Todos os dias luto
contra a vontade de escrever.
Todos os dias fujo das palavras
que me perseguem por toda a parte
e querem ser, à força, qualquer coisa,
uma história, um poema.
Todos os dias insulto
o substantivo, o adjectivo e o verbo,
deito fora papeis, lápis e canetas.
Todos os dias vacilo
perante a força da palavra.
Percebo com uma nitidez terrível
o drama da toxicodependência,
a incapacidade de resistir ao perfume
de todas as drogas da vida.
Todos os dias luto
contra a vontade de escrever.
O óleo é de Carlos Botelho, as palavras minhas...
O pior é a utilização da palavra para a conversa da treta. Não é o caso do Luís.
ResponderEliminarQue a luta não tenha fim!
ResponderEliminarsubscrevo na íntegra com suor e sangue!
ResponderEliminarbeijo, luís*
Poderá ser mesmo assim?
ResponderEliminarMas talvez outras vezes não.
(1) Há quem diga muito com poucas palavras... (2) depois há a verborreia.
ResponderEliminarTu estás no (1)! : )
Há lutas que o são em vão...
ResponderEliminarUm abraço
Lindo!
ResponderEliminaré um problema dos nossos tempos, Carlos.
ResponderEliminardemagogia à maneira...
não sei, Helena.
ResponderEliminarhá sempre dias em que nos apetece desistir.
sim, por vezes muita dor, Alice, até ao sangue, até às lágrimas...
ResponderEliminarclaro que não é mesmo assim, Gábi.
ResponderEliminaré uma "metáfora" da nossa vida.
grato, Catarina.
ResponderEliminartantas, Virginia...
ResponderEliminarainda bem que gostaste, mariaivone.
ResponderEliminarMuito giro! Mas, olhe, não lute! Continue a escrever que vai muito bem...
ResponderEliminarsim, Carol.
ResponderEliminaracho que mesmo que quisesse não conseguia...
Que bom que la luta merece la pena ...
ResponderEliminarme voy de gira hasta la vuelta amigo.
Beijoss
Hummm...:)
ResponderEliminarBeijinho*
merece sempre, Momo...
ResponderEliminardoooiiiis, M. Maria Maio...
ResponderEliminartodos os dias me visita o sangue,
ResponderEliminarum poeta alucinado.
entra violentamente pelas portas da noite, sem pedir licença.
encontra-me nua.
inaugura os espaços do medo
torna legíveis os recantos maís intímos do meu corpo.
um dia disse-lhe, o meu rosto contra a sua febre, deixa-me ignorar o mundo, morrer num espaço largo de inocência.
- a minha alma a destilar silêncios penitentes
a lançar pontes para a margem mais seca onde as árvores esquecem o abrigo de pássaros nocturnos.
e uma voz, na claridade de um golpe de silêncio disse:
todos os dias te arranharei com o sangue armazenado nas unhas.
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um beijo maior Luís
um beijo dos grandes também para ti, Maré,
ResponderEliminargrato pelo poema e por tudo.
só agora consegui ler todos os postes atrasados, mas, deparo-me com este poema, que me deixou surpreendida.
ResponderEliminargostei muito e apenas digo.
que todas as lutas sejam em vão, e que continues a escrever.
escreves muito bem e isso basta!
parabéns por este poema.
beij (enternecido)
ainda bem que gostaste, Piedade.
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