Sabia que havia cada vez mais gente a viver, temporariamente só, nos muitos prédios altos e baixos das pequenas e grandes cidades.
Este "temporariamente" dependia de pelo menos três variantes: a idade, a facilidade que se tem, ou não, em conhecer pessoas, e o não menos importante, "desistir" dos outros. Para este último grupo, o temporário caminhava para o definitivo...
Também sabia que nós homens, temos mais dificuldade em conviver com a solidão, em entrar em casas vazias, sem vozes e sem vida.
Essa poderá ser uma das muitas explicações para a existência de muito mais viúvas que viúvos, por quilómetro quadrado.
Todas estas palavras porque ouvi dois balzaqueanos, bastante entusiasmados a fazerem publicidade no café sobre o "baile das viúvas". Houve uma expressão que me fez sorrir, quando o homem mais bem aperaltado explicou: «lá não encontras rosinhas dos limões, só actrizes de filmes italianos.»
Além de sorrir fiquei curioso sobre qual seria a "configuração" de uma actriz de filmes italianos, num baile de viúvas...
Pensei para comigo: «Nós homens, fingimos acreditar em muitas coisas, com e sem carrossel, por terem mulheres.»
O óleo é de Clayton J. Beck.
Bem visto. :)
ResponderEliminarÉ isso!
ResponderEliminarJulgo que a "configuração" de uma actriz de filmes italianos deverá ser como daqueles filmes do Fellini: Gordas, de grandes seios, lábios vermelhos e exuberantes a toda a largura da pista. Julgo eu, porque nunca fui a nenhum baile de viúvas.
A partir deste teu texto quase uma romance se poderia escrever.
ResponderEliminarRealmente as mulheres resistem melhor sozinhas mas o facto de haver mais viúvas do que viúvos também se prende com o facto de morrerem mais homens do que mulheres...
ResponderEliminarOs homens têm factores de risco acrescido devido a vários factores que não vale a pena listar!
Conheço, muito perto daqui, os chamados "bailes da 3ª idade" que se realizam em restaurantes que estão preparados para receber excursões com comes, bebes e animação! :-))
achas, Laura? :)
ResponderEliminargostei das pistas, Carlos.
ResponderEliminarprovavelmente era esse o tópico. :)
quase todos os textos podem dar romances, Helena.
ResponderEliminarbasta ter imaginação e engenho suficiente. :)
somos diferentes em muitos aspectos, Rosa, até na "duração". :)
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