terça-feira, março 31, 2015

Alguma Rebeldia é Sempre Salutar


Hoje durante o almoço falámos da falta de sentido crítico da sociedade portuguesa, na forma como se "bebem" todas as notícias e artigos opinião (quase sempre manipulados...).

Lembrei-me da escola, dos problemas que tive com alguns professores, por gostar de fazer perguntas (e isso perturbar o decurso das aulas...).  Ainda há dias estive a almoçar com a minha mãe e ela falou-me que uma amiga, professora da minha sobrinha, fizera queixara dela, também por fazer muitas perguntas...

Não quero dizer que eu estava certo quando estudava, muito menos que que a minha sobrinha está certa. Mas parece-me evidente que faz falta na nossa escola (e até em casa...) estimular a opinião individual, promover o debate entre alunos (pois é eles falam alto e desestabilizam...), fazer com que eles se habituem a pensar pela sua própria cabeça.

Claro que ninguém está muito interessado que isso aconteça, especialmente os políticos, que sempre preferiram "carneiros" dóceis  a "lobos", capazes de "ladrar", e pior, de lhes "morderem" as canelas. Mesmo aqueles que se fingem democratas e de esquerda, como por exemplo os que governam a minha Cidade desde as primeiras eleições autárquicas de 1976....

O óleo é de Emil Popgenchev.

segunda-feira, março 30, 2015

Olhar ou Ignorar as "Janelas do Mundo"?


Acho que sim, o nosso olhar nunca está parado no tempo. Muitas vezes, mesmo sem se aperceber, deixa-se "teleguiar" pelas tendências (quase) impostas dos "gurus" de qualquer coisa. 

Mas nem todos aceitam esta constatação. É por isso que há criadores que não têm televisão em casa...

É também por isso que alguns poetas que conheço só lêem prosa. Não querem sofrer nenhum tipo de influência, boa ou má, mesmo dos poetas que amam.

Claro que muitos outros lêem tudo o que lhes apetece, vêm televisão, ouvem rádio, etc. Quando lhes falam em influências, sorriem e dizem-se preparados para absorverem tudo o que o mundo lhes queira dar. 

Sinceramente, não sei quem são os melhores, quem são os piores.

Eu? Limito-me a sorrir a a ler tudo o que me apetece, a ver televisão (até alguns programas de futebol, ninguém é perfeito...), a ouvir alguma rádio sem fazer finca pé por qualquer boa influência que possa aparecer. E se for daquela que surge sem se dar por isso, melhor ainda...

O óleo é de Gary Akers.

domingo, março 29, 2015

Olá Badajoz


Ontem fui até Badajoz numa excursão cultural organizada por uma da Associações Culturais mais representativas de Almada (Imargem), cujo principal objectivo era visitar o Museu Estremenho e Iberoamericano de Arte Contemporânea (na imagem).

Há mais de vinte anos que não passava por aqueles lados (houve realmente muitos desperdícios de dinheiros, mas com as novas autoestradas a Espanha e a Europa ficaram muito mais próximas...) e notei grandes diferenças na Cidade, uma maior preocupação na preservação do património - tal como tem acontecido no nosso país - para mostrá-lo a quem vem de fora e para orgulho dos seus habitantes. 
~
Mas a viagem valeu sobretudo pelo convívio, pelas coisas que dizemos e recebemos uns dos outros, de amigos já conhecidos e de outras pessoas, que praticamente só conhecíamos de vista. 

Aliás, é este o verdadeiro espírito da excursão (antes de nos "aburguesarmos", era a forma mais económica de conhecermos mundo...).

sexta-feira, março 27, 2015

O Teatro da Mónica


Hoje festeja-se o Teatro.

É por isso que vou falar da singularidade de uma actriz, que escolhe o seu caminho, sem se preocupar com modas ou focos.

Deixou o Cais Sodré (que se tornou um lugar de modas...) e foi para Chelas, à procura de públicos diferentes, de gente que ainda não teve a oportunidade de conhecer um dos muitos caminhos da Arte de Talma.

Falo de Mónica Calle que fez nascer um teatro aberto à comunidade, estendendo o palco para a rua, pois as duas fachadas da nova Casa Conveniente estão abertas e ligam as duas praças do bairro. Algo que não se fará num só dia... é por isso que ela quer que as obras façam parte do espectáculo, que o cenário esteja em permanente mudança, tornando visíveis o tempo e o espaço de toda a reabilitação.

