segunda-feira, maio 31, 2010

Apostar no Risco

Todos os jornais afirmam que André Vilas Boas é o próximo treinador do FCPorto.

Se for verdade (no nosso jornalismo actual, nunca se sabe), é uma aposta de risco.
Pensei sempre que Domingos Paciência seria o escolhido (e que Paulo Bento seria o seu substituto no SCBraga) por Pinto da Costa, depois da época excepcional no Braga, onde provou que é um dos melhores técnicos portugueses, aguentando muito bem a pressão da conquista do título até ao fim.
Para o Benfica esta é uma boa escolha, tal como já tinha sido boa a de Paulo Sérgio no Sporting...
Por este andar, ainda não é para o ano que vão dedicar o título ao grande José Maria Pedroto...

sábado, maio 29, 2010

Inventar o Amor no Largo

Não foi a primeira vez que os descobri no Largo, cada um no seu canto a fumar um cigarro.

Ele encostado à parede, quase na entrada larga da oficina, ela sentada no banco de madeira colocado em frente à loja onde trabalha.
Ambos jovens e bonitos, entretém-se a deitar fumo para o ar e a fingir que não se vêem, embora troquem olhares tímidos, aqui e ali, talvez a inventar um amor.
Não sei (nem eles, acho eu...) se um dia vão encontrar coragem para se sentarem os dois no banco de madeira, onde além de partilharem o prazer do cigarro, também poderão contar o que lhes apetecer das suas vidas...
O banco é de António Ferrão.

quarta-feira, maio 26, 2010

«Pelo Menos Agora, Poupas Dinheiro nos Sapatos»

Todos os dias descobrimos pelo menos uma história, que nos diz que a "filha da putice" não tem limites...

E quando ela se passa ao nosso lado, nem é bom falar...
Um homem antes de chegar as sessenta, teve de ser amputado da perna direita, devido a umas complicações surgidas com diabetes.
Ficou por casa vários meses, deprimido. Só saía quando era necessário, em cadeira de rodas. A primeira vez que nos cruzámos percebi a dificuldade que tinha em aceitar a sua nova situação. Uns tempos depois falei com ele, confessou-me que se sentia um peso para a família, um inútil. À boa maneira portuguesa, disse-lhe que ainda tinha uma perna e com uma prótese, poderia ganhar autonomia e deixar de ser o tal peso, para a família.
Foi por isso que gostei de o ver de muletas, a caminhar sozinho na rua.
Só não achei piada nenhuma ao velho estúpido que se cruzou com ele e disse: «pelo menos agora poupas dinheiro nos sapatos, só precisas de um.»
Ele piscou-me o olho, para não ligar, que o velho era ché-ché. Claro que se havia coisa que ele não era, era maluco. Era sim um daqueles fulanos sem graça que pensa ter piada, e com uma notória incapacidade de camuflar a "filha de putice".

O óleo é de Leonid Afromov.

domingo, maio 23, 2010

Porque Não se Escolhem os Melhores?

Esta é uma pergunta que ser aproxima cada vez mais das nossas vidas. Seja na nossa actividade profissional ou noutra área qualquer, como no próprio governo ou no parlamento.

O mais curioso é que nós discutimos sempre o acessório, o que não é assim tão importante para as nossas vidas.
Porque será? Talvez por possuírmos mais dados, por nos acharmos mais entendidos... Sim, só pode ser por isso que é mais fácil discutirmos as opções de Carlos Queirós para o Mundial que as dos ministros das finanças ou da economia, no combate à crise.
No fundo gostamos mais de discutir futebol que política. As coisas sérias fazem-nos sentir mal, mesmo que saíbamos que temos um primeiro-ministro ou um presidente da República que deixam muito a desejar, que nos dão tantas provas da sua incompetência...
Pensar que a minha primeira ideia era questionar as opções do Maradona, como seleccionador da Argentina, que tem muito mais opções de escolha que o Queirós. Não consigo entender como é possível deixar de fora jogadores como o Zanetti ou o Cambiasso, campeões europeus pelo Inter de Mourinho, ou os nossos conhecidos Lucho Gonsalez (o melhor jogador que passou pelo nosso futebol nos últimos anos...) e Lizandro Lopes.
Talvez ele não queira ser Campeão do Mundo, da mesma forma que alguns ministros não querem resolver os problemas do país. Fica-se sempre com a sensação que os nossos governantes preferem tratar da sua "vidinha" a tomar as melhores opções para o nosso país, por isso é que depois das suas tarefas no governo vão gerir empresas, pagos a peso de ouro...

