domingo, setembro 30, 2018

Reflexões Leves neste Fim de Setembro Quente...


Já tínhamos percebido (mais para o mais que para o menos...), mas este ano ficámos sem qualquer dúvida que a estação de Verão precisa mesmo de ajustes. Se olharmos para as temperaturas de Maio a Setembro, contamos com cinco meses de roupas mais leves, banhos no mar e a possibilidade sempre agradável de olhar o mundo pelas esplanadas...

Quem fica a perder é a Primavera e o Outono (embora também floresça mais cedo e desde Agosto que se assiste à queda de folhas...).

Está tudo a mudar, e sem darmos por ela, estamos todos a ficar "apanhados do clima", como diz o Valdemar, cada vez melhor no seu inglês de praia, porque as "garles" de pele clara, andam por cá, quase de Janeiro a Janeiro...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, setembro 29, 2018

Alves Barbosa (1931 - 2018)


O nosso primeiro grande ciclista deixou-nos hoje.

Alves Barbosa venceu três vezes a Volta a Portugal (1951, 1956 e 1958) e conquistou a 10.ª posição na Volta a França em 1956.

Enquanto jornalista tive a honra de o entrevistar e também de conversar várias vezes com ele. 

Recordo com saudade a bonomia e a sabedoria, de uma das grandes figuras do desporto português do século XX.

(Fotografia de Luís Eme - Museu do Ciclismo das Caldas)

sexta-feira, setembro 28, 2018

A Ingenuidade não é Coisa dos Nossos Dias...


Raramente falo do facebook (bem ou mal). Quando me perguntam porque "não estou", desculpo-me com a falta de tempo e também com os blogues. E é verdade.

Claro que há mais qualquer coisa. Não me sinto confortável com toda a "familiaridade" e "amiguismo" que é inventada por conhecidos e desconhecidos.

O mais curioso é não sentir a sua falta. Apesar de todas as "suas qualidades", não vou lá. Nem mesmo espreitar, como quem não quer a coisa.

Na quarta-feira estive um pouco à conversa com duas amigas e acabámos por falar do comportamento humano e das provocações cada vez mais normais, difundidas diariamente nas "redes sociais", até mesmo de gente com rosto (a vergonha vai-se perdendo, com mais ou menos velocidade...).

Uma delas contou que por falar de mais (justificar-se com factos familiares pela sua ausência num lançamento de livro), foi quase apelidada de mentirosa, como se não se trabalhasse ao sábado neste país.

Claro que eu só lhe disse, que ela tinha falado de mais. Não tinha nada de contar o que os filhos faziam, muito menos se trabalhavam ao fim de semana. Ela disse que sim, fora demasiado ingénua.

Mas o mais certo é continuar a "falar de mais", porque o facebook também é isso...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, setembro 27, 2018

«Acho que se lê-se mais do que parece.»


Quando a Rita nos espantou com uma quase nova teoria, de que se lê mais do que parece, sorrimos, com vontade de lhe chamar mentirosa.

Tudo isto porque os últimos "casos de polícia" (armas de Tancos e assassínio do triatleta), em vias de resolução, saltitaram para a nossa mesa.

Eu disse-lhes que o problema era mais dos filmes que dos livros. 

O Carlos foi ainda mais longe, é disse que, se era para culpar alguém, culpavam-se os criativos americanos, que inventavam tanta série policial, quase todas bem feitas, que inundavam os canais de filmes do cabo.

Lá ficou a Rita desconsolada, porque sim, esta gente era capaz de se deixar influenciar mais pelas séries americanas que por um bom livro negro ou de aventuras...

quarta-feira, setembro 26, 2018

A Tentativa de Despromover os Melhores do Mundo por "Decreto"...


Parece que o mundo tem girado mais depressa nos últimos dias. Mas não, só sou eu que tenho tido menos tempo para passar por aqui, embora não me faltem motivos para escrever.

Um dos temas do sobre os quais me apeteceu escrever foi esta coisa dos prémios dos melhores da Europa e do Mundo do futebol.

