Enquanto bebíamos café, a Rita chamou-me a atenção: «é preciso teres muita lata, para escrever coisas tão básicas». Percebi que tinha "poisado" os olhos mais no título que no texto, como se o "Largo" fosse o "Correio da Manhã", que olhamos de soslaio, quando passamos pelo quiosque dos jornais.
- Lata? Não, eu tenho é um bidom.
- Às vezes pareces um velho a escrever.
- Como é que se escreve à velho?
- Utilizando coisas fora de moda, ultrapassadas.
- Olha que não...
- Olha que sim.
- Queres mesmo falar no assunto?
- Quero!
- A verdadeira questão é porque razão pensar em sexo, nos pode levar à "porcaria"...
- Há palavras que não devem ser levadas à letra. A carga da palavra pode não ter o sentido que lhe deste.
- Como é que sabes? Fui eu que a escrevi, pode ser uma simples ficção, ou pode ter sido apanhada num diálogo qualquer. Mas acho que é real. Há mulheres que chamam isso aos maridos por eles gostarem de sexo.
- Talvez não olhem para o sexo como uma coisa limpa.
- Provavelmente. Deve andar por ali dedo da educação de sacristia.
- Sim, tens razão, ainda há muita recriminação sexual. Por ser mulher é que tenho mais pena que ainda existam tantas mulheres que tenham medo de ter prazer.
- Com essa frase, silenciaste-me...
E foi assim mesmo, pagámos os cafés e batemos em retirada, ela para Norte e eu para Sul...
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