quinta-feira, setembro 30, 2010

Os Ranhosos e o Relato do Benfica

O diálogo que mantive com o Duarte, no começo da manhã, teve tanto de sincero como de ordinário. Por razões óbvias, não pode ser transcrito integralmente.

Estou a falar de um arquitecto-pintor anarquista, intratável quando se fala de políticos, da esquerda à direita e da direita à esquerda, gente que segundo ele, além de mentirem, dia sim dia sim, julgam-se "vedetas" do Circo Soleil, embora não passem de artistas falhados, com números de ilusionismo e trapezismo confrangedores.

Ontem ao começo da noite ficou pior que "fodido", quando lhe cortaram o relato do Benfica, para colocarem em directo dois ranhosos a explicarem o inexplicável. Depois de toda a "merda" que fizeram, ainda tiveram a lata de aparecerem armados em "salvadores da pátria" em todas as emissoras que estavam a transmitir o jogo.

Não teve outro remédio, senão desligar o rádio e continuar a trabalhar no projecto que tinha em mãos.

Soube mais tarde que o Benfica tinha perdido na Alemanha, e como quem tinha mais a jeito eram os dois "ranhosos" do governo, culpou-os da derrota.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Uma Rameira Diferente

«O avô visitava-a meia dúzia de vezes por ano.

Não era um "necessitado" sexual, mas havia coisas que só ele e aquela mulher entendiam. Talvez fosse essa a razão de ser recebido de uma forma diferente, sem horas de partir, porque ele não era bem um cliente, era muito mais que isso.

O avô sentia-se bem na sua companhia, nunca me falou em pormenores picantes, apenas me disse que adorava ser despido por ela - não se lembrava de alguma vez ter sido despido pela avó -, mas o que mais recordava daquelas visitas eram as conversas, antes, durante e depois.

Confidenciou-me que a mulher que vendia prazer gostava de ler livros e ele trazia-lhe sempre um. Nunca mais falou com ninguém, sobre livros, como com ela...»
(extracto de um conto que escrevi sobre livros e leitores...)
O óleo é de Fulvio di Marinis.

segunda-feira, setembro 27, 2010

O Poezine "Debaixo do Bulcão"

Há meia dúzia de anos que colaboro no poezine almadense, "Debaixo do Bulcão", a publicação mais livre que conheço.

Comecei a colaborar quase por acaso e desde aí, fui sempre escrevendo qualquer coisa, em prosa ou em verso. Neste número escrevi o texto, "Quase Num Outro País Qualquer", no qual aproveitei a visita do papa para fugir do mundo...

Faço-o por duas razões: por ter sido bem acolhido pela sua "alma mater", o António Vitorino, jornalista, "bloguer" e poeta da Margem Sul, e também por concordar com a essência do projecto, completamente desviado do circuito comercial e deste materialismo que consome o nosso dia a dia.

O número 38, de Setembro, recebeu a colaboração de: Eloiza Meneses Pereira, Salmonela Pintassilgo, Tiago Espírito Santo, Madalena Barranco, António Vitorino, Mónica Quindré, Miguel Palitos, Affonso Gallo, Luís Milheiro, Vitor Serra e Artur Vaz.

Está muito bonito graças à paginação e às ilustrações de André Antunes.
Adenda: Quem quiser ler a minha "crónica", ela está disponivel no blogue Debaixo do Bulcão.

sábado, setembro 25, 2010

Belarmino e o Poder do Cinema

Um dos filmes que marcaram o chamado cinema novo, foi "Belarmino", realizado por Fernando Lopes em 1964.

Se não existisse o filme a personagem Belarmino Fragoso passava ao lado da maior parte das pessoas, até por nunca ter sido uma figura exemplar da nossa sociedade.

O filme oferece-nos uma história que o eleva como "boxeur", tratando-o quase como um "fora de série", alguém que passou ao lado de uma grande carreira internacional, coisa que nunca aconteceu, pelo menos segundo os entendidos na matéria. Foi várias vezes campeão de Portugal na categoria de pesos médios nos anos cinquenta, o que acabou por o catapultar para o boxe profissional, onde nunca alcançou grandes resultados.