O primeiro a ser excluído dos melhores foi Messi (este ano nem sequer fez parte dos três melhores do mundo...). Cristiano Ronaldo não foi excluído, mas ficou em segundo em ambos os prémios (o primeiro dos derrotadoa...), atrás de Modric.

Não vou sequer falar de justiça ou injustiça, mas parece-me ser claro, pelo menos para todos aqueles que acompanham o futebol, que Ronaldo e Messi ainda continuam a estar num patamar superior em relação a outros potenciais "melhores do mundo" (que penso que nunca atingirão o nível destes dois...).

E não serão a UEFA ou a FIFA (embora pensem que sim), a "decretar" o fim do seu reinado como "melhores do mundo". Poderão sim, continuar a exclui-los dos prémios de melhores da Europa e do Mundo, talvez por acharem que eles já têm muitas "bolas" lá por casa...

(Fotografia de Autor Desconhecido)

segunda-feira, setembro 24, 2018

A (não) Leitura de Jornais...


Não sei se existe alguma fórmula certa, muito menos se há "salvação", para o jornalismo, pelo menos no sentido clássico em que o conhecemos, com a notícia a ser mais importante que o sujeito...

Há quem compre e leia jornais, quase por teimosia e vício (pertenço ao grupo...). Mesmo que saiba que já não o consegue ler da primeira à última página, ou da última para a primeira.

Não sei se culpe a "internet", o "jornalismo", ou os "tempos de hoje", sei apenas que estamos a perder concentração, paciência e interesse pelo que acontece por cá e no mundo...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, setembro 23, 2018

Sexo Coloca Serralves em Alta


O Museu de Serralves está em alta graças à exposição de  Robert Mapplethorpe,  um fotógrafo inglês, excêntrico, que podemos considerar produto do movimento "hippie" e das tendências artísticas que se lhe seguiram, em que a diferença, o choque e a polémica, passaram a ser mais importantes que a chamada "beleza artística".

Muitas das suas fotografias são autobiográficas e exploram a sua vivência homossexual (fotografou amantes, focando os seus órgãos sexuais e também publicitou cenas de sadomasoquismo e bondage). Se hoje continua a não ser um autor consensual, imaginem na época... Sim, ainda  quem fale de pornografia, quando olha para os seus retratos, embora isso seja nitidamente outra coisa.

Mas vamos lá regressar ao Museu de Serralves e às 159 fotografias de Mapplethorpe...

Quando se soube que tinha sido colocada uma área restrita (com acesso apenas a maiores de 18 anos, com as tais as imagens com órgãos sexuais e de sadomasoquismo), houve logo um coro de indignados a falar de uma "decisão censória" da instituição, inclusive o anterior director artístico de Serralves (eu diria que não havia necessidade)...


Talvez tenha sido por isso que o primeiro a "abandonar o barco" foi o actual director artístico, João Ribas (demissão ainda cheia de "nuvens", embora ele tenha sido o principal alvo de todas as críticas...). 

O Conselho de Administração da Fundação de Serralves (onde também "mora" Pacheco Pereira, um dos nossos "paladinos da liberdade") divulgou um comunicado, em que diz praticamente nada, embora tente "lavar as mãos" e dizer que tudo o que aconteceu estava previsto, não proibiu, nem mandou retirar nada, as 159 fotografias foram todas escolhidas por João Ribas, que também é o curador da exposição.

Claro que nos próximos dias deverão surgir mais explicações, de parte a parte. A não ser que Ribas opte pelo silêncio e acabe por ser "réu e vítima" de todo este processo.

O título que coloquei nesta posta, além de ser provocatório, não deixa de ser verdade. A polémica e o objecto desta exposição - especialmente as duas salas onde o acesso é restrito a maiores de 18 anos -, vão levar muita gente curiosa a Serralves, e ainda bem. Vão ficar agradadas com o Museu, com os jardins e por que não, com a exposição, com e sem sexo?

(Fotografia de Robert Mapplethorpe - Patti Smith, sua companheira e musa inspiradora)

sábado, setembro 22, 2018

A Má Política e o Mau Jornalismo de Mão Dada...


