domingo, setembro 30, 2012

Um Cavalo Chamado Borges


O Borges quando começou a aparecer nas televisões,  fazia o papel de estrangeirado, com o discurso habitual dos seguidores do Eça, assente na retórica de que lá fora é tudo bom e cá dentro é tudo mau. 

Com a chegada ao poder do PSD aceitou fazer outro papel, não tanto de "bombo da festa", nem de "elefante numa loja de louças", mas sim o de "cavalo", sempre pronto para distribuir coices em todas as direcções.

Tão depressa diz que os portugueses ganham muito dinheiro e têm de ver os salários reduzidos, como chama ignorantes aos empresários, que não concordam com os seus pontos de vista em relação à TSU.

Consegue essa coisa incrível de colocar gente do seu próprio partido e do CDS a criticá-lo e a aconselhá-lo a ficar calado e quieto no seu cantinho.

Eles não sabem nem sonham o quanto difícil é parar uma "besta", ainda por cima se andar a espalhar coices a troco de "torrões de açucar"...

O óleo é de Michelle Grant.

sexta-feira, setembro 28, 2012

A Política do Ódio à Cultura


Nunca vi um governo tão incompetente e odioso a tratar as questões da Cultura.

Dos passos, relvas, gaspares, montenegros, pereiras, macedos, silvas, etc,  não espero nada de bom ou dignificante para o país.

Fico chocado, sim, por conhecer o Secretário de Estado da Cultura, que além de criador artístico, é uma pessoa com um nível cultural acima da média. 

Sei que o Francisco nunca achou piada à subsidio-dependência. Eu também não acho, mas percebo que esta é a única maneira de se combater a indigência cultural a que o nosso povo sempre esteve votado, de lutar contra a "anestesia televisiva", cada vez mais óbvia e degradante. 

A trapalhada que envolve as fundações é um dos grandes exemplos da falta de inteligência e do ódio às culturas - sem esquerda ou direita -, apenas por estas cometerem o pecado de não serem conservadoras, de lutaram sempre contra o que está estabelecido.

Quando se ameaça com  cortes uma instituição como a Fundação de Serralves, o espaço artístico com maior projecção internacional do Norte do país, está tudo dito...

Claro que há sempre excepções, há sempre artistas do regime, como parece ser o caso de Joana Vasconcelos, que tem uma exposição até ao fim deste mês em Versailes, altamente subsidiada por este governo, que até contou com a presença do ministro dos negócios estrangeiros na sua inauguração. 

É por estas e por outras, que encontro cada vez mais parecenças entre este governo e os de Salazar.

quinta-feira, setembro 27, 2012

Senti-me Quase Dentro de um Filme de Woody Allen


Ontem jantei com três casais amigos e não foi preciso muito tempo, para me sentir quase dentro de um daqueles filmes melodramáticos, realizados pelo mais europeu dos realizadores da América, o inconfundível Woody Allen.

Como só nos encontramos em momentos festivos, não temos tempo para imaginar que as "crises da meia-idade" podem andar à nossa volta, e de uma forma tão latente.

Talvez existam explicações, como o facto dos filhos começarem a ficar crescidos e já não serem a "bóia de salvação" de outros tempos.

Estranhei sobretudo a facilidade com que os homens misturaram as bebidas alcoólicas, com os resultados previsíveis: queixas e acusações de tudo e mais alguma coisa, num lavar de roupa suja, que tinha sido mais confortável estar apenas dentro de um filme...

Eu e a minha companheira quase que nos limitámos ao papel de espectadores, surpreendidos pelos dramas que resolveram sair do quarto e invadir a sala de jantar.

Outras crises que a crise tece...

O óleo é de Juarez Machado.

quarta-feira, setembro 26, 2012

Lisboa Amarga e Doce


Hoje passei pelos Paços do Concelho de Lisboa e vi a exposição, "Lisboa Amarga e Doce" (1975/ 2010), de Eduardo Gageiro, a continuação da sua exposição, "Lisboa no Cais da Memória (1954/1974).

Tal como comprei o primeiro álbum, também quero comprar este segundo, mais uma vez muito bem acompanhado pela poesia de Ary dos Santos e de Fernando Pessoa.