sábado, maio 22, 2010

Perdidos & Achados

Acho que ando a ver muita televisão.

Digo isto porque estou novamente a "postar" graças a mais uma história "sacada" nas notícias do almoço da SIC.
O apresentador não só disse como mostrou imagens da criança "fenomenal" que com três anos já conduzia um camião TIR com o apoio dos pais. Logo vamos ver as evoluções, nove anos depois, ou seja o rapaz "condutor" com doze anos.
Devo ser muito retrógrado, pois acho esta notícia uma perfeita estupidez, assim como a postura destes pais. Talvez queiram entrar para o "guiness", mas assusta-me a normalidade como este assunto é tratado por uma estação de televisão que se diz exemplar.
Acho que há um tempo para tudo. O meu filho tem doze anos e conduzir só mesmo a sua bicicleta. E acho ainda mais estranho, tratarem o miúdo como um "fenómeno do entroncamento". Os pais sim, são um verdadeiro fenómeno, colocarem um camião nas mãos de uma criança que deveria brincar com camiões mas de miniatura...

sexta-feira, maio 21, 2010

O Homem que Fala às Escondidas com as Estrelas

Hoje ao ouvir nas notícias o senhor Silva dizer que a situação actual não o surpreende nada, muito menos chegar a este ponto. Primeiro fiquei quase sem palavras, depois enchi-me de muitas, das que não se publicam.
O senhor deve ter estado num outro país, provavelmente emigrado, não foi primeiro-ministro, não é presidente da República nem tem o poder de "deitar governos abaixo", quando estes não defendem os interesses de Portugal...

O mais engraçado foi ele não se conter e deixar vir ao de cima a sua vaidade pessoal: «Basta ver o que escrevi sobre esta matéria desde 2003...» (segundo as suas contas, trinta e tal artigos).
O desenho é do inconfundível Rui, de "O Jornal" e da "Visão", de outros tempos...

quarta-feira, maio 19, 2010

O Blogue é uma Esquina

Se cada vez há menos almoços grátis (a excepção continuam a ser as casas de amigos e familiares próximos), também as conversas inocentes começam a ser coisa da primária e secundária.
De vez em vez, lá saltam para a mesa do café, os "blogues" e os "facebooks", raramente por motivos positivos. O mais giro nisto tudo, é que as criticas mais fortes são feitas por pessoas que praticamente apenas conhecem estes dois novos meios de comunicação, de nome.
Claro que há sempre espaço para diversão no meio destas conversas. O Gui caracterizou logo estas coisas de uma forma alegre: «não vale a pena chatearem-se, o "blogue" é quase como uma esquina, onde pode dizer tudo, até mal da vizinha, que deita água de lavar o peixe pela janela; o "facebook" é mais parecido com uma caderneta de cromos. O giro da coisa é brincar aos agricultores e conseguir ter milhares de "cromos" como amigos.»
O Gui além de nos fazer soltar um sorriso acabou com o mau génio do Ventura, que momentâneamente, que se rendeu à "caderneta de cromos"...
Claro que as coisas não são assim tão simples como parecem. Um blogue tanto pode ser uma esquina como um largo, aberto, por onde passa gente e também o mundo, sem estar confinado às "vidinhas" tristes da vizinhança.
O "facebook" também terá outras virtudes, para além das actividades campestres virtuais e essa vontade indómita de conseguir atingir o milésimo amigo. Pode ser um espaço de reencontro com pessoas que não encontramos há décadas e de informação.
Quando disse mais ou menos isto, o Ventura voltou a virar-se do avesso e interrogou-nos: «e quem disse que esses reencontros com gente que não vemos há décadas contribuem para a nossa felicidade? Muitas vezes só servem para nos recordar cenas tristes...»
Quanto a isso não há nada a dizer. Quem não se orgulha muito dos passos que deu, o melhor é manter-se longe. Até ver, parece-me que nesse espaço não se "vendem passados"...
Praticamente tudo o que nos rodeia, pode ser bom ou mau, depende unicamente da forma como é utilizado pelas pessoas.

