«No que foi que nos tornámos?»
Eu sabia a resposta. Entre outras coisas, num bando de egoístas, imbecis e idiotas.
Deixámos que a "epidemia" da riqueza e importância, que alastrou de Norte a Sul com o "cavaquismo", destruisse muitos dos ideais que nós tínhamos como válidos, como se o valor das coisas passasse a ter uma só medida: o dinheiro.
Agora estamos a ser governados pelos "filhos" do cavaquismo", que além de terem trazido a pobreza de volta, também trouxeram a indiferença, a desigualdade, o abandono, a caridadezinha (os ricos adoram-na, para darem os seus "restos" aos pobrezinhos...), transformando as pessoas mais vulneráveis em lixo.
Os jornais e as televisões preferem noticiar o espectáculo (as mortes garantem mais audiências, dizem eles em surdina...), que chamar a atenção sobre o que está a acontecer no país. Não falam dos "sem abrigo" que crescem todos os dias nas cidades, que sem emprego e sem dinheiro, sentem que a rua é a última alternativa para se sobreviver. Não falam das pessoas idosas que deixaram de comprar medicamentos porque as reformas mal dão para a alimentação, renda, água e luz... nem contabilizam todos aqueles que ainda ficaram mais fechados em casa, com o fim dos descontos do passe da "terceira idade".
E nem vou até ao Interior, onde milhares de pessoas estão mais isoladas que nunca, com o fecho dos centros de saúde e escolas. As suas mortes só não são noticiadas, porque nas aldeias todos se conhecem e quando alguém deixa de dar sinal de vida, entra-se pela sua casa adentro, sem esperar pela polícia ou bombeiros, "modernices" que não existem no país rural...
E nós, vamo-nos continuar a comportar como umas bestas, egoístas, cobardes e insensíveis, até quando?
A escultura é Sérgio Zanni.
Vamos?... não sou uma optimista.
ResponderEliminarnão sei, Helena.
ResponderEliminarhá momentos em que penso que não sei nada de nada das pessoas e do mundo.
Não sei amigo. Mas são poucos os que querem arriscar o que ainda teen por medo de ficar pior. Os jovens de hoje, parece que são jovens até muito mais tarde e portanto não se preocupam muito, aconchegam-se aos pais. E a maioria do povo está velho e não tem saúde nem forças para se envolverem em lutas. Estou muito pessimista
ResponderEliminarUm abraço
sim, a coisa não está para brincadeiras, Elvira.
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