Não tenho dúvidas que o Eduardo é um dos homens que melhor tem retratado Lisboa.

terça-feira, setembro 25, 2012

Dar ou Vender - Eis a Questão


Sei que é complicado falar sobre o preço de um quadro ou de livro, porque há coisas que fazemos e não lhe conseguimos atribuir um valor.

Dar ou vender o que criamos, pode ter um pouco a ver com a forma como pensamos e vivemos. É muito mais fácil a alguém, que não é materialista e não vive em função do dinheiro, dar um livro ou um quadro, que a qualquer amante de tostões e das coisas que se podem comprar com notas e moedas. 

Mas não é só por isso que alguns artistas e escritores não oferecem algumas suas obras. Tenho um amigo escritor, daqueles conhecidos, com editora e tudo, que não oferece livros a ninguém, nem mesmo ao pai e à mãe. Já tivemos várias conversas sobre o assunto e ele diz que quando oferecemos um livro, a possibilidade de ele ser lido é muito menor, que se alguém tiver de o comprar numa livraria. Já argumentei que algumas pessoas só compram livros para decorar as estantes da sala, mas não o convenço. Eu, pelo contrário, cada vez me sinto mais convencido. Com a experiência que tenho de "dar livros", sei que há pessoas à quem dou livros, que nunca leram as suas páginas, se excluir o frontispício, onde normalmente assino os autógrafos (desperta sempre a curiosidade...).

É por isso que não dar livros ou quadros, é também  uma forma de valorizarmos a nossa obra. 

O óleo é de John Tarahteeff.

segunda-feira, setembro 24, 2012

O Que São Planos?


Quase todos temos planos, para isto e para aquilo.

Quando descobrimos alguém que apenas vive um dia de cada vez, quase à maneira apache, como se não existisse futuro (e não existe, quanto muito existirá...), faz-nos confusão. O pior é quando não conseguimos respeitar esta forma de vida.

Talvez existam mais pessoas do que as que pensamos, que apenas querem viver a vida como ela lhes surge, diariamente. 

Nem todos querem ser médicos, modelos ou futebolistas. Há quem queira ser apenas  livre...

E às vezes para o conseguir parece que é preciso ter uma "média" mais alta que para entrar em medicina.

O óleo é de Marta Shmatava.

domingo, setembro 23, 2012

«O País é o mesmo, mas as pessoas são diferentes e ainda bem.»


Foi desta forma que respondi  a um amigo que se mostrou incomodado, por muita gente querer viver no país "salazarento", ou pelo menos aceitar as regras sociais bafientas de há setenta anos.

O mundo dele (e o meu, claro...) não é o assexuado, que ainda parte o mundo em dois, tão bem retratado nos cafés de aldeia, onde fica impresso no nosso olhar que a casa é para as mulheres e o café para os homens.

Embora também me deixe levar algumas vezes pela "onda", sei que a companhia dos homens não serve apenas para beber copos, dizer parvoíces e piscar o olho a mulheres giras. Assim como a das mulheres não serve apenas para nos darem colo ou ouvirem as nossas queixas da vida e de outras mulheres...

Como conversamos de tudo e mais alguma coisa, só podia estar de acordo com ele. Dizemos parvoíces e olhamos as mulheres que saem de casa para pararem o trânsito ao mesmo ritmo que fazemos queixas da vida e das mulheres que nos rodeiam.

O giro da conversa foi a mulher que nos fazia companhia, limitar-se a sorrir e no final, oferecer-nos um "passou bem" musculado, e um sorriso, claro.

O óleo é de Sandra Jones Campbell.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Desabafos entre Leituras de Jornais


Depois de ter comprado o semanário "Expresso", semanas a fio, por causa da polémica história coordenada por Rui Ramos, fiz um intervalo. Mal eu sabia o que aí vinha...

Depois da história veio o sexo, estatísticas quase para todos os gostos.

Não me vou reportar a essas "trocas e baldrocas", mas sim à conversa que veio ter comigo, em que uma senhora contou que nunca tinha traído o marido, porque não quis fazer da sua vida, algo ainda mais confuso. 