terça-feira, maio 18, 2010

Ser Mau Seleccionador, é Isto...

Sei que é quase de mau gosto falar de futebol no Dia Internacional dos Museus, mas...
E eu até tinha pensado não escrever nada sobre a selecção de futebol, sobre Carlos Queirós, mas a convocatória para o Mundial continua a cirandar por aqui e tive de escrever qualquer coisa...
Não gostava de Scolari, por sentir que ele percebia mais de "marktingue" que de futebol e por não me rever no seu populismo e demagogia barata, tão "latina-américa" (não, nunca coloquei a bandeira à janela...).
Pensava que com Queirós as coisas mudavam. Mudaram, mas para pior. A selecção nunca foi um grupo coeso e unido, quase nunca jogaram como equipa nem deram espectáculo dentro do relvado. Percebi durante o apuramento que o seleccionador era medroso (pensava que estava melhor que tinha aprendido alguma coisa com Ferguson, no Manchester...), uma das piores características que um treinador pode ter. Por isso nem devia estranhar que ele convocasse seis defesas centrais...
Mas a convocatória começa logo mal com os guarda-redes. Como é que se convoca o suplente do FCPorto e se deixa de fora os titulares do Benfica e do Sporting (Quim e Rui Patrício)? Depois o senhor ainda tem o desplante de vir falar para a comunicação social de presente e futuro, para justificar o injustificável, como se o Mundial fosse uma competição do futuro...
Da defesa não falo (para além do número excessivo de centrais), porque esta é a sua especialidade...
Mas Queirós continua à defesa no meio campo, onde abundam trincos (Raul Meireles, Tiago, Miguel Veloso, Pedro Mendes) e faltam criativos, o único "número dez" convocado foi Deco. Conhecendo o jogador brasileiro - fraco fisicamente e pouco profissional -, devia existir pelo menos uma alternativa para a sua posição. Do trio, João Moutinho, Carlos Martins e Nuno Assis, pelo menos um deles deveria ter sido convocado.
No ataque poderia falar da ausência de Makukula, que embora não seja grande jogador, marca golos (era o lider dos marcadores no campeonato da Turquia, que não deve inferior do nosso), ao contrário de Hugo Almeida.
Se tenho esperanças nunca boa classificação? Não sei. Tudo depende dos jogadores, da sua vontade ou não de vencerem. Depende mais deles que do seleccionador (e ainda bem). Só desejo que não estejam à espera que Cristiano Ronaldo resolva tudo (Carlos Queirós incluido, claro...), como tem sido costume...

domingo, maio 16, 2010

A Escola a Nu

A história da professora de Mirandela passou-me um bocado ao lado. Quando li as primeiras versões, pensei de imediato na realidade do nosso país, que ainda deve ser mais complicada atrás dos montes...

