quarta-feira, setembro 30, 2009

Não Transformem Belém numa Casa Amarela

Depois de ouvir a declaração de Cavaco Silva, não fiquei surpreendido, o senhor foi igual a ele mesmo.

Por muitas voltas que Cavaco dê ao "palco", não deixará de ser o "senhor silva".
Claro que eu já tinha percebido há bastante tempo que ele não quer ser o presidente de todos os Portugueses, mas apenas de alguns.
E se por acaso tivesse dúvidas, tinha as perdido ontem, ao ouvir o "senhor silva" falar de um e-mail publicado num jornal, e não nas notícias "encomendadas", publicadas num outro jornal (curiosamente dizem-se ambos de referência...), que colocou as escutas na ordem do dia e até mereceu fortes criticas do seu provedor, ao ponto de despoletar a publicação do tal e-mail.
Parece que para os lados de Belém ainda não perceberam, que nós portugueses não somos tão burros como parecemos...
Esta Lisboa "amarelecida" é do Carlos Botelho...

terça-feira, setembro 29, 2009

Bons Exemplos do Desporto

Embora o desporto já não seja a "escola de virtudes" de outros tempos, ainda pode ensinar muito, especialmente à classe política.

Em qualquer campeonato desportivo, só há um campeão, aquele que fica em primeiro lugar, não há grande espaço para vitórias morais. O segundo é sempre o primeiros dos últimos...
Nem se fazem comparações com o campeonato do ano anterior. A tese desportiva é esta: «por um se ganha, por um se perde.»
Na política ganham sempre todos, em quaisquer eleições.
Foi assim no domingo: o PS ganhou porque ficou em primeiro lugar; o PSD ganhou porque teve mais três deputados; o CDS ganhou porque alcançou os dois digitos e ficou com mais nove deputados; o BE ganhou porque duplicou o número de deputados; a CDU ganhou porque conquistou mais um deputado.
Mais palavras para quê?
Esta fotografia mostra-nos uma das primeiras equipas de futebol do Ginásio Clube do Sul, de 1924.

segunda-feira, setembro 28, 2009

A Verdade é Muito Mais que um Slogan

Se houve cartaz que me irritasse, ao longo das ruas e rotundas por onde ele foi afixado, foi o da "hora da verdade".
Sempre que o via lembrava-me de coisas deprimentes, como a nossa Selecção Nacional de Futebol, que anda desde o começo do apuramento para o Mundial, à espera da "hora da verdade"...

Só o coloquei aqui hoje, porque não queria participar explicitamente no enterro da "política de verdade".
Há coisas com a qual não se brinca. Os fulanos do "marquetingue" já o deviam saber...

domingo, setembro 27, 2009

A Igualdade Plena

Acordei muito cedo hoje.

Não tinha pensado escrever nada neste dia de eleições para o Parlamento. Não por estar em reflexão ou ter medo de dizer o que me vai na alma, apenas porque pensava não ter vontade de dizer o que quer que fosse. Podia falar de futebol, das goleadas "fantasiosas" do Benfica ou dos "roubos" ao Sporting (e atenção que sou benfiquista...), mas não, bastam-me algumas conversas de café para "esmiuçar" (a palavra da moda...) os árbitros incompetentes que envergonham a bola e a relva dos estádios.
Mas vamos lá então ao dia de hoje...
Voto sempre de manhã, numa escola que fica a poucas centenas de metros da minha casa, a caminho do "Repuxo", o café onde passo parte da manhã de domingo a "tertuliar".
Não faço parte dos indecisos, sei sempre onde colocar (ou não) a cruz. Desde o começo da década de oitenta, quando comecei a votar que sonho com um país mais justo, com melhor justiça, saúde e educação para todos.
Infelizmente as coisas estão piores que nesse tempo, em que ainda não estávamos na "Europa". Existem realmente mais vestígios da tal "asfixia" que tanta tinta tem feito correr nas televisões, nas rádios, nos jornais e até nos blogues.
Claro se nos compararmos com países como a Venezuela, Honduras, Angola, Cuba, Líbia, Irão ou China, é risível falarmos de "asfixia". E também só poderemos soltar uma gargalhada (para não chorarmos...) quando vemos alguém a defender uma "política de verdade", falando diariamente da dita "asfixia" no continente, ao mesmo tempo que elogia a "democracia" da Madeira.
Acho que só quando tivermos políticos sérios e livres, com coragem e vontade de cumprir os seus programas eleitorais, o país andará realmente para a frente. Sim, livres das "máquinas partidárias", que não passam de agências de empregos que enchem o governo central e os locais de gente incompetente, afastando-nos cada vez mais do caminho certo.
E tenho realmente pena que muitas pessoas ainda não tenham percebido que o voto, é um dos poucos actos onde todos somos iguais, que a tal "cruz" depende unicamente da nossa consciência.
A Foto é do genial Henri Cartier-Bresson.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Tesouros Esquecidos...