Sabia que o marido andava com outras, apeteceu-lhe vingar-se várias vezes, mas lembrava-se sempre dos filhos e dos pais, da vergonha que seria se fosse descoberta...

E respondeu que sim, na companhia de um sorriso, que tinha traído muitas vezes o marido, em pensamento. Sorriso esse que ganhou a cumplicidade das companheiras de mesa.

O óleo é de Constantin Chatov.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Dias com Horas mais Curtas


Ainda agora é Setembro e já não consigo controlar o tamanho das horas, que me surgem, aparentemente, cada vez com menos minutos...

Apetece-me perguntar: onde será que que se encontram as ditas horas com sessenta minutos?

O óleo é de Joaquin Mateo.

terça-feira, setembro 18, 2012

Verão até ao Inverno


Com todas estas mudanças climáticas, cada vez mais agudizadas, até parece que passámos a ter apenas duas estações, Verão e Inverno. O Outono e a Primavera apenas dão uns ligeiros ares da sua graça. 

E nos últimos anos quem tem conquistado mais espaço  é o Verão. 

Quase que é Verão de Março a Outubro...

Mesmo assim tenho pensado que 2013 é capaz de ser um ano de muita água (sem ironia, sem pensar em políticos...), de barragens a transbordar, e de cheias, para variar.

Talvez até tenha de comprar umas galochas...

O óleo é de Laine Kainaize.

segunda-feira, setembro 17, 2012

As Matinés Dançantes


Algumas colectividades populares continuam a organizar matinés dançantes, aos domingos, para angariarem algum dinheiro, tão necessário nestes tempos de crise.

Uma boa parte dos frequentadores são pessoas da terceira-idade, que cresceram com o "glamour" dos bailes,  um dos poucos espaços onde se podia tocar com alguma intimidade as mulheres.

Nota-se que além do revivalismo, há também a vontade de encontrar outras pessoas para passar um bom momento, ou até de mais qualquer coisa.

Percebe-se que há muita solidão por aí... muita mesmo.

O óléo é de Raymond Leech.

sábado, setembro 15, 2012

Na Rua Sem Medo!


Parece que desta vez houve dificuldades na contagem do povo que saíu à rua e invadiu a Avenida da República, para "desaguar" na Praça de Espanha.

Ainda não ouvi ninguém avançar com números, eu que estive lá, posso adiantar que havia gente para encher muitos estádios de futebol. Muitos mesmo.

E pensar que o secretário geral da CGTP, o grande "estratega" das nossas manifestações, limitou-se a ver a malta a passar no meio da Avenida.

Eu Vou, e Tu?


Eu sou um dos muitos que estarão na praça José Fontana, às 17 horas.

sexta-feira, setembro 14, 2012

S de Setembro e de Sassetti



Começaram ontem um conjunto de iniciativas de homenagem a Bernardo Sassetti, intituladas, "Fragmento, Movimento, Ascensão", que reúnem as três artes nas quais Bernardo demonstrou o seu talento; música, fotografia e cinema.

Ontem foi exibido no Teatro do Bairro, às 21:00,  o filme "A Costa dos Murmúrios", de Margarida Cardoso, que abriu as projeções dos filmes para os quais Sassetti compôs música. Até domingo, no mesmo local,  na rua Luz Soriano, serão exibidos "Um Amor de Perdição" e "O Milagre Segundo Salomé", de Mário Barroso, "Alice", de Marco Martins, e "Quaresma", de José Álvaro Morais.

Também foi inaugurada ontem na "galeria 3+1", na rua António Maria Cardoso, junto ao S. Luiz, ao Chiado, uma exposição de fotografia de Bernardo, que estará patente até ao dia 16.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Os Deslumbramentos, as Certezas e as "Agências de Emprego"


Uma das características mais perigosas de quem exerce o poder, é achar que está sempre certo, que as suas ideias são sempre melhores que as dos outros (quase que a coloco ao lado da capacidade de mentir e de  corromper...).

Poderia falar de Salazar, da sua forma solitária, autoritária e "certa", com que exerceu o poder, mas ele já cheira demasiado a mofo.