Este começar de novo com a também nova Associação Cultural "Zona Não Vigiada" e a Casa Conveniente, é feito com a certeza de que o teatro embora goste de holofotes, também se dá bem com a ruína...

quinta-feira, março 26, 2015

Conversa para Surdos


Ele sabe que nem sempre conseguimos fazer comparações felizes, mas mesmo assim insistiu em tratar o Vento de "chato", mais uma vez. Não tinha achado piada à sua voz forte e insistente nos últimos dias, como se não quisesse que mais ninguém "falasse".

Chato ou não nem assim o Vento conseguiu que lhe prestassem atenção, até lhe fechavam janelas e portas na cara, chateados por não desistir de "chatear". Deve ter sido por isso que foi aumentando o tom da "voz". Percebia-se que estava irritado, talvez por não lhe darem um minuto de atenção, passarem por ele a correr por ele, quase a quererem tapar os ouvidos, para  não escutarem a violência e crueza do seu sopro.

Não percebi se se cansou do esforço, ou se simplesmente foi embora, cansado da nossa falsa indiferença.

Nada de muito estranho neste tempo em que enfiamos coisas nos ouvidos para não termos de ouvir quem passa ao nosso lado, e então o Vento...

Mas pelo menos os barcos que navegam no rio hoje podem deslizar sem ajudas desnecessárias e pouco prudentes, tal como as gaivotas podem planar sem usaram "travões"...

O óleo é de Albert Marquet.

terça-feira, março 24, 2015

Herberto Helder (1930 - 2015)


Herberto,

Tu
pássaro livre,
homem sem amarras
que espreitas para lá
das colinas da cidade
e navegas na tua barca
Ao redor das ilhas secretas...

Luís Milheiro

(poema escrito há mais de onze anos e que fez parte de um pequeno caderno de poemas da colecção "Index Poesis", de homenagem a doze poetas que gosto, publicado em 2004...)

segunda-feira, março 23, 2015

A Beleza das Janelas (dentro e fora)


Sei que não sou só eu que gosto de fotografar janelas, há muito boa gente que se sente fascinada por estas "aberturas" das casas, para a luz, para o vento e também para os sons e cheiros da rua.

Mas não só os fotógrafos que prendem o olhar nas janelas, há muitos pintores (mesmo aqueles muito bons...) que se deixam levar pela sua beleza e imaginam espaços e cores, que podem ser muito mais interessantes que uma fotografia.

Esta janela é de Carlos Botelho, um pintor de Lisboa, das ruas, dos telhados, do Tejo... e também desta janela com um interior de casa azulado, que tanto pode estar perto do céu, como perto do mar...

domingo, março 22, 2015

Quando os Poetas foram Empurrados para a Mesa de "Ping-Pong"


O Dia Mundial da Poesia foi ontem mas os poemas acontecem todos os dias, porque os poetas não dormem, mesmo quando se esticam na cama e fecham os olhos.

E às vezes até se discute a poesia e os poetas à mesa do café (que até pode ser a tasca do Xico, com tremoços, imperiais ou taças de tinto...), porque a poesia tem muitas portas para entrarmos e sairmos, para satisfação de todos nós.

O Adriano queria  impor quase à força a ideia que para se fazer um bom poema, tinha de se dar um bom "trambolhão" na vida, e que não precisava de ser uma queda de um quinto andar, podia ser apenas o "abraço" a qualquer poste ou um "mergulho" na calçada. O Ruca concordou, eu, o Carlos e a Rita, nem por isso.

Foi então que saltaram para a mesa exemplos vivos, histórias de pessoas que conseguiram o milagre da transformação de palavras vulgares em bonitas, "jogadas" de um lado para o outro, como se fossem bolas de "ping-pong".

O Camões e o Bocage foram os primeiros a vir a jogo, devido à sua opção de viver no "cu do mundo". Não precisámos de recuar tanto na história para falar de Sophia ou de Gedeão. Depois veio o Pacheco, dissemos quase em coro, que esse não era poeta, era só "maldito". Eles insistiram com o Herberto, nós oferecemos-lhe a liberdade, por que ele simplesmente não jogava aquele, ou outro jogo, apostado na sua não existência enquanto gente. 

Eles pensaram que o Fernando, com todas as suas "pessoas" ia desempatar de vez. Mas estavam enganados. A cirrose também era um trambolhão, mas nem todos os poemas e heterónimos do nosso génio nasciam dentro de um copo de bebida forte.

