sábado, janeiro 08, 2011

As Caixas de Memórias

Tenho muitas caixas de "memórias", nem sempre organizadas, provavelmente por ter dificuldade em desfazer-me de coisas, mesmo insignificantes, que me transportam para vários lugares.

Numa conversa de café com "poetas", houve alguém que disse que quanto mais se gosta de viver, mais memórias se têm.

Não concordei. E depois de pensar melhor, continuei a não concordar.

O gostar de viver pode ser mais "presente" que "passado", pode ser aproveitar todas as portas que se abrem, andar sempre em frente, sem pensar sequer no ontem.

Teoricamente podemos pensar que quando mais se "vive" e "viaja", mais memórias existem.

Só que nem todos olhamos da mesma maneira para as coisas. Nem todos fazemos o mesmo uso das memórias.

Tenho a certeza que há quem goste e aproveite mais a vida que eu e não tenha tantas "caixas de memórias"...

O óleo é de Roberta Serenari.

16 comentários:

  1. Até concordo contigo, Luís. As pessoas podem viver no mesmo local durante anos e anos, ter poucas experiências e mesmo assim acumular muitíssimas caixas de memórias. Há outras que correm meio mundo, convivem com o outro meio e nem por isso apreciam e arrecadam os inúmeros momentos que poderiam ter apreciado, experimentado com a alma e o coração, com todo o seu ser.

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  2. Concordo contigo.
    A tendência para reter memórias não reflecte directamente o que se vive, na minha opinião.
    Beijos.

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  3. não creio que viver mais(o que é que o define?) seja porta para maior input de memórias. há quem passe pela vida e não dê por ela, por isso não creio que lhe fiquem muitas memórias.
    elas só sobrevivem pela luz ou sombra que nos ficaram dos factos vividos.


    beijos

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  4. Tem dias...em que apetece arrumar as gavetas da memória. Dias em ue apetece refazê-las. E dia em que apetece largá-las.
    às vees é importante largar algumas coisas, para brir espaço, para outras.

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  5. Não me parece muito que estejam interligados, mas talvez eu não seja a melhor pessoa para falar disso, pois não tenho quase caixas de memorias,deitei quase tudo fora e também não tenho assim tanto gosto por viver, embora faça por isso.

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  6. sim, Catarina.

    aliás, há quem ande sempre em viagem, atrás do impossível...

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  7. pois não. vive dentro de nós, Filoxera.

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  8. é verdade, Maré.

    conheci um contador de histórias lisboeta que nunca saira da capital, embora conhecesse o mundo inteiro (o Júlio Verne...).

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  9. claro, Georges Sand.

    há sempre "memórias" que não interessam...

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  10. não controlamos assim tanto as caixas de memórias, Anita.

    pensamos que foram fora e quando menos esperamos, aparecem...

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  11. concordo, há quem viva muito e nem tenha memorias e há o inverso.

    gostei do texto (como sempre)

    um beij

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  12. Grande verdade Luis, tenho que lhe dizer que tem toda a razão.Até me fez rir.

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  13. Eu tenho tantas que já lhes perdi a conta...

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