Os partidos de direita e algum jornalismo pouco livre e tendencioso ("Expresso", "Correio da Manhã", "Observador", "Sábado"...), acharam por bem fazer da substituição de Joana Marques Vidal, como Procuradora Geral da República, um caso político. Até foram capazes de utilizar palavras como "saneamento" e "perseguição", em algo que até aqui tem sido consensual: a autonomia do Ministério Público e a separação de poderes com que se rege a nossa Constituição, só terão a ganhar com um mandato único de seis anos do procurador ou procuradora geral da República.

A pressão exercida sobre o Governo, o Presidente da República e a própria Joana Marques Vidal, só iria fazer com que a desejada renovação do cargo deixasse a Procuradora refém de uma direita - cada vez menos séria e mais trauliteira  - e de um jornalismo, cada vez menos pluralista.

Mas o mais grave é a forma como acabam por tentar comprometer a própria justiça portuguesa, pois com esta tentativa de transformarem Joana Marques Vidal numa "heroína insubstituível", tentam oferecer a imagem de que não existe  no nosso país "mais ninguém" capaz de exercer este cargo com independência e isenção.

E nem vale a pena falar da "pressão" que tem sido exercida há meses sobre o futuro Procurador Geral da República, antes de ele, ou ela, serem escolhidos...

sexta-feira, setembro 21, 2018

O Excelente "Big Mal & Companhia" do Gonçalo


Acabei de ler o ensaio, "Big Mal & Companhia", da autoria de Gonçalo Pereira Rosa, que recomendo a todos os leitores, especialmente aos largos milhares que gostam de livros e de futebol.

Os mais entendidos sobre o "Desporto-Rei", facilmente percebem que este título se inspira na época de 1981-82, em que o Sporting beneficiou da acção verdadeiramente revolucionária que Malcolm Allison  imprimiu no clube.  Acção relatada pelo Gonçalo com grande rigor e entusiasmo (ficamos colados às suas palavras da primeira à última página...).

Um dos principais atractivos deste livro é contar com o testemunho dos então pupilos do "Big Mal", que muitos anos depois reviveram e contaram, com emoção, muitas das histórias deliciosas que partilharam em Alvalade. É notório o seu orgulho por terem tido o prazer de serem treinados por um técnico diferente, que gostava de dar liberdade aos seus jogadores, para também lhes exigir responsabilidade, dentro e fora do campo. Esta nova filosofia acabará por colher bons frutos, tanto no campo desportivo como social. Além de terem conquistado o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e a Supertaça, nessa época inesquecível, todos recordam com alegria, a amizade, a camaradagem e o convívio que existia no plantel, dentro e fora do balneário.

Também é feita justiça a João Rocha, presidente do Clube na época, que além de ter sido o principal "arquitecto" desta equipa, é um dos grandes dirigentes da história do Sporting.

Um dos melhores elogios que posso fazer a esta obra, é que li ,as suas mais de trezentas páginas, em apenas três dias. 

Embora goste bastante de ler ficção, não posso deixar de salientar que este ano tive o grato prazer de ler dois excelentes ensaios escritos por dois jornalistas portugueses. Refiro-me a este excelente Big Mal & Companhia do Gonçalo Pereira Rosa e também ao melhor retrato  que li do inesquecível "Verão Quente", Quando Portugal Ardeu de Miguel Carvalho.

quinta-feira, setembro 20, 2018

Uma Mulher Só...


Hoje nas notícias televisivas da hora de almoço vi a reportagem sobre a Empresa Corticeira de Santa Maria da Feira, que foi obrigada a reintegrar uma operária que despedira.

Já conhecia o caso através dos jornais e sabia que a senhora tinha como nova função carregar paletes de madeira, de um lugar para o outro, provavelmente com o objectivo de a reduzir a "um farrapo humano" e conseguirem que ela acabe por ir embora, pelos seus próprios pés. 

Mas esta "mulher-coragem" não é de desistir às primeiras, parece ser um "osso duro de roer" (e ainda bem)...

Infelizmente esta prática é mais comum do que parece no nosso mundo laboral.