Segundo o mestre Ricardo Ferraz, que me ensinou o essencial sobre este desporto-espectáculo, que sublima o pior e o melhor de nós, bastava uma palavra para definir Belarmino: "escroque".

E realmente, Belarmino, como ser humano nunca foi um exemplo da virtude.

O meu amigo Zé Manel, que o conheceu pessoalmente, recorda com um sorriso nos lábios, o "pintas", o "gabarolas", ou seja, uma figura típica bairrista de uma Lisboa entretanto desaparecida. Não lhe chama mentiroso, diz que era alguém que adorava fintar a realidade, com um jeito especial para contar histórias incríveis e pedir "um santo antónio" aos amigos que encontrava na rua...

Um dos seus pontos fracos eram as mulheres, envolvendo mesmo algumas vedetas do espectáculo em histórias proibidas, embora a sua fama de mulherengo não ultrapassasse os bares de terceira categoria que frequentava, alguns dos quais trabalhou como segurança e porteiro.

Claro que o filme também pode ser analisado por outro prisma, como uma metáfora da própria sociedade, com os altos e baixos da vida, num género pouco explorado, o cinema directo.

Uma das coisas que sobressaem do filme é a fotografia, da autoria de Augusto Cabrita.

Acabei por escrever mais do que queria, afastando-me um pouco da ideia inicial do "post". Queria falar essencialmente do poder "mítico" do cinema, onde se podem criar novas histórias e oferecer novas roupagens a personagens. Onde se nota mais isso, é nas adaptações literárias. Fazem-se filmes baseados em livros, que ganham vida própria, subvertendo a ideia inicial, o que nem sempre agrada aos autores...
A escolha desta fotografia, com uma das estátuas do jardim do Museu do Chiado, deve-se à tal "imortalidade" alcançada pelo mundo das Artes, inclusive a sétima...

quinta-feira, setembro 23, 2010

Nós e os Outros

Nunca morri de amores pelas generalizações. Provavelmente por gostar de "nadar contra a corrente", e também por ter sido educado com valores da esquerda (dos quais não me envergonho nem um pouco...), desde cedo me habituei a olhar para um cigano, um negro, um homossexual, sem preconceitos.

Não os olho como iguais, porque todos nós somos diferentes. Defendo sim que devem ser tratados de forma igual pela sociedade, seja no capítulo dos direitos seja no dos deveres.

Mas é tão fácil apontar o dedo aos "diferentes", até os jornalistas caem nesse erro com facilidade...

Sim, é dado mais destaque a um crime praticado por um negro ou cigano, que por um branco.

Esta forma como protegemos aqueles que consideramos "os nossos" deve ter explicações ao nível da psicanálise, contribuindo para que a sociedade ainda se torne mais "vesga", do que já é.

Quando conseguirmos analisar a vida social, com todas as pessoas no mesmo patamar, gente de bem e gente de mal (foi a forma mais simplista que encontrei para separar o trigo do joio...), sem focarmos a cor de pele, o credo ou modelo de vida escolhido, deixaremos de apontar o dedo aos negros aos amarelos ou aos vermelhos. Todos nós devemos ser julgados apenas pelos crimes ou problemas que possamos causar, sem se entrar na acusação quase "tribal", como aconteceu em França.
E não vale a pena culpar a "crise", mesmo que ela traga atrás de si, o pior de nós...
O óleo é de Steven Kenny.

terça-feira, setembro 21, 2010

(in)Tranquilidade

Da mesma forma que achei "patética" a tentativa de contratar o Mourinho por dois jogos, acho um erro a contratação de Paulo Bento.

Considero-o um bom treinador, mas não consigo ver nele o "salvador da pátria", tão necessário nestes tempos que correm. Apesar de ter uma boa capacidade de liderança (só desta forma aguentou tanto tempo em Alvalade), não tem espírito para lidar com tantas "vedetas", muitas das quais apenas vêm passear a classe ao seu país, com o pensamento no seu prestígio pessoal e não colectivo.

