vezes recebeu das minhas mãos alguns ossos, para "enganar" a aparente falta de alimentação. Mas se era, estava muito mais velho, marcado e feio...

Desta vez, como precisava de comprar pão, acabei por lhe trazer uma lata de um "paté" especial para caninos. Mas quando saí da loja já ele já se tinha feito à estrada. Tive de o perseguir. Quando me viu ficou na defensiva. Como todos nós, sente-se mais confortável a seguir que a ser perseguido...

Dei-lhe quase um grito, ele lá parou e ficou a olhar-me, na dúvida, a alguma distância. Abri a lata, mostrei-lha e coloquei-a rente aos contentores e virei costas...

Assim que me viu a ir à minha vida, quase que correu, para ver a surpresa que o esperava...

A caminho de casa, lá fui pensando nos muitos "amigos" de animais que andam por aí, que além de os abandonarem à sua sorte, gostam de os tratar como "sacos de pancada"...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, junho 13, 2018

A Capacidade de Dizer Muito com Poucas Palavras...


Sempre gostei da capacidade de síntese dos poetas, de como são capazes de dizer tanto, utilizando poucas palavras.

Uma das nossas poetizas mais brilhantes, Sophia de Melo Breyner Andresen, tem poemas curtos, únicos, mesmo que  ela não pensasse na "poupança" que fazia das palavras, enquanto desenhava os poemas na sua cabeça...

Eu sei que há quem não concorde com este meu gosto. Ainda há pouco tempo tive de esgrimir argumentos com um quase "erudito das palavras bonitas", sem que chegássemos a qualquer conclusão. 

O que mais retive foi a importância que ele dava à "repetição", como se os poemas se resumissem a canções e precisassem de "reforços" para ficar a cirandar junto dos ouvidos das pessoas...

Felizmente os gostos podem-se discutir (ao contrário do que se diz por aí), mas não é por isso que mudam...

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, junho 12, 2018

«Não estejas à espera de ética no amor»


Há homens que fingem perceber mais de amor que o resto da "matilha", por terem aberto e fechado muitas portas a mulheres.

Era por isso que aquele "belo exemplar" insistia para com o Pedro: «Não estejas à espera de ética no amor, já tens idade suficiente para não ser passarinho». Com o seu ar experimentado acrescentou: «resume-se tudo ao desejo e à paixão, e quanto mais acesa melhor.»

Eu sabia que o amor era como tudo na vida. A falta de ética, ou não, resumia-se apenas ao carácter de cada um de nós, mas preferi ficar em silêncio...

Mas a Cristina, cansada das entradas do "galã sem ética", trouxe para a mesa uma sua investida frustrada, com mais de vinte anos, quando ainda namorava o companheiro e ele tentou pôr-se no meio, pintando a manta do "amigo" da pior maneira possível.

E a sorrir continuou, dizendo que o amor era demasiado cego para pensar em coisas como a ética. E contou que à medida que ele escurecia o esboço do agora marido, ela descobria-lhe novos encantos, borrifando-se para a sua "música de serrote"...

Acabámos todos a sorrir, por descobrirmos que a "crista de galo" estava a desaparecer e também por percebermos que um bocadinho de "falta de ética" (as mulheres são melhores que nós a descobrir "carecas"...) nas conversas pode dar cabo de "muitas certezas"...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, junho 11, 2018

«Sei que escreve coisas...»


«Sei que escreve coisas...» 

Ela com esta frase curta sintetizou da melhor maneira a minha carreira literária.

Foi fazendo perguntas que eu respondia economizando as palavras, porque era um daqueles dias mais para pensar que para falar...

E se me fez pensar. Talvez  estivesse tudo errado... 

E claro que era vaidoso, por muito que me fingisse um simplório. 

Se fosse mesmo esse gajo simples que gosto de fingir que sou, limitava-se a escrever coisas em cadernos pretos ou sebentas, sem pensar nos outros. 

Cadernos que poderiam dar jeito para acender a lareira no Inverno, quando nos escasseiam os jornais na casa da Beira...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, junho 10, 2018

Portugal, Futebol e Telenovelas...


