segunda-feira, julho 30, 2012

Conseguir Mudar...


Sinto que estou numa fase de várias mudanças na minha vida.

Não estou muito preocupado. Quando somos nós que sentimos que precisamos de mudar, isso deixa de ser uma preocupação.

Provavelmente vou afastar-me dos movimentos colectivos que frequento, porque preciso e quero virar-me mais para dentro de mim.

Em parte é como se agora me aparecessem duas estradas à minha frente e tivesse de escolher uma delas para continuar o meu caminho.

Estas palavras devem estar a surgir muito enigmáticas e não é necessário.

A grande aposta é conseguir decidir se vou escrever a sério, ou então, se deixo de escrever...

O óleo é de Lee Alban.


domingo, julho 29, 2012

Aquele Sim, era o Meu Comboio...


Uma das notícias do jornal dizia que a CP no primeiro semestre deste ano tinha perdido seis milhões de passageiros.

Não achei muito estranho o número, até porque saber que nesse mesmo período, deviam ter fechado bastantes estações e apeadeiros, ao mesmo tempo que se riscaram muitos comboios dos horários, de Norte a Sul. 

A última vez que viajei neste transporte, fiquei completamente desiludido, pois tinha sido transformado num "autocarro sobre carris". Senti falta de tudo, especialmente de puder abrir a janela e ficar ali debruçado, com os cabelos ao vento a ver a terra a fugir...

Algum tempo depois, passei por um país mais moderno que o nosso, mas que mantinha comboios à antiga, ainda a vapor. Fiquei à beira da linha a ouvir o som único de «pouca-terra», «pouca-terra», «pouca-terra».
Apeteceu-me deixar ali o carro e correr para a estação para apanhar "o meu comboio", pouco preocupado com o destino...

Tenho pena que o mundo ocidental tenha a mania dos muros, das prisões e de uma vida demasiado higienizada. 

sábado, julho 28, 2012

Ser Actor Até ao Fim


Alguns programas de televisão têm como principal missão o "retoque de imagem", sejam elas de políticos, actores, desportistas ou até mesmo jornalistas (perdeu-se a distância e a invisibilidade do jornalismo, é por isso que jornalistas entrevistam jornalistas, da mesma antena de televisão ou rádio, apenas como veículo de promoção ou amiguismo).

O pior de tudo, é que uma boa parte destes programas investem na "mentira", pretendem dar uma imagem do que as pessoas não são na realidade, puxando ao coração, utilizando uma falsa intimidade e normalidade, branqueando as "zonas obscuras". 

De repente parece que tudo é telenovela, tudo tem um guião, tudo tem um objectivo, quase sempre comercial, ou então de "limpeza a seco".

Tudo isto se torna mais evidente quando conhecemos relativamente bem a pessoa entrevistada e sabemos que muito daquilo que nos é apresentado é fictício...

O óleo é de Guy Demun.

quinta-feira, julho 26, 2012

A Fotografia como Arte


Não pensava que em pleno século XXI ainda existissem pessoas que colocassem em causa a fotografia, enquanto Arte.

As questões que me colocaram em relação à fotografia, também podiam ser facilmente transferidas para a pintura, ainda que esta não possua o mediatismo de um retrato, não dependa apenas de um click.

Há fotografias que só se conseguem tirar uma vez. E são únicas. Podemos tentar repetir, dezenas, centenas de vezes, no mesmo lugar, à mesma hora, mas falta sempre qualquer coisa...

Além disso o olhar também se educa à medida que vamos entrando no mundo da fotografia, aprendemos a separar o que quer ser Arte, de um simples retrato.


Percebi que por muitas palavras que usasse, não mudaria aquela opinião, até por ele se refugiar na proliferação do digital, na banalização da fotografia. 

Nem me dei ao trabalho de lhe explicar que o olhar que capta a imagem é muito mais importante que a máquina. Um bom fotógrafo consegue tirar sempre boas fotografias, mesmo com uma máquina de "terceira categoria"...

O óleo é de Justin Wiest.

quarta-feira, julho 25, 2012

Céptico em Relação às Frases Feitas


Sinto que há demasiadas frases feitas à nossa volta.

Embora seja da Cultura, nunca estive muito certo que um povo culto sabe mais o que quer, e tem um carácter mais reivindicativo, que o que habitualmente chamamos, a gente comum.

Tenho a percepção que as pessoas quando mais adquirem conhecimento sobre as coisas do mundo, mais se isolam.

Começo a ficar convencido que uma vivência próxima da liberdade e do humanismo, não é menos importante que uma vida preenchida por bibliotecas, museus ou escolas.

O óleo é de Mihai Criste.

terça-feira, julho 24, 2012

Brincar com Coisas Sérias


Há pelo menos uma dúzia de anos que os nossos governantes e os responsáveis pela protecção civil andam a brincar com coisas sérias, fingindo ignorar os prejuízos causados pelos incêndios de Verão, ano após ano.

Como de costume o que se passou na Serra do Caldeirão não terá grandes consequências, talvez role uma ou outra cabeça, na "farsa" a que já estamos habituados, para que tudo fique na mesma. Mas é triste que para alguns "teóricos" as reuniões estratégicas sejam mais importantes que o combate aos incêndios no terreno, mesmo quando estão casas e populações em risco. 