Prefiro falar dos últimos trinta anos, em que tivemos pelo menos quatro primeiros-ministros teimosos e incapazes de dar o braço a torcer, mesmo quando estavam errados (e o pior de tudo, é terem sempre desculpas para cobrir os seus erros): Mário Soares, Cavaco Silva, José Sócrates e Pedro Passos Coelho. E muitos dos problemas que estamos a enfrentar devem-se à sua teimosia e falta de visão, a médio e longo prazo.

Aparentemente os três primeiros eram lideres fortes (o que não me parece ser o caso do actual primeiro-ministro, que mais parece uma "marioneta" do Relvas...), mas em vários  momentos-chave da sua governação, não tiveram a capacidade de ouvir quem  estava mais avalizado para dar uma opinião, séria e independente, cujas convicções não se confundiam com cargos ou contas bancárias.

Além de ser uma capacidade rara, conseguir olhar e ouvir em todas as direcções quando se exerce o poder (resistindo a todo o tipo de pressões...), todos nós sabemos que pessoas  com estas qualidades não interessam aos partidos políticos actuais, que são cada vez mais meras "agências de empregos"... 

O óleo é de Marta Shmatava.

quarta-feira, setembro 12, 2012

A Casa das Perguntas


Pode um governo fingir que a constituição não existe?

Pode um presidente da República ser uma mera figura de corpo presente, mais preocupado com a sua reforma, que com o bem estar do povo que o elegeu?

Pode um primeiro-ministro dizer uma coisa e fazer exactamente o contrário?

Pode um ministro comprar uma licenciatura, despudoradamente, para colocar o desejado "DR", antes do nome?

Pode um governo dizer em voz muito alta que vai combater as "gorduras" do Estado, para de seguida deixar tudo na mesma, porque é preciso arranjar "tachos e panelas" para as "girls e boys"?

Pode um ministro fechar escolas, despedir professores e aumentar o número de alunos por turma, a bem da educação?

Pode um governo acabar com as "scuts", para colocar portagens, quase de cinco em cinco quilómetros, roubando descaradamente, os utentes destas vias?

Podem os "chupistas" da Galp aumentar os combustíveis todas as semanas?

Pode um povo assistir serenamente a tudo isto, sem perceber que já não se vive em democracia?

Parece que se pode tudo. Inclusive destruir o país e as nossas vidas. É por isso que é altura de dissermos basta! Temos de correr com esta gente do poder!

O óleo é de Richard Smith.

segunda-feira, setembro 10, 2012

A Casa das Palavras


Quase não precisava de móveis na sua pequena casa, sempre tão acolhedora.


Gostava das paredes cheias de quadros, que tanto podiam ser cópias dos artistas que amava, como pequenas coisas assinadas por amigos ou desenhos feitos pelos filhos..

Bastava-lhe uma mesa para escrever, uma cama para sonhar, uma estante para os livros e uma cadeira de baloiço na varanda, para pensar, dizia ele.

Sempre me habituei a chamar-lhe "a casa das palavras". 

O óleo é de Joana Wezyk.

domingo, setembro 09, 2012

As Pessoas Transformadas em Museus


Não estava à espera de assistir a uma conversa tão curiosa, que retrata este tempo - em que se deitam demasiadas coisas  fora, inclusive pessoas -, e claro, o próprio ciclo da vida...

Um cantor de Abril (acho que posso e devo tratá-lo desta maneira), desabafou que não estava à espera de chegar a esta idade e ser tratado da mesma forma que um Artur Garcia ou um António Calvário, por não ser  estrela do "nacional-cancionetismo " nem especialista em "playback" (as palavras são dele...).

Ele nunca pensou que um dia também iria começar a cair no esquecimento, ao ponto de  ser recordado e convidado apenas para os chamados programas televisivos museológicos, para entreter velhinhos.

O cantor de Abril sorria e usava o seu humor a toda a largueza da nossa mesa, sem  no entanto se esquecer de nos dizer que embora o episódio tivesse graça como conversa de café, a coisa era séria...

sexta-feira, setembro 07, 2012

«Para quem é que escreves?»


A pergunta não saiu muito a propósito, apareceu quase do nada, no meio de uma pausa, para ler uma notícia de "A Bola", Mas a resposta era demasiado óbvia.