Muito mais gente apareceu de um lado e de outro. O Antero, o Eugénio, a Natália, o Ary, o Júdice, a Luiza, o Pina, a Fiama, o David... até que o  "jogo" acabou, não por desistência, mas apenas por falta de entendimento.

Felizmente percebemos a tempo que os poetas não são "bolas de ping-pong" e que os "trambolhões" na vida são de toda a gente e não apenas de quem escreve poemas...

Escolhi este óleo de Diane McLean, porque a única coisa que ninguém teve dúvidas, é que a poesia é uma mulher, que tanto se veste como despe à vida...

sábado, março 21, 2015

A Poesia (da Catarina)...


Penso muitas vezes, que não há nada como a simplicidade.

Foi por isso que escolhi o bonito poema de uma menina chamada Catarina,  que com apenas dez anos foi capaz de definir a poesia de uma forma tão especial, e verdadeira...

Não encontrei melhor forma de festejar a Poesia, que partilhar convosco este poema que me foi oferecido por uma amiga especial.

A POESIA...

Era uma vez uma menina
de nome Poesia.
Brincava com as palavras...
o porquê, ninguém sabia.

Escrevia com o coração...
isso ninguém diria...
dizia palavras bonitas,
mas, havia, quem não as entendia...


O óleo é de Joan  Beltran  Bofil.

sexta-feira, março 20, 2015

Tanta Coisa Para Dizer


Dizem que hoje chegou a Primavera, não sei se é totalmente verdade (neste momento lá fora o céu está a escurecer...).

Mas isso também não é o mais importante, pode chegar amanhã ou depois. É preciso é que chegue e fique por uns tempos.

E que traga na sua mala, entre outras coisas, dias maiores e mais prazenteiros. Sei que havia tanto para dizer sobre esta prima, mas fico-me por aqui, só a pensar nas mudanças nos campos...

O óleo é de Guiseppe Muscio.

quinta-feira, março 19, 2015

Os Dias que Não são Dias



Hoje é mais um daqueles dias que não são dias...

Claro que a minha filha me encheu de presentes feitos por ela e até me desenhou no seu quadro de ardósia. São os que gosto mais (detesto aqueles objectos em que dizem que somos o melhor pai do mundo entre outras coisas).

Os pais e as mães têm (ou deviam ter) os dias todos do mundo, mesmo quando já não estão por cá como é o caso do meu.

Falei nele na segunda porque houve alguém à mesa que se queixou dos pesadelos que tem, das noites mal dormidas em que lhe aparecem pessoas que já não estão cá... Apenas disse que raramente tinha pesadelos e que quando me lembro do meu pai é sempre bom, sinto sempre uma grande serenidade.

quarta-feira, março 18, 2015

A Liberdade das Palavras e das Virgulas


Não é de agora que abro a janela a quase tudo o que aprendi na escola e deixo que circule na mais completa liberdade. Nem me incomodo se estes "saberes" vão para longe...

O único problema é quando a minha filha vem ter comigo e quer que lhe explique a regra disto e a regra daquilo. Nunca lhe digo que um dia decidi esquecer essas coisas, digo apenas que já foi há tanto tempo que aprendi aquelas coisas que já não as encontro dentro de mim...

Acho que ela percebe, até por que também já começa a ter a cabeça bastante ocupada, com mil e uma solicitações destes tempos de novas escravidões...

O óleo é de Michel Schriver.

segunda-feira, março 16, 2015

Incompetência Gera Revolta e Violência


Faço parte de um dos distritos com maior índice de desemprego e também com mais problemas sociais. Provavelmente por acolher  cada vez mais gente que vive um dia de cada vez, que é obrigada a somar todos os cêntimos para conseguir o "milagre" da sobrevivência dos seus lares.

É por tudo isto que percebo a revolta e a violência de duas pessoas nas instalações da segurança social de Setúbal, que foram detidas pela PSP, por terem perdido a cabeça, depois de terem sido vitimas da incompetência dos serviços deste organismo e não receberam o RSI na data habitual. Quem finge que vive com menos de quatrocentos euros, com o qual alimenta a família, paga a luz, a água, a renda, entre outras despesas necessárias, se não receber esta "esmola", é evidente que será forçada a deixar de pagar as despesas obrigatórias e corre o risco de ser despejada de casa ou que lhe cortem a luz e a água e a não ter comer para dar aos filhos.