Sei que continuamos muito agarrados às "virtudes públicas e aos vícios privados", graças a várias doutrinas, que não se resumem aos credos religiosos. Foi por isso que nem estranhei que o autarca lá do sitio tentasse "esconder" a jovem professora dos olhares curiosos, e lhe prometesse logo a não renovação do contrato, como prémio pela ousadia de colocar a Mirandela no mapa. Coisa que a moça deve detestar, caso contrário, não tinha posado para a "Playboy" (esta história deve ter vindo mesmo a calhar, para subirem as vendas da revista...).
Como costuma acontecer nestes episódios "novelescos", as últimas versões oficiais lá do burgo trasmontano, contradizem as inicias e dizem-nos que as medidas tomadas apenas pretenderam proteger a jovem, dos olhares e das provocações. E que até pode não ser despedida (pode mesmo ou vocês são uns brincalhões?). Provavelmente, são as mais convenientes nesta altura da polémica.
Sei que estou longe de ser um moralista de pacotilha, mas mesmo assim acho que a atitude da professora é bastante discutível, porque é difícil separar a educadora da modelo de fotografias eróticas. Eu por exemplo, não ia achar muita piada que uma das professoras dos meus filhos posasse nua para uma das revistas que se afirmam como masculinas. Preconceito? Não sei, acho que não. Nem tão pouco quero cair na abominável tese das "virtudes públicas e dos vícios privados", mas penso que um professor é um educador, e como tal, não deve ridicularizar a profissão nem a escola.

sexta-feira, maio 14, 2010

A Visita Providencial do Papa

Eles podem não saber governar mas são uns verdadeiros artistas como "vendedores de banha da cobra", "ilusionistas" e "contorcionistas".

O apelo ao sofrimento, ao sacrifício, à união e à oração, claro, papal, nunca deve ter dado tanto jeito a um governo, como ao de Sócrates. Eu no seu lugar, voltava a mandar colocar crucifixos nas escolas e dizia que aquela história do estado laico tinha sido só uma brincadeira (mais mentira, menos mentira, começamos a ficar habituados...).
Nunca a velha frase, «isto está tudo ligado», fez tanto sentido. Talvez este ainda venha ser o quarto, quinto, ou sexto "segredo de Fátima".
Quando o Gui dos filmes me disse que não ia a Fátima, a 13 de Maio, porque tinha medo de começar a acreditar no milagre, com toda aquela emoção colectiva, que deve mexer com qualquer agnóstico, respondi-lhe com um sorriso, acrescentando que Fátima deu muito jeito a Salazar, como agora está a dar a Sócrates (a tolerância de ponto trazia impostos no bico...).
Só que os tempos são outros e para a semana já ninguém se lembra do Papa nem do Benfica e ele vai ter de descer à Terra, a não ser que se aproveite de mais qualquer coisinha...
Coloquei esta imagem, porque cada vez mais me parece que a Nossa Senhora de Fátima vai nua. O óleo é de Alan Feltus.

quinta-feira, maio 13, 2010

A Política da Mentira

Nunca pensei vir a dar razão à "profeta da desgraça" das últimas eleições.

O tempo acabou por lhe dar razão...
O PS e Sócrates só ganharam as últimas eleições porque mentiram descaradamente ao povo português.
O primeiro semestre de 2009, com o abrandamento das reformas na educação e na saúde, o aumento dos ordenados da função pública, assim como a aposta nas grandes obras públicas, só teve um objectivo, ganhar eleições.
Porque a sua vitória era o garante da manutenção deste sistema de favorecimento aos "pedros soares", que se multiplicam por tudo o que são cargos de "confiança política" e destroem a economia de qualquer país.
Não acredito que estas medidas tenham algum efeito benéfico para o nosso crescimento económico. A única coisa que fazem é reduzir a despesa e o "déficit". Daqui a dois, três anos, estaremos mais pobres, e provavelmente, ainda mais na cauda da Europa...
E será bom darmos mostras do nosso descontentamento a todos estes "chico-espertos" que tão bem se têm governado, em vez de governarem o país, desde que entrámos para a Comunidade Europeia.

terça-feira, maio 11, 2010

Num Outro País Qualquer

Há muito tempo que ele tanto estranha a bondade como a maldade humana.

