quarta-feira, agosto 09, 2023

Gente com Demasiadas Cores (digo eu, claro)...


Poderia ficar em silêncio, deixar passar o centenário do nascimento de Mário Cesariny, sem manifestar a opinião negativa que tenho sobre quase todas pessoas que se esforçaram para que se falasse mais das suas vidinhas que dos seus percursos literários ou artísticos.

Acho que foi por esta razão que nunca quis conhecer o Luiz Pacheco (que viveu na minha Cidade-Natal), por ser mais conhecido pelas suas polémicas e vida de pedinchice que pelos livros que escreveu e editou. E também não acho grande piada que se faça mais mais eco da homossexualidade de Cesariny que da sua poesia ou arte pictórica. O mesmo poderia dizer de João César Monteiro, que ficou mais famoso pela sua "loucura", com a sua "Branca de Neve" à mistura, que pelas "Recordações da Casa Amarela", por exemplo.

As pessoas a preto e branco podem ser chatas e apagadas, mas as com demasiadas cores, também se tornam confusas e acabam por fugir ao essencial.

(Fotografia de Luís Eme - Arealva)


8 comentários:

  1. No meio é que está a virtude.
    Nem a pasmaceira do preto e branco nem o desvairamento de demasiadas cores.

    Abraço

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    1. Concordo contigo, Rosa.

      Mas nem sempre se consegue valorizar o que realmente importa...

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    1. A vaidade pessoal muitas vezes é um obstáculo, assim como "os espelhos" que nos cercam, Catarina...

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    2. (e aquela coisa que se chama "mau feitio")

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  3. Quanto ao Pacheco tem razão,pedinchice a mais ficção a menos,modo de vida.
    Quanto ao folclore policolor enfiado no Cesariny,pois está na moda,a malta gosta
    e talvez agora se venda melhor. Ele não pediu nada disso nem vale por isso.
    A poesia sim é o que importa.
    Quanto ao cineasta qualquer dos filmes,para quem os vir com atenção,é um desafio permanente ao conhecimento adquirido e maturado do espectador.E à distanciação
    necessária para os entender.
    Cumprimentos.
    Jose

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    1. Eu evitei falar muito na "obra" deste trio, José.

      O que queria salientar, é o facto de serem falados mais pelo seu comportamento social que pela sua arte. E é isso que, além de ser negativo, menoriza o seu trabalho enquanto autores.

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    2. E dou-lhe razão. O que deixaram vai muito além disso,dos saracoteios de terceiros
      sobre comportamentos efémeros.

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