Nós não ligamos muito ao nosso património.
Nem paramos para olhar os belos azulejos de alguns edifícios dos bairros antigos lisboetas, menos ainda alguns varandins superiormente decorados, como este, que por acaso "mora" em Cacilhas. Trata-se da velha casa onde nasceu Romeu Correia, que um dia destes vem abaixo...

terça-feira, setembro 22, 2009

O Jornalista Anarquista

Sempre que haviam eleições, os jornalistas do diário eram escolhidos a dedo para acompanharem os respectivos partidos em campanha, de Norte a Sul.

Ele escapava sempre nestas escolhas, debaixo da sua fama de "jornalista anarquista". Sim, jornalista anarquista, era o nome que se dava na redacção a quem não simpatizava com o PS, PSD, PCP ou CDS.
Nesse tempo ainda não havia o "bloco", que hoje substitui o "anarquismo", sempre pronto a receber quem não se identifica com os quatro partidos da "vida arada"...
Também não se admirava que os directores de jornal fossem sempre conservadores, nem os invejava. Nunca gostara de mandar e ainda menos de ser mandado. Talvez fosse mesmo um anarquista...

segunda-feira, setembro 21, 2009

Cavaco e o Comboio Fantasma

Em 1989, já o Rui (que saudades dos seus bonecos na "Visão"...) colocava o nosso presidente, então "primeiro", à frente do "Comboio Fantasma"...

Vinte anos depois, o fado persiste e continua a ser muito triste...

sábado, setembro 19, 2009

O Jornalismo de "Causas"

Quando era uma rapaz mais jovem e inocente, acreditava que existia algures um verdadeiro jornalismo de causas, sem aspas.

Com o tempo (e sobretudo com a entrada na profissão...) fui percebendo que a tal "inocência" e "independência" só eram privilégio de alguns jornalistas: os que ainda não caminhavam para velhos, nem eram "lambe-botas".
As verdadeiras "causas" dos jornais sempre foram económicas e políticas, especialmente depois das privatizações dos principais títulos. Os "donos" sabem que para vender mais têm de se "colar" (ou pelo menos fingir...) a algo que seja importante e tenha peso da sociedade. Onde se nota mais esta "colagem" é no jornalismo desportivo, onde qualquer leitor sabe que "A Bola" é do Benfica, o "Record" do Sporting e "O Jogo" do FCPorto (pelo menos teoricamente).
Nos ditos jornais generalistas sempre houve o chamado "jogo-duplo", apoiado no bloco central, no PS e PSD, para não se perderem as benesses do "poder"...
As únicas excepções demasiado visíveis que recordo são: "O Independente" (que foi claramente anti-cavaquista), e agora o "Público" e a "TVI" (claramente anti-socráticos). Estão no seu direito, mas a sua obsessão pela vidinha destas figuras acaba sempre por os tornar ridículos, mais tarde ou mais cedo.
É por isso que tenho muita pena que o jornalismo de hoje seja mais "fretista" que nunca, que guarde notícias, para publicar com o objectivo de "queimar" ou "limpar" a imagem de quem interessa, nesse momento...
Já não sei o que falta bater no fundo, neste país...

quinta-feira, setembro 17, 2009

O "Sacrifício"que é a Vida Pública...

O período eleitoral é óptimo para muitas coisas, até para tentar descobrir o que move todos estes "grupos excursionistas" multicolores, que invadem o país e as nossas televisões...