Foi por isso que escolheu viver num dos bairros mais feios e pobres da cidade.
Ali sabe que não é invejado nem bajulado por ninguém, nem tão pouco olhado de lado. É um indiferente, um quase invísivel, como todos os outros habitantes, pretos, brancos, castanhos ou cor de rosa.
Passa a vida a pintar. Tem compradores certos das suas aguarelas sobre Lisboa, de Alfama à Lapa. Também pinta interiores de casas, quando os bolsos estão mais vazios e o João Pintor precisa de reforços.
Achou estranho os aviões voarem tão baixo a meio da manhã. Não se assustou, como a senhora que ficou imóvel durante mais de um minuto. Além de suar, tinha ar de quem pensava que havia uma guerra qualquer a rebentar por aí. Não achou piada ao medo da mulher idosa nem ao barulho dos jactos, que conseguiram estremecer o cavalete e borrar a aguarela que estava a pintar.
Só à hora do almoço, quando passou pelo café, descobriu que o papa andava por aí, a fazer milagres.
O café estava mais cheio que o costume, para um dia da semana. Foi então que ouviu dizer que era feriado em Lisboa, graças ao tal rei dos católicos, que aparecia na televisão com o presidente.
Numa outra mesa, mais dada aos futebóis, preferiam o futebol à missa. Colocavam o Queirós no assador, enquanto faziam futurologia escura sobre o campeonato do mundo. Não ganhavam um jogo. Queriam um tal Quim, um João Moutinho, um Ruben qualquer coisa e um Makukula na selecção e ainda um Scolari. Rendeu-se mais uma vez à sua ignorância, não fazia ideia que havia portugueses com estes dois últimos nomes...
Sorriu de felicidade por não ver televisão, não ler jornais nem ouvir telefonia. A sua companhia continuava a ser o velho gira-discos e a música dos anos sessenta e setenta.
Bebeu o café e lá foi, para a sua casita, num outro país qualquer...
O óleo é de Francis Picabia.

domingo, maio 09, 2010

Parabéns Frederico!

Frederico Gil está de parabéns, é a primeira vez que um português chega a uma final, de um torneio de ténis ATP, e logo no Estoril Open!

Tenho acompanhado os jogos principais, especialmente os dele, que têm sofrido grandes oscilações durante os "sets", e nem sempre são jogados da melhor forma. Mas depois, nos momentos chave do jogo, surge a força que faz a diferença entre os grandes campeões e os outros: a ponta final onde se junta o génio, a frieza e o querer muito ganhar.
E o Frederico é um grande campeão. Se continuar assim, chegará rapidamente aos 50 melhores do "ranking mundial" ATP.
Estes parabéns também são extensivos a Rui Machado e a Michelle Brito, atletas excelentes, que também têm um grande futuro na modalidade.

Nota: é uma pena a forma como os nossos grandes campeões (extra-futebóis) são olhados pela comunicação social, especialmente a especializada...

sábado, maio 08, 2010

Sem Utopia

Caminhava na rua quando uma mulher jovem olhou fixamente para mim.

Ainda pensei que nos conhecêssemos de algum lado, mas o sorriso trocista que me lançou, quando fingi olhar para o lado, atrás dos óculos escuros, fez com que percebesse que não.
Há muito tempo que não olhavam para mim assim (não, não foi a Juliette Binoche...).
Nos metros mais próximos pensei numa série de coisas. Até me interroguei se as mulheres tinham a mesma capacidade de "despir" com os olhos, que nós... e claro, percebi que continuo preconceituoso, continuo a não conseguir colocar a mulher em plano de igualdade com o homem, nas chamadas histórias de "engate".
Foi por isso que coloquei aquela provocação na "posta" anterior.
Porque será que as mulheres não poderão olhar para os homens, como estes olham as mulheres?

quinta-feira, maio 06, 2010

O Café das Utopias

Ele não conseguia parar de rir, nunca pensara que uma brincadeira de quase mau gosto, colocasse tantos homens da rota do "Café Rosa", à procura das mulheres que "engatavam" os homens que queriam, a troco de uma aventura fugaz. E ainda havia um "extra", eram capazes de deixar um nota na mesa de cabeceira, se ficassem satisfeitas.

