quinta-feira, agosto 10, 2023

Livros, escritores e livrarias (com e sem futuro...)


Passei por uma "Bertrand" lisboeta e descobri esta pergunta-mensagem na montra.

Minutos antes tinha estado a beber um café e a conversar com um velho professor, que entre outras coisas, me disse que os livros dos grandes autores tinham os dias contados.

Para explicar melhor o seu ponto de vista usou o "escritor-apresentador de telejornais", provavelmente o único autor português próximo dessa coisa que se chama "best-seller". «Não posso "receitar" a leitores do Rodrigues dos Santos livros chatos e complicados, capazes de provocar insónias e fazer pensar em coisas estranhas.»

E depois disse-me, em jeito de conclusão: «Uma escrita quase lisa, evita muitas quedas e tropeções nos "buracos da vida".»

O mais curioso foi não ter ficado nada convencido com este ponto de vista. E minutos depois, aí estou eu a esbarrar com esta "Bertrand", a caminho da nossa Roma...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

2 comentários:

  1. Talvez por não o ver e ouvir, não compreenda essa antipatia que muitos portugueses sentem pelo "escritor-apresentador de telejornais". Que gostem ou não dele, ele continua a ser um best-seller e cada vez que vai ao banco – sem sentido figurado, já que tudo é feito online - vai com um grande sorriso.
    Os grandes, médios e pequenos escritores terão sempre o seu lugar, independentemente, da existência ou não de livrarias... desde que comecem a “modernizar-se” lendo livros digitais. : ))

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    1. Pois, mas o problema também é do escritor, Catarina.

      Eu só li um dos seus livros (para saber exactamente do que se falava), e fiquei esclarecido. São livros com muita "palha" e pouca alma.

      Ainda bem que há muita gente que gosta.

      E depois ele por ser um grande "vendedor de livros", acha-se um dos nossos melhores (e não é, de todo).

      Em relação à fotografia, a questão prende-se mais com as livrarias, que para continuarem a vender livros têm de fazer quase "o pino" e alargar o negócio a outras bugigangas... Eu apenas juntei uma opinião.

      Mas não tenho grandes dúvidas que os escritores difíceis terão cada vez menos leitores. Também por culpa deles, por escreverem sobretudo para os seus umbigos, sem pensarem nos leitores.

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