A sua ladainha diária, de terra em terra, a distribuir papeis, esferográficas, palavras, sorrisos, e claro, beijos, abraços e apertos de mão, suscita sempre comentários. Em relação aos beijos, lembro-me sempre do desejo do Manuel João, que fazia figas para que o Paulinho "das feiras" apanhasse pela frente as velhas beijoqueiras da Beira, que o deixavam todo lambuzado, na meninice.
Embora sem certezas, fico com a sensação de que esta gente gosta muito do cheiro a poder, e provavelmente também têm a ambição de ficar sentados em qualquer história. Claro que nunca é isso que dizem. Falam sempre em "sentido de Estado", no gosto pela causa pública, sem se esquecerem de colocar um ar sério (sim, essa mesmo, popularizado pelo Cavaco...).
Salazar também era assim gostava de se fingir modesto e patrioteiro, tentava ocultar o seu ego de elefante e a vaidade dos "espelhos", que o faziam achar-se único.
Acredito que a generalidade dos políticos sejam assim, extremamente vaidosos, não pela aparência física, mas sim pelo que pensam de si próprios. Fico sempre com a sensação de que se acham "seres únicos", dotados de qualquer coisa, quase "divina".
Provavelmente é por isso que tentam perpetuar-se no poder várias décadas, por acharem que estão sempre certos e que são insubstituíveis (Alberto João Jardim é o melhor dos exemplos vivos...). Claro que há por aqui muita "fascinação" pessoal. E também muitos "lambe-botas" à volta destes "candidatos", que os vão afastando da realidade...

segunda-feira, setembro 14, 2009

Os Livros e as Gravuras à Beira do Sena

Os vendedores de livros, de quadros, de gravuras, cartazes, entre tantas outras coisas, que habitam as margens do Sena desde os finais do século XIX são sempre um encanto para quem gosta de livros, de imagens e de todas as artes.

Encontramos vendedores de todas as idades, que continuam a usar aquelas caixas de metal, quase mágicas, sem sequer quererem ouvir falar em "modernidade"...

domingo, setembro 13, 2009

Uma Boa Ideia Para Portugal

Na edição de fim de semana do "I", Manuel Sanches, professor de filosofia, na coluna "Uma Ideia Para Portugal", explicou muito bem o caminho a seguir para nos tornarmos um país melhor e mais justo:

«Devemos exigir o respeito pela lei, lutar por melhores leis. Só num Estado de direito somos cidadãos. De outro modo, seremos súbditos da trafulhice esperta, da desordem e da indisciplina, seja na economia, seja no ordenamento do território, no urbanismo ou nas escolas. É neste caldinho que sobrevivem os medíocres. Obviamente, para estes, isto não é uma ideia.»
Infelizmente são estes últimos que ocupam grande parte das "cadeiras" do poder no nosso país. Isso explica o constante marcar passo e o facto de estarmos na cauda da Europa...

sábado, setembro 12, 2009

Uma Boa Surpresa

Já conhecia o Louvre, mas não o Museu d'Orsay, quase em frente, na outra margem do Sena.

Quem gosta de pintura como eu, fica deliciado com tantas obras únicas, de Degas, Manet, Milllet, Monet, Renoir, Van Gogh, etc, dos anos de ouro do realismo e do impressionismo.
Sem esquecer as esculturas monumentais, deste extraordinário Museu que já foi uma estação ferroviária...
E claro, o terraço do seu piso superior, com excelentes vistas para o Sena e para Paris.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Paris é Sempre uma Festa

Tenho estado ausente por uma boa causa, voltei a Paris, dezasseis anos depois...

Foi uma viagem diferente, sobretudo pela presença dos meus filhotes. Não houve tempo e espaço para percorrer alguns lugares imperdíveis, embora tenha descoberto outros.
Aliás, é impossível desvendar e percorrer Paris num mês, quanto mais numa semana...
Fiquei alojado em Montmarte, espaço agradável de arte, boémia e comércio.
Mesmo assim cometemos quase sempre os mesmos erros, achamos que os nossos filhos vão gostar daquilo que gostamos. Embora neste caso particular, os meus ainda sejam demasiado jovens para tomarem decisões com os seus cinco e onze anos (excepção feita à Disneylândia de Paris, claro...).


quinta-feira, setembro 03, 2009

Setembro é Uma Porta que se Abre

Setembro é uma porta que se reabre todos os anos nas nossas vidas.
Queremos sempre mudar qualquer coisa, nem que seja a cor da parede da sala, em casa, ou a nova caixa dos lápis e esferográficas da nossa secretária, no emprego.
Precisamos de fingir que este ano vai ser diferente, de encher os bolsos de esperança e até de mudar de penteado e de roupagem...
Precisamos de acreditar que aquele chefe que gosta de "infernizar" a vida aos outros, finalmente se converteu numa pessoa normal e que o azul vai substituir o cinzento que se ocupa do "céu" do nosso trabalho...
Setembro é sempre bom e cheira a novidade, desde que se esqueçamos de Outubro...