Embora saiba que muitos destes craques precisam mesmo de ser encostados, sem ser necessário apontar-lhes o dedo, como fez Carlos Queirós, sempre que as coisas correram mal, não há retaguarda que permita fazer "revoluções" na selecção.

A solução ideal para mim seria Manuel José, cuja experiência e sabedoria, seria uma mais valia para fazer da selecção o que Queirós nunca conseguiu fazer, um grupo forte, unido e solidário.

Como gostava de estar enganado, de assistir ao regresso das vitórias...

segunda-feira, setembro 20, 2010

Um Saco de Pedras como Bóia

Faz-me uma grande confusão toda esta agitação de mercados e o poder das agências de "rating".
Nem as crises violentas conseguem retirar o esplendor a este capitalismo execrável, que em vez de oferecer um colete de salvação ou uma bóia, a quem já está com a água no pescoço, opta por lhes atirar um saco de pedras.
Por muito que me esforce não consigo perceber a lógica de aumentar os juros aos países com mais dificuldades. Oferecendo outra imagem metafórica, em vez de aliviarem a corda no pescoço, apertam-na.

Desta forma será muito difícil á Grécia, a Portugal ou à Islândia resistirem a esta crise, que está a acabar com os primeiros e segundos mundos.

Daqui a nada, seremos todos nivelados por países como a China, a Índia, o Brasil, onde se encontram os maiores milionários do mundo e também as pessoas que vivem da forma mais miserável no planeta.

domingo, setembro 19, 2010

Lisboa Ribeirinha


Apesar das dificuldades financeiras, o Município de Lisboa está a fazer um esforço em devolver a sempre agradável margem do Tejo aos lisboetas.


E já se notam diferenças, junto à Praça do Comércio e ao Cais Sodré.

E vê-se muita gente a passear de bicicleta à beira rio e pela Baixa.

Tenho pena de não ver ninguém mexer um dedo na outra margem (a minha), os projectos vão sendo adiados ano após ano.
E pensar que em Almada, uma das bandeiras do Município é a ausência de dívidas a terceiros, tão distante da quase falência da Capital...

quinta-feira, setembro 16, 2010

A Diferença entre Virar a Página e Fechar o Livro

Os livros prestam-se a tudo, até a imagens metafóricas da sociedade.

Numa conversa de café disse que um dos problemas do nosso país, é virarmos muitas vezes a página do mesmo livro, sem termos a coragem de o fechar, de partirmos para outra aventura.

É um problema do todo, mas onde se nota mais a dificuldade em mudar, é na política e no futebol (andam tantas vezes de mão dada, até nisto...).

O que é estranho, pois grande parte das conversas que temos é sobre estes dois temas. São tão fáceis de discutir, que não é de todo anormal começarmos a falar com desconhecidos sobre os filmes e as personagens destes mundos estranhos e paralelos...

Difícil é falar com um estranho sobre um livro, um filme ou uma peça de teatro...

Entre muitas coisas, até apareceu o Paulo Bento na mesa de café, que é dado pela imprensa do costume, como um potencial seleccionador nacional. Embora lhe reconheça qualidades, espero que não aceite o desafio. Faltam-lhe anos de experiência e vida futebolística, para conseguir ser uma alternativa de sucesso ao "fracasso Queirós". Ele nunca saiu de Alvalade como treinador, precisa sem qualquer dúvida de conhecer mais mundo, além da segunda circular.

Tenho a certeza que com a sua entrada na Federação, virava-se apenas mais uma página do livro, que precisa urgentemente de ser substituído por "melhor literatura"...
Na imagem, Buster Keaton, um grande actor do burlesco, que também lia livros...

terça-feira, setembro 14, 2010

Toureiros, Sanzonalidades e Touros

Depois dos cinquenta anos, a ameaça de desemprego nunca mais o abandonou.

Vai resistindo, aceitando trabalhos aqui e ali, muitos dos quais nunca imaginou um dia ter de fazer.

A última aventura aconteceu antes do Verão. A necessidade fez com que aceitasse cobrir corridas de touros em praticamente todo o país, que, segundo o amigo que o convidou, estavam novamente na moda, apesar dos movimentos contra a "tortura aos animais nas praças".

