quinta-feira, junho 27, 2013

A Ficção da Realidade


Fala-se muito pouco de Anarquistas, enquanto seres livres e apaixonados pela Cultura, em todas as suas áreas da sociedade.

É bom lembrar que muitos deles foram presos ou deportados ainda na Primeira República, que não foi assim tão democrática, como poderemos pensar.

Era comum apelidá-los de "maluquinhos", por terem a coragem de pensar diferente e de acreditar num mundo mais justo e igualitário, onde não fosse necessária a presença de "deuses e de amos".

Um desses vestígios culturais (que está a desaparecer...) era o nome que atribuíam aos seus filhos.

Por exemplo o Jaime Rebelo atribuiu a um dos filhos o nome de Emílio Zolá (que já não conheci, pois faleceu algum tempo antes de conhecer a esposa, Idalina e os filhos, Sérgio e Ana Isabel...). António Duarte deu o nome de Júlio Verne, a esse grande amigo e apaixonado de Lisboa, que me ensinou tantas coisas, simples e preciosas...

E poderia estar o dia inteiro a dar exemplos destes, como o pai do Santana, que se chamava Gutenberg e foi músico da Incrível Almadense.

Além de paixão, havia também uma grande dose de coragem em baptizar os filhos com estes nomes, que poderiam não ser muito levados a sério pela sociedade de então e até pelos próprios professores da época, demasiado rígidos.

Escolhi o óleo de Vita di Milano, por sentir que os Anarquistas são das pessoas mais livres que tenho conhecido, especialmente de preconceitos. 

6 comentários:

  1. "A 1ª. República não era assim tão democrática". Pois não! Com reflexos ainda hoje na forma de pensar dos mais velhos, para além de terem contribuido para a ditadura de Salazar.
    Nutro igualmente uma grande simpatia pela forma de pensar dos anarquistas.
    Os comunistas e os socialistas organizados tornaram-se aborrecidos.

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  2. o lençol na janela de um anarquista venta sempre para o sol numa procura bruta que seca a umidade doente de um país.

    (felizes os que possuem olhos de ver)

    beijo

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  3. Despidos de preconceitos!
    quadro muito adequado...

    Abraço

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  4. não percebi essa dos "reflexos" dos mais velhos, Carlos, ainda da primeira república.

    os anarquistas são uns puristas.

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