Quem é que não ficaria de cabeça perdida numa situação destas?

Não vou na conversa de "alcoviteira", de que toda a gente que recebe o rendimento mínimo pertence à malandragem e que não querem fazer nenhum, etc, etc. Acredito que a maioria está nesta situação de forma completamente involuntária e que não consegue arranjar nenhum tipo de emprego. 

É por isso que lamento a "cegueira governamental", que quer resolver este problema com a ameaça de suspender o RSI a todas as pessoas que se manifestarem violentamente, sem perceber que isso só irá gerar ainda mais indignação e violência.

O óleo é de Andre Kohn.

domingo, março 15, 2015

A Gaiola das "Malucas"


Na minha cidade há muita gente, pouco anónima, que gosta de alimentar os animais sem dono que vagueiam pelas ruas.

Um dia destes vi mesmo uma senhora a puxar um carrinho de compras cheio de milho que espalhava em locais certos, para encher a barriga aos pombos, sem se preocupar com as indicações proibitivas da Autarquia (houve uma altura que até tinha um "alimentador de pombos" que distribuía milho especial pelas ruas para estes não se reproduzirem...) ou com as palavras de quem chama a estas aves, "ratos com asas".

A poucas centenas de metros da minha casa, há três mulheres que se revezam na alimentação de gatos vadios e agora uma delas costuma levar uma gaiola metálica e o marido (julgo eu...) anda com uma espécie de camaroeiro a ver se os caça e mete na "armadilha".

Entre outras coisas é um exercício de paciência, até porque os gatos são dos animais mais espertos que encontramos pelas ruas.

A minha filha baptizou aquela coisa como a "gaiola das malucas". Mas ainda nenhum de nós percebeu para que "experiência científica" andam a apanhar gatos. Como conheço uma das mulheres, fiquei de lhe perguntar, para esclarecer a curiosidade cá em casa.

O óleo é de Steven Scott Young.

sexta-feira, março 13, 2015

Bombista? Pistoleiro? Não. Apenas um grande jornalista.»


Num país onde cada vez se pratica menos o jornalismo de investigação (para não falar de outras coisas, pois as polícias praticamente só investigam as denúncias anónimas que recebem...), é bom existir um jornalista (José António Cerejo) e um jornal ("Público") que são capazes de andar meses a fio atrás do "onde, quando e (sobretudo) o porquê" da notícia, sem se preocuparem se o protagonista é o primeiro-ministro ou o presidente da república.

Ainda que o Cerejo seja bom a largas "bombas" e a "disparar" em todas as direcções, ele é sobretudo um grande jornalista.

Ao contrário de muitos juizes que querem ser o foco das notícias, aparecer na televisão, nos jornais, etc, como se os fossem "justiceiros de Lisboa" (aposto que até gostavam de ter uma série televisiva...), ele apenas quer que a sua notícia seja capa de jornal ou abra o telejornal. E felizmente tem o conseguido muitas vezes.

Declaração de interesses: não conheço o José António Cerejo de parte alguma, nunca falei com ele, nem sei se é gordo ou magro, velho ou novo (consegue ser mais discreto que muitos daqueles que também apenas devíamos conhecer de nome...). Sei apenas que é um dos melhores jornalistas do nosso país.

O óleo é de Heitor Chichorro.

quinta-feira, março 12, 2015

Este "Mar" que nos Rodeia...


Podiam obrigar-nos a andar todos vestidos de igual, mas isso não ia mudar nada.

Crescemos sobretudo com a diferença. Mesmo que sejamos forçados a entrar diariamente num "mar de lugares comuns", cheio de ondas e com peixes de toda a espécie, onde os mais fortes têm, como de costume, a vida facilitada, isso não muda nada.

O mais curioso neste "mar" é que quem navega em barcas são os "tubarões"...

O óleo é de Stephen Scott Young.

quarta-feira, março 11, 2015

O Silêncio Ensurdecedor das Pessoas e a "Revolta" dos Carros


Hoje quando levava a minha filha à paragem do metro, um carro não só deitava fumo como quase que "gritava de raiva". Ela perguntou-me se aquele barulho era normal. Disse-lhe que não. Depois acrescentei que as pessoas cada vez vivem com menos dinheiro e o arranjo dos carros é caro. 