Aceitou sem nunca ter escrito nada sobre touros ou toureiros, nem tão pouco se lembrava de assistir a uma corrida de touros.

Como em tempos lhe tinha falado de Vila Franca de Xira, de Vitor Mendes, José Júlio, José Falcão e Mário Coelho, tentando explicar o inexplicável do meu fascínio pelo toureio apeado, ele quis conversar comigo.

Falámos de tanta coisa nessa tarde...

Lembro-me de lhe ter falado de nomes que ele nunca ouvira falar, de António Ordoñez, Luís Miguel Dominguin, Paquirri, Joselito, Manolete, Manuel dos Santos, Ricardo Chibanga, Júlio Robles, entre outros grandes matadores de touros.
Depois desta experiência, confessou-se fascinado com o entusiasmo da "aficion" e também com a coragem dos moços forcados.
Miguel Angel Perera, um dos melhores matadores de touros da actualidade, é o toureiro da foto.

sábado, setembro 11, 2010

Fados Nossos

Não faço ideia se o apego ao Fado de uma boa parte da nossa juventude, acaba por ser mais um sinal destes tempos difíceis que não nos abandonam. Sei apenas que não me recordo de ouvir tantos jovens fadistas, que além de cantarem com alma, também têm excelentes vozes.
Felizmente estes cantadores e cantadeiras vão muito para além do fado castiço que se oferecia aos turistas, nos retiros dos bairros típicos lisboetas, tantas vezes esganiçado e fora de tom...

Outra nota não menos positiva, é descobrir uma mão cheia de jovens talentosos a desafiarem as potencialidades da guitarra portuguesa, seguindo sem complexos as notas geniais de Paredes, Rocha ou Chainho.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Convicto? Sim, sem Sombra de Dúvida

Salazar não era Democrata nem não era Cristão. Convicto sim, ninguém deve ter dúvidas de que era um Ditador Convicto. Aliás a sua obra e as suas palavras falam por si.


Eis o que Salazar disse (na primeira pessoa), no livro da autoria de António Ferro, "Salazar, o Homem e a Sua Obra", (III Capítulo, A Ditadura e o seu Contacto com a Nação):

«A nossa Ditadura aproxima-se, evidentemente, da Ditadura fascista no reforço da autoridade, na guerra declarada a certos princípios da democracia, no seu carácter acentuadamente nacionalista, nas suas preocupações de ordem social.»

Não são precisas mais palavras, além destas "encomendadas" a António Ferro, que revelam o que o ditador pensava da democracia, os seus 36 anos de governação bastam, para identificar este "democrata cristão convicto", segundo essa sumidade parda, que tem recebido tantos elogios, pelos situacionistas do costume, chamada Filipe Rebelo de Menezes.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Talvez...

Talvez o nosso país seja mesmo um pesadelo.

Segundo muitos "pessimistas", desde sempre.

Há argumentos para todos os gostos. Profetas da desgraça que contam sempre a "estorinha" do filho que bateu na mãe (detesto ouvir esta babuseira), no começo da nossa história, acrescentando que o que nasce torto nunca se endireita (até apagam o tarde...).

Outros recorrem ao Eça, sempre actual. Esta utilização da literatura nem é grande novidade, os pessimistas de outros países também recorrem aos "clássicos" e até aos grandes filósofos, quando é preciso dizer mal. E há ainda quem regresse à "roma imperial", quando um centurião qualquer, cansado de lutar contra os lusitanos, disse qualquer coisa do género: «estes parvalhões dos montes nem se governam nem se deixam governar.» Enfim, várias "músicas de serrote" para quem gosta do bota abaixo e de nos denegrir como povo.

Outra gente de memória mais esconsa, trás à liça o Salazar, enchendo-o de adjectivos e predicados. Até são capazes de dizer que no seu tempo é que era bom, esquecendo a pobreza e a miséria em que se vivia... e nem falo da repressão, da censura, dos muitos homens e mulheres presos sem culpa formada.

Eu penso que não, nem tudo foi e é mau na nossa história. Falando apenas da nossa história recente, de 1974 a 1986, apesar das constantes mudanças políticas, próprias das democracias, tornámos-nos um país mais justo, com melhor educação, melhor saúde, melhor justiça e melhores condições económicas e sociais.

