quinta-feira, janeiro 19, 2012

Fazer as Malas e Partir não é Solução


Por muita vontade que tenhamos, não é possível fazermos todos as malas e partir por aí, à procura de um outro país, mais justo e sério.

Apesar de também ser difícil,  talvez seja menos utópico conseguirmos "correr" com a gente que tem dominado e dirigido o país nas últimas três décadas, de uma forma completamente incompetente, utilizando, quando as coisas correm mal, quase sempre o mesmo artificio: «os trabalhadores portugueses ganham muito e produzem pouco.»

É uma daquelas mentiras que repetida muitas vezes, parece verdade, pelo menos para algumas mentes menos esclarecidas.

Basta fazer um pequeno exercício de memória, para se perceber que nenhuma destas medidas "passadistas" são inocentes, e pior, nada disto vai transformar Portugal num país melhor.

As leis que os senhores deputados (muitos deles co-responsáveis pela situação do país...) desenham no parlamento, estão longe de responsabilizar quem devem. Refiro-me à gente que tem gerido as empresas públicas e privadas da forma desonesta e incompetente; a quem usou e abusou dos fundos europeus para proveito próprio; a quem abriu as portas ao consumismo desenfreado e ao empréstimo fácil, para tudo e mais alguma coisa.

Mas quando o principal responsável político do país, o presidente da República, (que foi ministro das finanças e primeiro-ministro durante dez anos), passa o tempo a colocar-se de fora do problema, a fingir que não teve nada a ver com a situação em que nos encontramos, estamos conversados...

O óleo é de MIke Kleimo.

8 comentários:

  1. É tempo de dizer BASTA!
    Assim não!
    Este PR era um dos que deveria ser julgado por má gestão dos dinheiros de todos nós e por compadrio!

    Abraço

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  2. Concordo com praticamente tudo que o Luís refere. Mas atenção: O país sempre teve uma classe política incompetente, oportunista, servindo clientelas partidárias. Idem, idem para a classe empresarial que, sempre se serviu dos benefícios do Estado. Basta ler o Eça de Queiroz. Como diz o Vasco Pulido Valente os males já vêm do tempo do liberalismo.
    Perdeu-se uma oportunidade com a entrada dos fundos europeus e agora, estamos à mercê do estrangeiro e pior, de uma conjuntura internacional adversa.
    Resumindo: Não sabemos governar o país e só lá vamos com empurrões do estrangeiro. É endémico!

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  3. É verdade amigo. Acabamos a pensar que a democracia não é afinal tão boa como se pensa. Explico-me. O povo escolhe os seus representantas. Ou pelo menos uma maioria do povo. Se são seus representantes deviam zelar pelos direitos do povo. Acontece que eles só lesgilam em proveito próprio e acabam todos mais ou menos ricos enquanto o povo está cada vez mais na miséria. Se fosse uma ditadura, o povo tinha razão para se revoltar. E sendo uma democracia o que fazer? Não foi o povo que legitimou os governantes? E se os legitimou e estamos em democracia, devemos pensar que a ditadura tira ao povo pela força, sem legitimidade. A democracia permite que o povo escolha os seus algozes e lhes dê legitimidade, e fica na mesma sem os seus direitos. Isto é o que penso eu que não percebo nada de politica, mas quase me doutorei na miséria. Atenção que eu não defendo ditaduras. Nenhumas sejam de direita ou de esquerda. Mas penso que à democracia falta qualquer coisa para que realmente fosse a salvação dos povos.
    Um abraço

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  4. A minha filha não pensa assim...e de facto, os jovens estão a partir. Quer queiramos, quer não, e uma realidade Luís.

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  5. é mesmo, Rosa.

    o senhor que precisa que lhe seja adiantado mais algum, porque não dá para as despesas...

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  6. mas porque é que é endémico, Carlos? só existem mentirosos e vigaristas?

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  7. a democracia é a menos culpada, das pessoas não saberem viver em liberdade, Elvira.

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  8. eu falava de nós, George.

    acho muito bem que quem tem menos de 35 anos parta (e até quem tenha mais, desde que seja para uma situação melhor - o que é cada vez menos difícil de arranjar).

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