Não fui mais longe, não lhe quis dizer que a maioria de nós vivemos cada vez pior, nem falar de quem não tem trabalho...

Mas mete raiva a falta de respeito que estes governantes de merda têm pelas pessoas.

Não sei o que vem aí do IMI, acredito que a montanha vai parir um rato, mas apenas por ser ano de eleições.

Mas o que me incomoda mais é o silêncio das pessoas. Mais ainda que as sondagens encomendadas dos empates quase técnicos. Será que gostam de ser espezinhados? Só têm palavras desagradáveis para quem vive a seu lado? De resto, limitam-se a  "aguentar", como disse um dos banqueiros, que se devem divertir imenso à nossa custa...

Também não disse à minha filha que o nosso carro também já devia ter ido à revisão...

O óleo é de Brent Lynch.

terça-feira, março 10, 2015

Quando se Precisa de Discrição...


Há profissões que quanto mais distantes estiverem dos "holofotes", tanto melhor será a actividade e para quem a exerce.

A mais evidente é a profissão de juiz. 

É por isso que quando um defensor da lei quer vestir a pele de justiceiro, quase como herói de banda desenhada, há alguma coisa que está mal...

As qualidades acabam por ser derrotadas pela vaidade, pelo menos para quem defende que a sobriedade é determinante nestas profissões (como eu...).

Claro que estou a falar do juiz Carlos Alexandre. mas também podia estar a falar do Pedro Proença, "o melhor árbitro do mundo", que com o talento que tinha não precisava de andar a apitar em bicos de pés nos relvados nem de fazer concorrência com os jogadores, na escolha do "melhor do jogo".

O óleo é de Valentin Rusin.

domingo, março 08, 2015

Um Dia da Mulher com Homens


Os argumentos da necessidade de comemorar este dia já são um lugar comum, aceite por todos, porque todos os dias (talvez mesmo hoje...) as mulheres são vítimas de discriminação, no trabalho, em casa, na rua...

O que eu não gosto é das festas que se fazem de Norte a Sul, só para mulheres ou onde estas são tratadas como "rainhas" e não como seres com os mesmos direitos, iguais, apesar das diferenças que fazem com que a vida faça sentido.

Gostava que o dia 8 de Março fosse de inclusão e não de exclusão. Continuo à espera do dia em que se oferecem flores às mulheres e aos homens.

O óleo é de German Aracil.

sábado, março 07, 2015

Nelson Évora Campeão Europeu


Nelson Évora é um dos melhores exemplos de alguém que não desiste e é capaz de lutar contra todas as adversidades, dando um passo atrás, mas sempre preparado para dar dois para a frente.

O calvário das lesões, as operações, poderiam ter deitado tudo a perder (até pela elevada exigência física da especialidade que escolheu...), mas não, ai está ele, novamente em grande, preparado pala lutar pelo título olímpico no Rio de Janeiro, no próximo ano.

Conquistou hoje um título que lhe faltava, o de Campeão Europeu do Triplo salto em Pista Coberta.

Grande Nelson!

sexta-feira, março 06, 2015

Este Portugal e Estes Portugueses...


As palavras sábias de Inês Pedrosa, na entrevista que foi publicada na "Visão" de ontem, dizem muito deste país e deste povo:

«Muita gente tem ideia de que se for muito resignada e obediente se safa melhor. E isso nem sequer é verdade, porque são espezinhadas na primeira oportunidade. Nós escrevemos contra o medo. A ficção tem essa função, de dizer que não podemos viver com medo, de dizer não, de desobedecer. As pessoas que pensam que é mais fácil viverem encolhidas e sem opinião não podem falar no mal em que se encontram. Quem fez o 25 de Abril, quem lutou pela democracia, não corria o risco de ser despedido, mas de ser preso e morto.»

E como eu gostaria que fossemos diferentes, mais afirmativos e solidários com os  nossos companheiros de jornada e mais exigentes com quem nos chefia (e governa)...

O óleo é de Anna Magill.
                                                

quinta-feira, março 05, 2015

Muito Tejo, Muito Tejo


O Tejo é um bálsamo para quem gosta de se perder nas suas margens. Tanto faz ser a esquerda ou a direita, o lado norte ou o sul.

Não nos afasta da realidade, mas tem força e cor suficiente para nos roubar, e até afogar, alguns dramas do quotidiano. 

É pena que seja apenas um efeito especial do momento...