Mas o melhor da reportagem estava guardado para o fim, com o "espectáculo" dado pelos seus colegas de trabalho, 30,  através do testemunho de uma operária e de um operário: além de a culparem por tudo o que estava a acontecer, afirmaram que os trabalhadores da fábrica estão todos do lado do patrão...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, setembro 19, 2018

No Negócio do Futebol Tudo é Possível...


Daqui a alguns minutos vai acontecer algo inédito, o jogo entre o Benfica e o Bayern de Munique no Estádio da Luz, não será transmitido em nenhum canal (generalista ou por cabo), porque é possível a qualquer um de nós (desde que tenha uns milhões no bolso...) comprar o pacote de jogos da Liga dos Campeões...

Nem sei o que diga... 

Aliás, até sei. Sou obrigado a falar deste "capitalismo" que destrói tudo à sua volta, e claro, da "ganância humana", deste hábito de querer muito dinheiro, a qualquer preço, e o mais rapidamente possível.

Sei que por este caminho, um ano destes, vamos acabar até por ter de "pagar" o Sol, pelo menos aquele que surge de mãos dadas com o Oceano Atlântico.

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, setembro 18, 2018

A Perda de Identidade...


Quando mudamos de país, é natural que com o passar do tempo, acabemos por ficar "aculturados". Só se vivermos num "guetto" é que conseguiremos resistir ao "novo mundo" que nos rodeia.

Esta evidência transporta aspectos positivos e negativos, como quase tudo na vida.

Falámos disto enquanto bebíamos café, porque um rapaz de cor escura, na mesa ao lado, vestido de fato completo e gravata, era completamente ocidental.

Quase ao jeito de anedota, o Carlos disse que já não havia pretos como antigamente, vestidos com roupas garridas e sem nunca prescindirem da companhia de uma máquina fotográfica ao peito, rádio numa mão e bicicleta noutra.

Sorrimos todos.

Foi então que a Rita disse que uma boa parte dos africanos deveria continuar a gostar destas coisas, mas como o olhar dos outros é muitas vezes castrante e olham-se ao espelho antes de sair de casa...

Eu abanei a cabeça e disse que sim. Acredito que muitos dos que nasceram em África, tal como aqueles que se orgulham das suas origens, continuam a gostar das cores vivas, da música, que quase lhes corre no sangue, e até da magia da fotografia...

O rapaz  da mesa ao lado provavelmente nasceu por cá e foi educado como se fosse um de nós. Ou seja, apesar da tonalidade da pele, é um europeu... nem sei se neste caso possa falar de perda de identidade.

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, setembro 17, 2018

O País Real e o "País do Costa"...


Já todos percebemos que o "país do Costa" é quase uma pequena maravilha, onde tudo funciona bem e se vive muito melhor que nos tempos do "pesadelo da troyka".

O problema é quando enfrentamos o país real, depois da esquina, que é bem diferente da "terra do Costa". Por aqui tudo aumenta, menos os ordenados...

E se tivermos a "sorte" de viver próximo de um "centro de atracções para turistas", descobrimos ainda mais novidades: um país com restaurantes de ementas em inglês e com preços quase proibidos para os nativos (deve ser por isso que o português está a fugir dos preçários...); um país com mercearias orientais prontas para vender garrafas de água grandes a euro e meio, a quem não peça água em português; um país com esplanadas que vendem em pleno dia imperiais ao preço de bares e discotecas...

E não vou falar da saúde, da educação, dos combustíveis e das rendas de casa. Fazem parte do tal pacote "onde tudo aumenta"...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, setembro 16, 2018

Domingo, Dia de Pintar Paredes...


Um domingo grande, que começou cedo e acabou tarde...

Eu sei que talvez tivesse sido mais fácil contratar um pintor, mas de certeza que seria menos cansativo e também menos divertido (e menos barato, claro...).

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, setembro 15, 2018

Um Dia de (aparente) Mudança ...


Há momentos únicos, umas vezes por razões que a razão desconhece, outras por que a espontaneidade e o sentimento colectivo podem surpreender o mais incrédulo. Foi assim no dia 15 de Setembro de 2012, que obrigou Passos Coelho a mudar ligeiramente de rumo...