Quando fui para o Sul, para fugir aos "chupistas" da Via do Infante, percorri uma estrada secundária, passando por Loulé e São Brás de Alportel, tendo ao meu lado esquerdo tudo o que agora ardeu. Imagino como tudo ficou, em vez do verde, surge agora um cinzento, quase mortifero, que arrepia qualquer pessoa normal.

Quando vim para cima, também fugi das estradas taxadas e aproveitei para visitar as Minas de S. Domingos, entre outras terras perdidas no interior alentejano.

Achei estranho, que até nestas regiões, pobres em água, proliferassem tantos eucaliptos.

Mesmo que a indústria da celulose seja muito poderosa e chefiada por alguns barões do poder, é tempo de dizer basta, apesar da sua vontade de continuar a rearborizar o país com estas árvores, boas para secar tudo à sua volta e lhes encher os bolsos.

Para quando a tal reordenação do território, prometida, ano após ano, que aposta na diversidade e na riqueza ambiental?

O óleo é de Rob Evans.


segunda-feira, julho 23, 2012

Coisas das Águas Frias a Sul...


Este Verão voltei a ver a dificuldade que tens em entrar nas águas geladas, tal como os teus pedidos para que não agitássemos muito à água à tua volta.

Tiveste sorte, só uma vez é que fiz "chuveirinhos" com as mãos, o que te irritou bastante, diga-se de passagem.

Lembrei-me dos tempos em que éramos jovens e eu, travesso, acordava-te à beira-mar com gotas de água, que te faziam saltar e chamar-me nomes, tudo para cima de «estúpido».

O óleo é de Elena Montull.

domingo, julho 22, 2012

Tempo de Colocar a Leitura em Dia


As férias também são uma boa altura para ler, até porque normalmente não me faço acompanhar de computador.

Comecei por ler, "Alguns Contos", de Carlos Pato (por curiosidade, até por o autor ter sido assassinado pela PIDE em Junho de 1950 e estar ligado ao movimento neo-realista de Vila Franca de Xira, juntamente com Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes) e gostei da sua escrita, embora se trate de um livro pequeno.

Depois avancei para o "Adolescente Agrilhoado", de José Marmelo e Silva (que desconhecia e só ouvi falar dele este ano, por se comemorar o seu centenário). Este livro causou-me alguma inquietação, pois retrata de uma forma extremamente negativa a vida de um jovem no seminário, que pouco contribuiu para a sua aproximação a Deus. O autor mistura a vida difícil e desigual dos mineiros com a igreja, que ao contrário do que pensava estava tão longe do seus ideais de justiça...

Por curiosidade também li o "Sentido do Fim", de Julien Barnes. É um livro construído de uma forma estranha, mas que se lê muito bem e faz-nos pensar nas diferenças entre o que somos e o que fomos, mostrando-nos como a nossa memória é selectiva...

Por último li, "As Mulheres do Meu Pai", de José Eduardo Agualusa, que só acabei hoje. É uma bela leitura, com a magia de África presente e a influência do melhor que há na "latina-américa". Agualusa mistura a ficção com a realidade de uma forma magistral, neste excelente livro sobre Faustino Manso e as suas mulheres, que até lhe arranjaram pais para os seus filhos, tudo por amor...

sábado, julho 21, 2012

Lugares Sempre Aprazíveis


Como de costume, não nos limitámos a ficar no sossego da nossa "aldeia", Vila Real de Santo António, Tavira e Cacela-a-Velha, foram lugares onde passámos mais que uma vez, para beber café, ver as vistas ou fazer as compras necessárias...

A foto é de um mercado nocturno em Cacela-a-Velha, de artesanato regional, e não só...

A Praia...


Foi nesta praia (Praia do Cabeço) que estive entre os dias 1 e 15 de Julho.

Dias calmos e sempre com Sol, o único revês foi a temperatura da água (nunca tinha apanhado a água tão gelada, e no Sotavento...).

sexta-feira, julho 20, 2012

Estou a Voltar...


O fim de férias é quase sempre estranho.

E não é só o facto de a cabeça ainda não ter chegado ao destino, é saber que por muita vontade que tenhamos de começar um novo ciclo, as coisas que nos rodeiam continuam as mesmas de sempre. E nesta altura um pouco piores, talvez mais marcadas pelas várias crises que nos estreitam as ruas e às quais dificilmente conseguimos escapar, por mais vontade que tenhamos de sorrir e de agarrar o presente.

Do que não tenho dúvidas é que a minha cabeça está mais liberta. É também para isso que servem as férias...

O óleo é de António Morano.

domingo, julho 08, 2012

Quando a Praia era um Acontecimento Familiar


Quando vejo uma família mais numerosa (coisa rara, diga-se de passagem...) rente à praia, lembro-me sempre das férias da minha infância, em que aos fins de semana toda a família se juntava (parecia quase um acampamento de indios...).

Eram os avós, os tios, os primos, uma imensidão de gente...

Não consigo perceber muito bem o que aconteceu à "família", sei apenas que apenas os casamentos, baptizados e funerais, são pretexto para nos encontrarmos...

O óleo é de Giner Bueno.

segunda-feira, julho 02, 2012

Partir de Férias Mais Cedo


Este ano tivemos de vir de férias mais cedo, porque o "patrão" manda, cada vez mais, nas nossas vidas...
Espero que o tempo seja um bom camarada, nos dê temperaturas agradáveis e também um pouco de vento ao fim do dia, para que o meu filho corra a praia atrás do papagaio...

O óleo é de Mike Briscoe.