Hoje Dia de Portugal, com as Comunidades, o Camões e até a "Raça", a um pequeno passo, apetece-me escrever sobre o absurdo de toda esta "futebolização" televisiva, que consegue dar cabo da paciência a qualquer pessoa, por muito que goste de futebol.

Eu pergunto: será que os principais clubes (Benfica, Sporting e Porto) são assim tão importantes para a maioria dos portugueses, ao ponto de serem notícia em todos os canais televisivos noticiosos? Acredito que não. E vou mais longe, passávamos todos bem melhor sem termos de assistir, de "camarote", a todas estas misérias alheias.

É por isso que não percebo todo este "tempo de antena", muito menos a atenção que se dá ao "ditador de Alvalade", que ofende diariamente a inteligência de qualquer pessoa com as suas intervenções, até por normalmente não responder às questões que lhe são colocadas. Só por este pequeno grande pormenor, os jornalistas deveriam virar-lhes costas e deixarem-no a falar sozinho. Se gosta de discursar horas e horas para as câmaras (à boa maneira "fedeliana"), tem a televisão do seu clube, aliás, a única que recomendou aos sportinguistas...

Quem esteja de fora, deve pensar que anda tudo maluco. E deve questionar-se: como é possível perderem-se tantas horas, com insignificâncias, que não contribuem com nada de positivo, para o nosso país? Até porque há muito que  estes acontecimentos deixaram de ser tratados como notícias. São sim, meros "folhetins de telenovelas"...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, junho 09, 2018

As Minhas Visitas à Feira do Livro...


Este ano fui duas vezes à Feira do Livro, e como de costume, trouxe mais livros do que tinha planeado, inicialmente.

Da primeira vez fui lá quase de propósito à procura do livro de fotografias de Paulo Nozolino o segundo número da colecção Ph (publicado pela Imprensa Nacional).

Na segunda vez fui em busca da poesia de Rosa Alice Branco e da Cláudia R. Sampaio. E lá vieram outras coisas, por acréscimo (aquelas coisas que chamamos "pechinchas" e acreditamos ler um dia destes...).

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, junho 08, 2018

Coisas Perigosas (Quase Escondidas)...


Esta fotografia é apenas um exemplo das coisas dramáticas e perigosas, que quase não se vêem, porque estão ligeiramente distantes do "mundo", mas que existem "aos pontapés" neste nosso Portugal, de Norte a Sul.

Normalmente não são lugares de passagem. E por isso mesmo, não são assunto de conversa ou de crítica, não se fazem abaixo-assinados nem se faz "tremer o mundo" através do facebook...

Este cais completamente arruinado fica exactamente no Olho de Boi,  um quase "bairro" de antigos operários de Almada, à beira Tejo, rente às antigas instalações da Companhia Portuguesa de Pesca.

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, junho 06, 2018

Gostar de Palavras como "Descobrimentos"...


Sempre gostei de história e de "estórias". Isso explica em grande parte que tenha escolhido este curso no mundo universitário e que também já tenha alguma obra publicada, neste campo aberto, povoado de documentos e memórias.

Tenho acompanhado com alguma leveza a discussão em torno do "Museu dos Descobrimentos" (palavra que faz cócegas a muitos "puristas"...), que outros preferem que seja das Descobertas, da Expansão ou ainda da História de Portugal.

Mesmo sabendo que a história que nos ensinaram na escola até ao secundário estava muito ficcionada (alguns resquícios do Estado Novo ainda se mantiveram presentes algum tempo depois de Abril...), não nos devemos envergonhar do que fizemos há quinhentos anos, até porque o que ficou para o Mundo é bem mais importante que outros legados, que não nos deixam nada orgulhosos, como povo.

É por isso que gosto da palavra "Descobrimentos", pelo seu peso histórico e social. Nunca achei, nem acho, que seja necessário arranjar-lhe sinónimos (como "Achamento" ou outra coisa qualquer...), para agradar aos outros ou por Salazar ter usado e abusado tanto deste nosso passado mais glorioso, quase sempre em nome de um "império caduco" e não pela importância universal que tivemos como navegadores e "descobridores"...

