quinta-feira, janeiro 27, 2011

A Qualidade e o Elitismo têm de Ter um Preço

Sempre fui contra a alimentação de "elitismos" e de gente "especial de corrida", na sociedade. Provavelmente foi por isso que sempre estudei em escolas públicas, tal como acontece hoje com os meus filhos.

Não concordo de maneira nenhuma com a campanha de "intoxicação" (mais uma para variar...), onde se tentam misturar escolas particulares que são a única alternativa para alguns alunos, com estabelecimentos de ensino altamente elitistas, que nem sequer escondem a placa, "reservado o direito de admissão".

É por isso que acho muito bem que os contribuintes portugueses deixem de pagar "mordomias" que estão apenas ao alcance de alguns alunos, quase sempre filhos de gente que tem posses para pagar, embora prefiram mamar na "teta do estado", à boa maneira empresarial. Muitos deles são trabalhadores independentes, que apenas declaram uma parte do ordenado, mas que não têm qualquer pudor em levar os filhos à escola com carros topo de gama nem em exibir as vivendas de luxo onde vivem.

Eu não tenho nada contra o ensino particular. Apenas penso que quem lá quiser inscrever os filhos, terá de pagar, tal como eu pago, quando prefiro ir a um médico particular e não ao centro de saúde.

Claro que há alguns aspectos que devem merecer uma atenção especial do Estado: os professores que vão para o desemprego devem ser absorvidos pelo ensino público, assim como todos alunos. São quem tem menos culpa de um "sistema" (mais um...) que se tem arrastado durante anos e anos e tem sido uma "mina de ouro" para meia dúzia de pessoas.
A fotografia é do grande Robert Doisneau.

6 comentários:

  1. Ai, se as escolas públicas absorvessem os alunos do ensino privado!
    Gostava de ver.
    Já agora, a partir dos meses de idade. É que este Estado quer que os portugueses façam filhos e não lhes proporciona escolas. E quer que tratemos dos nossos idosos com limitações, mas permite um sistema de trabalho que nem tempo deixa para a vida familiar...

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  2. Não consigo pronunciar-me sobre este tema, Luís. Em teoria, concordo que o Estado não tem de patrocinar o ensino privado se proporciona alternativas de qualidade equiparável. Na prática, não sei exactamente o que se passa, mas tenho as piores suspeitas. ;-)

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  3. Filoxera,

    muito foi feito nos últimos anos, mas não há milagres...

    e não se podem nem devem misturar as coisas.

    há negócios da educação que são ruinosos para o estado e enchem o bolso de meia-dúzia de pessoas. acho bem que se acabe com esta "galinha de ovos de ouro".

    claro que onde não existem alternativas, o estado deve continuar a financiar.

    estou contra é com toda esta "intoxicação".

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  4. há casos e casos, Luisa.

    espero que haja justiça e sensibilidade.

    em tempos de crise acho bem que o estado mude as regras, ainda por cima quando paga mais dinheiro aos privados que à própria escola pública.

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  5. eu concordo sinceramente, na generalidade.
    há casos e casos, é verdade, mas da realidade que me é mais próxima vem-me essa convicção. por muitas razões...
    já para não falar das notas inflacionadas, a quem tem possibilidade de pagar, dadas em escolas privadas, a que se recorre antes dois ou três anos da entrada na facudade, quando o real valor dos alunos deixa muito a desejar.
    ora, que eu entenda, esta não é uma política de equidade

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  6. o que irrita são todas as campanhas de "intoxicação" feitas, com objectivos claros: descredibilizar qualquer tipo de reforma na educação, Maré.

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