De repente um café quase sem freguesia, ficou cheio de homens que se passeavam pelas mesas, preparados para tudo, a troco de uma aventura...
Foi então que ele disse que as mulheres já não paravam no "Café Rosa", porque se havia coisa que detestavam, era "homens oferecidos"...
Na foto, Audrey Hepburn, "ciclista", a passear com um cachorrinho...

segunda-feira, maio 03, 2010

O Futebol Não é Isto...

Ontem fui ao futebol, ainda por cima a Alvalade, e ver o Sporting perder com a Naval...

Como li na "A Bola" de hoje, a maior emoção do jogo, foram os dois golos que o Porto marcou ao Benfica.
Há mais de dez anos que não assistia a um jogo de futebol entre clubes da primeira divisão.
Existem várias explicações. Há duas que são mais fortes: o facto de ter feito jornalismo desportivo e ter conhecimento de milhentas histórias sobre gente com preço, capazes de ditar os resultados dos jogos; e o aumento da violência, dentro e fora dos estádios, graças às claques, cheias de gente que gosta tanto de futebol, que passa a maior parte do tempo de jogo de costas para o relvado.
Talvez sejam desculpas, o que é certo é que o meu filho, "lagarto", só aos doze anos é que entrou no Estádio de Alvalade, enquanto eu aos seis já ia de mão dada com o meu pai, ver os jogos do Caldas, no velho Campo da Mata...
Também nunca calhou (a mãe dele também não liga muito...). Além disso sou daqueles que gosta mais de ver futebol na televisão que nos estádios (estou mais atento ao jogo, no estádio distraio-me bastante com o que me rodeia...). Como nunca fui "doente da bola", não sei se graças à educação que o meu pai me deu nos estádios, onde nunca o vi aos gritos, a chamar nomes feios ao árbitro e aos jogadores, se por feitio, também deve ter pesado. Provavelmente foi por isso que nunca tive um cachecol ou uma bandeira do Benfica...
Voltando ao jogo do Sporting, compreendo muito bem o desalento dos sportinguistas. O que me tem irritado mais nos últimos anos, não foram as derrotas do Benfica, mas sim ver a equipa jogar muitas vezes pior que o Paços Ferreira, a Académica, o Leixões ou o Rio Ave (e ver os futebolistas de águia ao peito correrem menos que os adversários...).
Na verdade, sinto-me muito mais satisfeito de ter levado os meus filhos ao cinema, ao teatro, aos museus, de lhes oferecer livros, que de os levar aos estádios...
Ver por exemplo o que aconteceu ontem no "Dragão", dentro e fora do estádio, explica quase tudo. E quando até a polícia já acha tudo isto normal e banal, ao ponto de um comissário ser forçado pela realidade a dar o dito pelo não dito, em frente das câmaras de televisão...

domingo, maio 02, 2010

Bom Dia Mãe

Bom dia Mãe.

É tão bom saber que estás aí, com a tua serenidade, doçura, amor e sabedoria milenar, à minha espera...
Às vezes tenho saudades do teu colo, das histórias que me contavas, para comer a sopa.
Outras vezes tenho apenas saudades de te olhar, de te dizer mal me levanto:
Bom dia Mãe.

O óleo, "Madonna Village", de Marc Chagal, simboliza a Mãe de todas as mães...

sábado, maio 01, 2010

Maio Vermelho

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho


José Carlos Ary dos Santos, in "As Portas que Abril Abriu", ilustrado por António Pimentel.