Hoje as coisas estão mais complicadas, porque temos um primeiro-ministro desarmante, que até consegue deixar quase sem palavras de protesto o "rei dos sindicalistas"...

Mas o meu propósito é deixar aqui o poema que escrevi sobre este dia exaltante, com tanta gente na rua a dar vivas à Liberdade, à Democracia e à Unidade... (poema que faz parte da "3.ª Exposição de Poesia Ilustrada da SCALA, patente na sede /galeria desta associação almadense).


15 de Setembro de 2012 

Não sei quantos éramos
Não perdi tempo a contar
Sei apenas que éramos muitos
Os que estávamos ali a caminhar.
Queríamos um outro país
Ainda com espaço para sonhar.

Mas sabíamos que não íamos lá
Apenas pelo sonho.

Era preciso lutar!

E de punho erguido
O povo voltou a gritar
Que se estivesse unido
Jamais seria vencido
Mas mais importante
que aquele grito
Era acreditar.

Sabíamos que não íamos lá
Apenas pelo sonho.

Era preciso lutar!


Luís [Alves] Milheiro

quinta-feira, setembro 13, 2018

Não Olhamos da Mesma Forma para as Mesmas Coisas...


Hoje estive à conversa com um amigo e entre outras coisas falámos sobre um lugar-comum, que fingimos ser quase incomum...

Mas a realidade passa o tempo a dizer-nos que raramente olhamos da mesma forma para a mesma coisa... não é muito difícil de perceber que a "alma gémea" existe pouco fora dos filmes e dos livros.

Isso nota-se de uma forma mais nítida na vida a dois. Mas o treino começa cedo, quando temos irmãos...

Felizmente existem coisas que são de tal forma boas, que é difícil não gostar delas (não estou a falar da Marylin Monroe...), como uma canção, um livro ou um filme dos melhores... São a excepção que confirma a regra.

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, setembro 12, 2018

«Não me digam que estavam à espera que as coisas mudassem por cá, no nosso cantinho!»


Mesmo que não seja hábito dizermos que andamos a "virar frangos" há muito tempo, ou utilizar outro lugar comum ainda menos eloquente, «desta gente espera-se tudo», é notório que começamos a ser cada vez menos crédulos. Parece-me que o único que escapa da nossa mesa é o Manel, o mesmo bom rapaz de sempre.

Ou seja, não conseguimos passar ao lado das últimas notícias sobre os "chico-espertos" de Pedrogão Grande, que se aproveitaram da existência das habituais "vírgulas", que existem nos contratos, com a cumplicidade de alguém  ligado à autarquia, para conseguirem uma casinha nova, nas suas segundas e terceiras habitações, à conta de donativos, que só foram possíveis graças à boa vontade de milhares de portugueses.

Houve quem falasse como se este acontecimento fosse uma coisa "anormal"  no nosso país. Foi preciso a Rita colocar ordem na mesa e dizer: «Não me digam que estavam à espera que as coisas mudassem por cá, no nosso cantinho!»

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, setembro 11, 2018

A Resistência e a Liberdade Novaiorquina...


A bonita  "Livraria" da nossa Maria Vieira da Silva pode ser tanta coisa...

Sim, os livros da Maria também podiam ser "arranha-céus", daqueles que transformaram Nova Iorque numa cidade única, e que hoje continuam a ser um símbolo maior, de Resistência e de Liberdade...

segunda-feira, setembro 10, 2018

Este Calor que Vai e Vem...


Hoje voltou a estar um autêntico dia de Verão.

A temperatura voltou a subir e as margens do rio encheram-se de pessoas, que fizeram do Tejo quase uma praia e um solário. E para variar, a maioria saberá apenas uma ou duas palavras do nosso português...

Os "turistas saltitões" da fotografia estão na banda de cá...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, setembro 09, 2018

Domingo nas Corridas...


Hoje passei parte do domingo no Parque Eduardo VII, graças ao "3º Grande Prémio Red Bull" e ao meu filho...


