Achei curiosa a característica que a minha filha, escolheu para definir o novo professor de ginástica: «é feio». Com seis anos já tem critérios de beleza definidos, sem se preocupar com a "poesia" dos alguns adultos, que encontram beleza em toda a parte...
Fiquei a sorrir porque tinha escrito pouco tempo antes um diálogo entre dois velhos, presos a um banco especial, onde era possível ver o mundo, de trás para a frente e da frente para trás, com pessoas.
O motivo de uma das conversas no banco foi uma mulher que passou e cumprimentou um dos amigos, recebendo logo um comentário do companheiro: «que gaja tão feia!» (é, alguns velhos também dizem a palavra "gaja", ninguém é perfeito...).
Recebeu como resposta: «uma das coisas que aprendi desde muito novo, é que não se chama feia a nenhuma mulher. Nem mesmo às muito feias.»
Fora do diálogo, lembrei-me agora que também tive um professor de português "esteta" que dizia que não existiam mulheres feias. Além de péssimo professor, era mentiroso...
Claro que a definição do bonito e do feio é muito pessoal, mas não vale a pena tapar o "sol com a peneira", pois somos "desenhados" e "esculpidos" de formas muito diferentes, exteriormente e interiormente, nem sempre favorecidos pela tal beleza, que continua a ser "fundamental", especialmente para as mulheres.
Sem chegar ao exagero de dizer que os homens querem-se feios, porcos e maus, aparentemente há menos exigências do olhar feminino, até por continuar a não ser tão franco e aberto como o masculino...
O óleo é de Zeinab El-Seginy, que "dança" entre o feio e o bonito...
Não será por ser mais tolerante, por estar mais interessada no essencial e não nas aparências?....
ResponderEliminarUma vez li um artigo nas Selecções do Reader'Digest sobre o Sean Connery no qual se referia que encontrava sempre algo para elogiar em qualquer mulher e fiquei logo a simpatizar mais com ele :)
ResponderEliminarGostei do comentário da Rosa dos Ventos em cima :)
As crianças são muito engraçadas, pois normalmente são sinceras e verdadeiras, já os adultos muitas vezes são "politicamente correctos", e nem sempre dizem o que pensam, o que às vezes é o melhor a fazer.
ResponderEliminarDe certa forma concordo com a frase de que não há mulheres feias, pois hoje em dia, só se a mulher for mesmo muito feia, caso contrario há ajudas que resultam muito bem, já nos homens isso não é tão importante.
Curiosamente há pessoas feias que têm muito encanto e chegam a parecer bonitas, penso que tem a ver com a luz interior e o encanto pessoal.
Olá, boa noite!
ResponderEliminarPara os jovens também há subjectividade!
* É com muito gosto que venho desejar-lhe
BOM ANO de 2011!
Saudações poéticas
Um abraço
Sempre achei interessante a sinceridade (por vezes confrangedora para os pais) das crianças. Nessa idade nada lhes passa despercebido sobre o visual da professora ou do professor, neste caso. Um novo corte de cabelo ou uma nova cor, um casaco mais colorido, um cachecol, uma pulseira... Sem querer alongar o comentário... mas alongando, vou contar. Quando o meu filho tinha uns 4 ou 5 anos viu, um dia , a minha cunhada muito bronzeada (tinha acabado de chegar de férias) e questionou a cor da pele da tia. Expliquei. Passsados poucos dias levei-o ao pediatra em cujo consultório se encontravam algumas senhoras indianas com os seus respectivos filhos. O meu filho pergunta, alto e bom som: Estas pessoas também estão bronzeadas?
ResponderEliminara eterna subjectividade da beleza... um beijo, luís*
ResponderEliminaras crianças por vezes sao crueis...
ResponderEliminarmas todos temos a nossa beleza, que pode nao ser fisica, claro...
um texto bem conseguido...
beij
Não te zangas comigo se eu discordar daquela parte em que dizes que o nosso olhar não é tão franco, pois não? :-)))
ResponderEliminarAcho que somos igualmente sensíveis à beleza. Não é, talvez, tão determinante na "avaliação" que fazemos dos homens.
Quanto às crianças, é pena, mas ainda se divulgam as histórias e os filmes que dão os feios como maus. Ou os maus como feios...
Beijos.
eu gosto dessa verdade nas crianças. é claro que os padrões diferem com a maturidade dos "avaliadores" mas o que é facto incontestado, é que os conceitos mudaram muito nos últimos anos.
ResponderEliminarna 1º noite do ano, assisti a uma conversa entre sobrinhas adolescentes e algumas amigas que discorriam, depreciativamente, sobre a mensagem recebida, por uma delas, de um admirador... um poema curto e admiravelmente sensível. " além disto é feio" dizia uma delas. e eu que conheço o rapaz, um tanto mais velho e consideravelmente bonito, fiquei estarrecida com o exemplo padronizado e bastante tosco que me foi apresentado para comparações.
sinal dos tempos?
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um grande beijo Luís.
em parte é, Rosa.
ResponderEliminarmas eu referia-me à forma de olhar.
as mulheres fogem quase sempre do nosso olhar, nas ruas...
tens razão, Gábi, mas às vezes é preciso muita imaginação...
ResponderEliminara beleza não tem apenas um padrão, há pessoas que para os outros são feias e a quem descobrimos beleza, num só gesto ou num sorriso, Anita.
ResponderEliminarsem dúvida, Vieira Calado.
ResponderEliminarbate-nos à porta, ainda no gatinhar...
e por vezes são "perigosos", dizem o que não se deve dizer, Catarina.
ResponderEliminarsão novos e não pensam...
eterna mesmo, Alice.
ResponderEliminarjá Camões o dizia nos seus sonetos...
pois são, Piedade.
ResponderEliminara beleza é uma coisa cada vez mais vasta, á medida que o tempo passa por nós...
claro que não, Filoxera.
ResponderEliminarmas disse-o pela forma como vocês nos olham, quase sem olhar...
em relação às crianças já se mudou bastante, as coisas hoje estão muito diferentes e ainda bem.
agora até há monstros simpáticos, algo impensável no nosso tempo.
tens razão, Maré, a maturidade faz toda a diferença na avaliação.
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