Hoje fui mais cedo para o café.
Fui o primeiro a chegar e quando estou sozinho, pego invariavelmente num guardanapo de papel (quase de bíblia...) e começo a escrever, inspirado no ambiente que me rodeia.
Hoje deu-me para reparar no "exagero" da clientela feminina, já com alguma idade, que além do chá e das torradas, têm sempre muitas "migalhas" à mão para alimentar as conversas.
São umas verdadeiras enciclopédias no que toca a telenovelas e respectivos mexericos das revistas rosadas, que seguem como se fossem os antigos folhetins de Corin Tellado. Sabem de frente para trás e de trás para a frente os namoricos inventados sobre toda aquela gente bonita, que continua a fazer o seu papel de actor e actriz dentro das revistas, aceitando as "vidas" e as namoradas e namorados impossíveis que lhes são impostas, mesmo que estejam a anos luz das suas preferências sexuais.
Tenho impressão que estas senhoras continuam a fingir que acreditam que estes rapazes bonitos são uns verdadeiros "parte-corações", tal como eram os enganadores António Calvário, Artur Garcia ou António Mourão, na sua juventude.
Às vezes sou apanhado a sorrir, no meio destas conversas, ligeiramente apimentadas, mas não tenho culpa que a única mesa vaga seja mesmo ao seu lado...
O óleo é de Tigran Petrosian.
Um folhetim audível, Luís. Sorri.
ResponderEliminarLuis, uma conversa mais interessante do que aquela que resultaria se abrissem os cardápios das suas doenças.. : )
ResponderEliminarsorrio em simultâneo Luís.
ResponderEliminaras conversas de café,ou no almoço do bar da esquina, quando uma mesa oportuna se nos depara à mão de semear palavras, são redações extensíssimas sobre a psicologia social de um país.
e duplamente sorrio, ao lembrar a chatice que é, ínúmeras vezes, repetir a lavagem de uma peça de roupa que guarda guardanapos escritos esquecidos no abandono de um bolso quando a sopa chega à mesa.
--
beijos Luís
gostei muito de te ler, luís, e depois do comentário da querida maré, resta-me apenas deixar um beijo de bom.dia :)
ResponderEliminare de que maneira, Helena.
ResponderEliminarsim e mais saudável, Catarina.
ResponderEliminaro que elas sorriem...
são motivos para sorrir, para escrever e para pensar neste país, Maré...
ResponderEliminarolá, Alice.
ResponderEliminarHum! Fez-me lembrar as senhoras do café onde espero a minha boleia e... sorrir!
ResponderEliminarsim, Miguel, elas param em vários cafés...
ResponderEliminarinforma-me qual é o café que eu sento_me na mesa vaga ao lado da tua
ResponderEliminarvoltei :)
olá, Ivone.
ResponderEliminar"repuxo", Almada...
aparece, pago-te o café.