Foi um grande espectáculo, sobretudo de criatividade, das mais de sessenta equipas de Norte a Sul que participaram na  nossa "corrida mais louca do mundo".


E foi uma grande aprendizagem para o meu filho de 20 anos, que participou na competição, ainda que de forma quase meteórica, com três amigos...

(Fotografias de Luís Eme)

sábado, setembro 08, 2018

Os Nossos Espelhos de Casa...


Os nossos filhos são muitas vezes o nosso espelho.

Olhamos-os e recordamos que nem sempre nos apetecia aprender com os erros... Tantas vezes que pensávamos que a teimosia era uma virtude...

Não vale a pena dizer-lhes que são novos e não pensam, Até porque estão na idade da "sabedoria".

Quando os cabelos começarem a receber outras tonalidades, vão ver as certezas a serem substituídas por outras coisas, quase sempre mais certas. 

Embora não se note, crescemos mais de um palmo, quando percebemos que há mais verdades que àquelas que julgávamos conhecer...

(Fotografia de Luís Eme)

sexta-feira, setembro 07, 2018

Memórias de Setembro...


Por este Setembro estar a querer "murchar", como acaba por ser normal, ano após ano, lembrei-me, que nos primeiros anos de vida activa gozava férias no começo de Setembro. 

Embora isso acontecesse por ser "demasiado novo" para puder marcar férias em Agosto... 

E quando já podia escolher, Agosto continuou de fora, foi a segunda quinzena de Julho que passou a ser a preferida cá de casa.

Mas voltando aos Setembros de há mais de trinta anos atrás, recordo que não me preocupava muito com o encolher dos dias ou com o vento dos finais de dia na minha Foz do Arelho... 

E como era agradável a sensação de ter a praia quase "só para mim".

A nostalgia normalmente só chegava em Outubro, até porque a barreira de 100 quilómetros era mais que suficiente para "libertar" os namoros de Verão...

(Fotografia de Luís Eme)

quinta-feira, setembro 06, 2018

Efeitos (quase) Especiais...


Um dia destes cruzei-me lá por Lisboa, com um "homem de duas cabeças" (e mais difícil ainda, "duas cores"...), que noutros tempos, poderia ter feito carreira no circo, numa daquelas jaulas que exibiam seres humanos quase raros, que faziam parte dos célebres "fenómenos do entroncamento"...

Brincando um pouco menos, a "ilusão de óptica" tem coisas quase do caraças...

(Fotografia de Luís Eme)

quarta-feira, setembro 05, 2018

Setembro com Nuvens...


Este Setembro com nuvens, que está ali mesmo atrás da porta, promete roubar-nos o pôr do Sol laranja, que tanto gosta de se esconder para lá do Tejo....

(Fotografia de Luís Eme)

terça-feira, setembro 04, 2018

"Roubar" Rostos e Corpos e Fingir que Não é Nada Connosco...


Sei que gosto da fotografia de uma forma estranha, ou pelo menos, pouco convencional.

Nunca serei um "repórter de festas", por falta de gosto e de jeito. Não gosto de ir contra os rostos dos outros, nem de expor pessoas que param para ficar nas fotografias.

Para mim a fotografia com pessoas é vida em movimento. A maior parte das vezes uso-as quase como objectos decorativos (tento que não tenham rosto, que possam ser qualquer pessoa...).

É por isso que o título deste texto faz algum sentido. Quando tiro fotografias com a componente humana, tento que possam ser "milhentas pessoas", opto quase sempre por as apanhar de costas ou de lado. Sei que também há algum pudor neste exercício (não quero ser apanhado a "roubar" rostos e corpos...).

Mas de longe a longe distraio-me e acontece o que aconteceu com esta fotografia (esta proximidade só foi possível graças ao zoom, mas mesmo assim elas olharam para a fotografia, com expressões e sentimentos diferentes. Se uma quase sorri, a outra apetece-lhe mandar-me para algum sítio)...

(Fotografia de Luís Eme)

segunda-feira, setembro 03, 2018

A Literatura é Mesmo Diferente...