Onde falhámos redondamente foi após a entrada na Comunidade Europeia. Em vez de fazermos as reformas necessárias, que deveriam visar a modernização e o reforço da democracia no nosso país, desperdiçámos dinheiro e recursos, ano após ano, que tanta falta nos fazem hoje.

Culpados? São sem qualquer dúvida os chefes de governo que alimentaram a ilusão da "entrada na europa dos ricos", sem qualquer esforço ou mudança, de uma forma completamente irresponsável. Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates, bem podem repartir culpas no estado actual do país, sem ser necessário recuar na história...

O óleo é de Kostecki Tomasz.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Fazer as Malas e Partir...

É cada vez mais visível que um
a boa parte dos nossos jovens estão a partir, a deixar o país. Voltaram a emigrar, quase sempre pelas mesmas razões que os seus pais, tios e até avós, emigravam nos anos sessenta e setenta.
Embora pense que hoje as coisas ainda são piores, uma vez que nem empregos mal remunerados existem, pelo menos para portugueses. Os que existem são para estrangeiros clandestinos que não se importam de trabalhar sem quaisquer regalias e com vencimentos que nos deviam envergonhar a todos.
A demagogia barata de quem nos governa há muito que deixou de fazer milagres, somos cada vez mais um país sem perspectivas e sem futuro.
E o pior, é que os que partem são aqueles que têm mais espírito de aventura e de iniciativa. Sempre foi assim...
Claro que não partem tão bem vestidinhos como Frank Sinatra, na foto...

segunda-feira, setembro 06, 2010

Um País, Várias (in)Justiças

Mesmo ausente de férias foi impossível passar ao lado dos temas escolhidos pela comunicação social para marcar as "nossas agendas", pelo menos nas páginas dos jornais e nas notícias televisivas (a rádio quando estava sintonizada só nos dava música...).

Vi a entrevista de Carlos Queirós na SIC e percebi que a sua vaidade e a presunção são mais fortes que a sua contenção. Ganhava mais em ficar calado, pois não dizia tantos disparates, como comparar um "polvo" com uma "nuvem". A falar desta maneira até coloca contra si aqueles que percebem o que está por detrás da "coisa"...

E claro, era impossível passar ao lado das sentenças (tardias) do "processo Casa Pia", com condenações que muitos de nós achávamos improváveis, devido a todas as "cortinas de fumo" e "notícias fabricadas" que foram colocadas na (e pela) comunicação social ao longo dos oito anos que este pesadelo durou e que nos entrou pela casa, diariamente durante anos, sem pedir licença.

Uma boa parte de nós rege-se pelo instinto. Sem conhecer o processo ao pormenor, sente que fulano é culpado e beltrano inocente. É provável que este "instinto" tenha sido influenciado pelas notícias que fomos lendo, vendo e ouvindo.

O que muitos não pensariam é que aquilo que começou por ser um processo político, o primeiro, descaradamente político, montado por uma direita do mais rasteiro que há, que até teve a minúcia de retirar os nomes ligados ao PSD e PP da lista de suspeitos (é aqui que não percebo o papel da Polícia Judiciária e do Ministério Público, ou então sou forçado a perceber, fazendo fé nos processos políticos seguintes...), condenasse os arguidos com tantos anos de prisão.

Apesar dos gritos e das conferências de imprensa inflamadas a clamarem "justiça", após a sentença e da confusão (e falta de isenção) a que nos habituou a comunicação social, continuo a acreditar muito mais nos juízes e nas vitimas que nos arguidos.
Agora é tempo de recursos, mais tempo de espera (como este óleo de Michelle del Campo indicia...), mais tempo de confusão com novos episódios da divulgação e manipulação do processo, deitando cá para fora apenas as partes que interessam a quem continua a ter muito poder...

domingo, setembro 05, 2010

Final de Agosto Quente


Uma das formas de suportarmos o calor deste Agosto no interior, era visitar a barragem e ficarmos por lá até depois do pôr do Sol...