E a fotografia tem apenas meia dúzia de horas.

quarta-feira, março 04, 2015

A Esperteza e a Vigarice Nunca Estiveram tão em Alta


Eu sei que a coisa começou antes, mas foi com Relvas que se ultrapassaram todos os limites, do razoável. Sem nunca se perceber muito bem por quê, ele conseguiu resistir a quase tudo e a todos. Penso que isso só foi possível por teimosia de um primeiro ministro demasiado comprometido com quem quase o "levou ao colo" até à chefia do governo.

Infelizmente nunca mais saímos deste registo. 

Como é possível manter tanto tempo um Crato, um Manchete como ministros, com tantos sinais dados de incompetência?

E sempre com o presidente da república em silêncio (mais outro comprometido, sabe-se lá com o quê)...

O pior é que estes exemplos têm-se multiplicado nas autarquias, mas empresas e até nas ruas. Parece que toda a gente se acha com legitimidade para "dar cantadas", oferecendo o que não pode dar, como se a mentira fosse um trunfo e não uma vergonha, em qualquer negócio.

Mas quando os exemplos vêm de cima, não há volta a dar...

Não é só no campo económico e financeiro que o país vai demorar anos e anos a recuperar. Quando a ética e a honra deixam de ser valores a ter em conta numa sociedade, provocam uma crise social que não é menos importante que a económica e financeira.

O óleo é de Romano Berteli.

terça-feira, março 03, 2015

Os "Filhos da Mãe" e os Outros


Sinceramente, estou farto de filhos da mãe, para não lhe chamar aquele nome feio, que faz com os árbitros expulsem alguns jogadores.

Até posso dar de barato que há muita gente que não sabe quais são as suas obrigações, o que tem de descontar, etc. Só que com estas limitações, não deviam ter ambições políticas, muito menos chegarem a primeiro ministro de qualquer país democrático...

Tenho recebido mais que um e-mail com o historial da troca das vivendas do presidente da República no Algarve (troca por troca, apesar de todas as diferenças, desde o tamanho da vivenda ao terreno) e nunca tive conhecimento de nenhuma investigação. Mas a ex-mulher de José Sócrates, por uma troca de apartamentos no Cacém, está a ver a sua vida virada de pernas para o ar, nos jornais do costume, graças aos "grandes justiceiros" que temos, quase saídos dos filmes...

No mesmo dia que o presidente da "Cáritas" diz que houve um aumento de procura de apoio, especialmente na alimentação, de mais de 15% de pessoas, que já estavam a passar fome, apenas entre 2013 e 2014, toda a gente do PSD (às costas do António Costa) diz à boca cheia que o país está muito melhor...

E não  me venham dizer que somos um país democrático, muito menos justo. Somos com toda a certeza, uma outra coisa.

Mas o mais engraçado da coisa é o quase empate técnico entre o PS e a maioria que nos governa nas sondagens. Acredito que estes números estão manipulados. Ou será que somos assim tão estúpidos?

A instalação é de Scott Frazer.

segunda-feira, março 02, 2015

A Vaidade Pessoal no Lado Exterior


A vaidade pessoal regista-se de muitas formas, a mais visível talvez seja a forma de vestir.

Reparo que o meu filho com 16 anos cuida mais do visual que eu. Nunca tive a preocupação de andar na moda, uma das razões que poderia invocar poderia ser o facto do meu irmão (dois anos mais velho...) também não ligar a essas coisas. Mas não será esse o caso, com toda a certeza.

Talvez tenha mais a ver com a época em que crescemos, em que se deitaram fora muitos velhos hábitos (por exemplo o uso de roupa de domingo). A nossa rebelião contra as visitas à missa aos domingo de manhã (bem dita adolescência e bem dito 25 de Abril...) também deu um forte contributo para isso. Ainda se nota hoje que quem visita os templos dominicais tem no roupeiro uma roupa para a semana e outra para o domingo. 

Toda esta conversa, porque ao abrir o roupeiro, fiz uma festa ao sobretudo que herdei do meu pai e lembrei-me que pelo menos quando ele era rapaz "casadoiro" se preocupava com a aparência e vestia bem, especialmente ao domingo, o tal dia da missa de manhã e do futebol à tarde. Até por ser elegante.

E claro que gosto que o meu filho tenha mais cuidado com a aparência que eu...

O óleo é de Boris Grigoriev.