Estava a ouvir uma jovem tocar viola numa roda de amigos e quando dei por ela, estava a viajar pelo passado, a percorrer as ruas dos sonhos da juventude...

Embora eu nunca tivesse grande jeito para a música, encontrei vários amigos dos tempos das "bandas de garagem" que ficaram pelo caminho, assim como o Rui "Pintor", que também abandonou esta vocação, quase apenas por que sim...

Quase que posso dizer que fui o único do bairro que continuou a caminhada pelo mundo das artes (neste caso mais letras...). E apenas por uma razão, a literatura é uma das poucas áreas da cultura que não exige uma formação específica. Se por um lado existem conservatórios para músicos, actores, encenadores, escolas de belas artes, não existe nenhuma escola que forme escritores (apesar de andarem por aí algumas pessoas a vender gato por lebre...).

E isso acontece porque para se ser escritor, a primeira qualidade que se exige é possuir-se um talento natural para a escrita, que se começa a notar desde cedo, nas redacções da primária. Talento que depois tem de ser alimentado, sobretudo com a leitura e com a prática diária dos jogos de palavras...

Ou seja,  podemos ser escritores "sem mestre". O mesmo não se pode dizer de um músico, ou de um pintor. Para "crescerem" eles precisam de alguém que os eduque, que lhes indique o caminho certo...

(Fotografia de Luís Eme)

domingo, setembro 02, 2018

O meu Interesse pela Vida dos Outros...


Às vezes penso nisso e reparo que o meu interesse pela vida dos outros é quase abstracto. 

Como é que vou explicar isto de uma forma simples?  Talvez até seja mais fácil do que parece... 

Raramente sinto um interesse particular pela vida dos vizinhos, do prédio ou da rua. Interessa-me sim, apanhar partes de vidas (através de uma notícia, uma conversa, um filme...) que possam entrar dentro das histórias dos livros, que  quase em simultâneo acabam por ser escritas em papel. 

Muitas acabam por perder logo a graça numa segunda leitura. Outras fingem que podem mesmo entrar no romance constantemente adiado...

(Fotografia de Luís Eme)

sábado, setembro 01, 2018

Ser (ou não ser) o Melhor do Mundo...


Incomoda muito os jornalistas (sim, especialmente estes...), quando alguém se acha dos melhores do mundo, e afirma-o, sem qualquer problema.

Isso tem acontecido com Cristiano Ronaldo e José Mourinho, no estranho mundo do futebol.

Mourinho sempre gostou de criar uma relação de "amor-ódio" com a comunicação social, algo que teve os efeitos desejados nos seus primeiros tempos na alta roda do futebol mundial, mas que hoje não se aproxima dos  seus objectivos: proteger a sua equipa e os seus jogadores.

Ele sabe que os tempos são diferentes (pelo menos desde que treinou o Real Madrid, pois em clubes desta dimensão, tudo é notícia, e ele é apenas mais um...). Mas mesmo assim não deixa uma resposta para dar, especialmente aos jornalistas de fraca memória (são quase todos, por causa do "negócio" e não só...), que o questionam como se fosse um "principiante" ou um "derrotado". 

É por isso que acho muito bem que puxe dos "galões" e diga que sozinho têm mais títulos de campeão inglês que os restantes 19 treinadores da liga inglesa. Porque a memória é tramada... Mourinho também poderia responder, com toda a legitimidade, a todos aqueles que dizem que só sabe ganhar com jogadores que custam milhões, que as duas vezes que foi Campeão Europeu, conseguiu-o com equipas quase "modestas" (FC Porto e Inter de Milão), pelo menos quando comparadas com as do Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Arsenal ou Manchester United...

Já em relação à polémica do troféu de melhor jogador europeu, em que Modric venceu Cristiano Ronaldo, penso que nem seja motivo para grandes ondas, pois o médio croata fez uma excelente época. Estranho sim, que ninguém tenha falado sobre a justeza da entrega do prémio de melhor guarda-redes europeu a Keilor Navas (que na minha opinião, pouco modesta, nem sequer entra na lista dos dez melhores guardiões que actuam na Europa...), quando estava a competir com Buffon...

(Fotografia de Luís Eme)