sexta-feira, fevereiro 11, 2011

A Solidão e o Medo

Acho que nunca houve um tempo como o dos nossos dias, em que as pessoas vivem, cada vez mais, fechadas dentro de si.

O mundo mudou tanto, que até foi capaz de dar a ilusão, de que qualquer pessoa se basta a si própria.

O liberalismo tão em voga, além de ter sufocado a existência de um estado mais justo e igualitário, com a supremacia do egoísmo e do individualismo, continua a destruir todo e qualquer equilíbrio social.

Continua a tentar apagar o grito de que «um homem sozinho não vale nada». E parece que vai "levando a água ao seu moinho"...
Se contabilizarmos as pessoas que moram no nosso prédio, com quem trocamos algo mais que o bom dia ou boa tarde, os dedos de uma mão são suficientes. E os vizinhos que quase nunca vemos, que começam a sair cada vez menos de casa, à medida que se vai tornando mais difícil, subir e descer escadas?
É fácil amaldiçoar as grandes cidades que nos roubam o olhar, o riso e as palavras. As grandes cidades que nos enchem de "medos" e de "perigos", com a quase vulgar insegurança das ruas, que se vai aproximando, a várias velocidades, das nossas casas.

E nós, no que foi que nos tornámos?...

A fotografia é de Robert Doisneau.

10 comentários:

  1. Simplesmente números que para viver e morrer é preciso pagar.

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  2. E porque é que aceitamos comprar pela internet, pagar as contas e tratar dos assuntos do banco pela internet, ler o jornal pela internet, etc, etc. Quanto mais presos ( e subjugados) estivermos pela máquina, menos saímos, menos vemos e contactamos com as pessoas, menos convivemos. Presos em nós próprios. Uma tristeza.

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  3. medo da solidão ou a solidão do medo???

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  4. Uma pergunta muito pertinente. Cada um deve fazê-la e pensá-la em profundidade...

    Um abraço

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  5. números hoje mais evidentes, Carlos...

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  6. são decisões pessoais, pouco saudáveis de facto, Carol.

    é o tal mundo, que mudou, nem sempre para melhor.

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  7. até isso este tempo nos tenta roubar, Virginia, "pensar longe e com tempo"...

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  8. Concordo plenamente consigo e identifico-me muito com o que diz.
    Em que é que nos estamos a tornar? Parece-me que em lobos solitários.

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  9. sim, lobos, solitários e desconfiados, Anita...

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