Há uns tempos que não tinha dúvidas que escrevia sobretudo para mim. Quando me perguntou se não gostava de ter muitos leitores, sorri, antes de exclamar: «quem é que não gostava?»

Claro que quando escrevemos livros, o principal objectivo é sermos lidos. 

Mas sei que estes tempos não são os mais favoráveis para a leitura de livros. O mundo gira demasiado rápido, já nem espaço há para a leitura de jornais, quanto mais para livros...

Acabei por lhe lembrar a frase bonita de Cesare Pavese que coloquei na contracapa do meu quase livro, "A Dança das Palavras: «É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão.»

O óleo é de Jena Pierre Gibrat.

quinta-feira, setembro 06, 2012

«Porque é que ele fala assim, pai?»


Caminhava na rua quando me cruzei com um amigo, que resolveu "barrar-nos" o caminho, uns bons cinco minutos, falando no seu jeito peculiar, quase em monólogo.

Como eu também queria continuar a viagem, não lhe dei muita conversa, até por estar com a minha filhota.

Quando ele finalmente nos resolveu "liberar", a minha filha perguntou-me do alto dos seus oito anos: «porque é que ele fala assim, pai?»

Sorri e deixei escapar: «ele pensa que é filósofo.»

«O que é isso?»

«É a capacidade de falar bonito sem dizer quase nada.»

A minha filha não ficou muito convencida e disse: «desculpa lá pai, o teu amigo é mas é um chato.»

Voltei a sorrir antes de lhe oferecer um, «também.»

O óleo é de António Carmo.

terça-feira, setembro 04, 2012

Uma Bela Surpresa


Nem sempre nos apercebemos das vantagens de se viver com alguém mais "louco" que nós, da sua capacidade de nos surpreender.

Foi o que me aconteceu ontem.

Não tinha pensado partilhar aqui o facto de ontem ter feito cinquenta anos. Por achar que era algo pessoal e também por me tentar enganar que se tratava apenas de matemática, que cinquenta poderiam ser apenas quarenta e nove anos mais um.

Continuava a pensar assim, à medida que me aproximava dos restaurantes em Cacilhas para jantar (que na minha cabeça nem sequer estava escolhido...). Vi um grupo de gente à entrada de um dos lugares que frequentamos, mas nem sequer olhei com olhos de ver. Só quando estou quase a um metro de distância do começo da roda de amigos é que me percebo que se tratavam das pessoas que mais gosto, para além da minha companheira e dos meus filhos que me acompanhavam... 

Mas as surpresas não se ficaram por aqui, durante o jantar foram aparecendo vários "convidados", que fizeram questão de aparecer por ali para me dar um abraço de parabéns.

Foi o que se pode chamar de uma bela surpresa.

E como me soube bem fazer cinquenta anos!

O óleo é de Marta Shmatava.

segunda-feira, setembro 03, 2012

Pedro, "El Espalhafatoso"


Pedro é quase a minha antítese, talvez por isso é que as nossas conversas são cheias de gargalhadas. Eu sei que ele tenta ser um bom mentiroso, principalmente quando diz que o cinema, o teatro e a literatura, não "casam" com nenhum tipo de moralidades.

Hoje foi mais longe quando olhou para a porta da pensão decadente, em frente da esplanada onde estávamos a beber uma imperial e confessou: «sempre gostei de fazer amor em pensões de segunda, com mobiliário feio e antiquado, ainda com janelas de madeira, que se abrem e fecham com dificuldade, como soalho que se mexe e fala à medida que damos um passo. E nem te falo das camas que gemem.»

Prometi escrever o seu "desenho", e como dizem que as promessas são para cumprir...

O óleo é de Cláudio Souza Pinto. 

domingo, setembro 02, 2012

Emmanuel Nunes (1941-2012)


Emmanuel Nunes deixou-nos esta noite, num hospital de Paris, cidade onde vivia há várias décadas.

A música era o seu mundo, oferecendo-nos composições de grande qualidade, sendo a principal referência da chamada música erudita no nosso país. Como é costume acontecer aos génios, que não se limitam a  jogar futebol, alcançou mais êxito e reconhecimento fora das nossas fronteiras que em Portugal. 

Acredito que Emmanuel Nunes foi o nosso grande compositor do século XX.