quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Todos os Nomes...

Na terça-feira à tarde, estive ligeiramente "mergulhado" no património na colectividade mais antiga de Almada (mais de 162 anos...), a Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, da qual faço parte, orgulhosamente, dos seus corpos gerentes.

O Carlos tinha uma fotografia e uma carta para oferecer a um amigo, que apareceu e nos fez companhia, enquanto guardávamos algumas peças que irão fazer parte do Museu da Incrível. A imagem oferecida retratava a nossa banda, onde o pai e avô tinham tocado. Eles iam falando e eu escutava, Gutenberg para aqui, para ali, até que perguntei a que propósito é que lhe tinham dado a alcunha do inventor da imprensa. O senhor disse-me que era mesmo o nome dele, e ainda por cima, nome próprio. E foi mais longe, disse que dois dos seus irmãos chamavam-se Copérnico e Galileu. Falou-me então do padrinho de ambos, um homem profundamente culto e agradecido a estes três grandes revolucionadores.

Eu nem me devia admirar, pois tive o prazer de conhecer o Júlio Verne, inventor e poeta do Bairro Alto. E embora não o tivesse conhecido, também sabia da existência de um Emílio Zola, em Almada. Filho de Jaime Rebelo, um anarquista que lutou na Guerra Civil de Espanha e na Segunda Guerra Mundial, "imortalizado" por um poema de Jaime Cortezão. Emílio foi marido da Anyana, poetisa e pintora almadense, uma grande amiga que também já nos deixou.

Quase todas estas escolhas, que hoje poderão parecer absurdas, vinham do seio dos libertários, gente culta e sonhadora, que vivia atrás do sonho de um mundo sem deuses e sem amos...
O óleo é de Steven Lawder.

8 comentários:

  1. Gente culta, Luís, diz muito bem. Uma coisa que hoje está fora de moda. Infelizmente.

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  2. Se fosse agora, davam-lhes nomes de jogadores de futebol...

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  3. um beijinho de bom.dia, luís* li aqui e lá e tudo entendido e claro! e um óptimo fim-de-semana, meu amigo!

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  4. EH! Eh! Eu ainda conheci o filho de um velho anarquista chamado Halley... como o cometa!

    Saúde e Fraternidade!

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  5. gente ávida de conhecimento, Helena...

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  6. os anarquistas, não.

    são demasiado amantes da liberdade para se alienarem por coisas pequeninas como o futebol, Filoxera...

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  7. então sabes do que falo, Miguel.

    gente diferente mesmo, para melhor.

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