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, junho 05, 2018

A Meritocracia é uma "Treta"


Há muito boa gente que gosta de falar da meritocracia, como se esta fosse uma realidade do nosso país. Mas todos sabemos que nem precisamos de fazer muitas contas de cabeça, para recordarmos exemplos de que não passa de uma "treta", ou de um "tapa-olhos", para quem anda distraído.

Tanto no sector público como no sector privado da nossa sociedade, não faltam exemplos de gente que ascende a altos cargos, sem terem a qualidade que lhes deveria ser exigida. E muitas vezes utilizando os outros como "tranpolim"...

Claro que não estou a falar dos gestores, peritos em destruir empresas públicas, até porque podem ter sido escolhidos exactamente para esse fim...

Não deixa de ser curioso que o futebol (dá para tudo...)  também funcione como uma boa metáfora da "meritocracia". Digo isto porque uma das coisas mais curiosas que verifiquei neste defeso, foi o facto dos dois técnicos que desceram de divisão (Ivo Vieira no Estoril e João Henriques no Paços de Ferreira) já terem sido contratados por duas equipas da Primeira Liga (Moreirense e Santa Clara)...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, junho 04, 2018

Conversar Sobre a tal Vida que não Chega a Netos...


Eu limitava-me a escutá-la e a sentir o quanto era diferente das outras mulheres...

Estava preocupada porque se havia coisa que não queria, é que "a sua vida chegasse a netos". Nem sequer tinha educado os filhos para serem pais. Ia mais longe e dizia que os exemplos que ela e o pai deles deram, deviam ser suficientes para não serem patetas e não quererem mais infelizes neste mundo.

Eu mais uma vez estava ali, sem saber o que dizer. Até porque nunca tinha pensado verdadeiramente no assunto. Não me imaginava nem deixava de imaginar avô.

A única coisa que sabia é que neste país (que gostamos de chamar mundo...) estava quase tudo contra a "família", desde os governos dos ordenados precários e das rendas milionárias até às pessoas, que falavam cada vez mais com os dedos e com as imagens, que metiam dentro de mensagens, e menos olhos nos olhos (e como os olhos falam...). 

Gente que se estava a tornar quase escrava, de um tempo que nos parece estar a levar para a mais completa desumanização (sei que há a possibilidade de estar a perceber mal o filme...). 

O mais inquietante é que tudo isto está a ser feito de uma forma ligeira, mas bastante perversa...

Talvez ela tenha razão, e o vazio seja o futuro e estejamos a caminhar em direcção ao "nada"...

Mas a única conclusão que cheguei, é que não nos faz nada bem conversar com gente que já vive sem qualquer esperança, do mundo ou das pessoas...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, junho 03, 2018

O Descanso da Salete...


A "Salete" descansa no Olho de Boi, no cais da antiga Companhia Portuguesa de Pesca...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, junho 02, 2018

Distraídos do Óbvio...


Há sempre coisas óbvias que não reparamos, ou simplesmente, não ligamos...

Foi preciso ouvir aquelas duas mulheres quase jovens, indignadas, a contarem que era normal ver homens feios com mulheres bonitas, já o contrário, uma raridade...

Estava a beber café sozinho, na mesa atrás. Olhei-as com a discrição possível. Percebi que qualquer das duas estava longe de parar o trânsito. Mas tinham razão.

Talvez as coisas agora mudem, com os ventos de "Holywood" embora a publicidade não ajude muito e continue a usar e abusar da beleza feminina...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, junho 01, 2018

Um Cartaz Feliz...


Descobri este cartaz por acaso e gostei logo dele.

Não sei se é o mais indicado para um festival internacional de banda desenhada, em Beja, mas que é bastante sulista, é. Talvez até se aproxime do norte de África...

E se estiverem perto, passem pela Casa da Cultura e pelos lugares onde é possível festejar as histórias feitas com quadradinhos, com palavras dentro de balões...

O mais curioso, é que este desenho também tem algo de juvenil, quase quase a festejar o Dia Mundial da Criança.