«Estranhou toda a movimentação em casa, naquele final da manhã. O telefone tocou várias vezes e sempre para o filho ou a filha.
Foi então que se lembrou da manifestação da "geração à rasca", marcada para o começo da tarde.
Manteve-se em silêncio a ler o jornal. Silêncio que só foi interrompido quando a esposa o informou que iriam almoçar a horas decentes, contrariando a "regra" de fim de semana.
Há muito que criticava a quase ausência dos filhos no dia a dia do país, que nem sequer se davam ao trabalho de votar.
Dizia-lhes que nunca iriam mudar o que quer que fosse, se nem sequer usavam a sua principal arma, o voto.
Não sabia o que dizer nem o que pensar, foi por isso que resolveu ficar calado.
Embora tivesse estranhado os acontecimentos dos últimos dias, a polémica artificial criada à volta da canção dos "homens da luta", tal como o apoio do presidente da República à manifestação dos jovens, presente no seu discurso de tomada de posse, estava satisfeito com todas aquelas movimentações.
Sabia que era importante acordar, que era importante reestabelecer de novo a "democracia", que era importante sair para a rua e dizer não, mesmo que o primeiro-ministro lhes chamasse "comunistas", nas notícias da noite, como gosta de chamar a todos aqueles que se manifestam contra ele.
Salazar também tinha o velho hábito de acusar os comunistas de todos os males do mundo. Feitios...»
O óleo é de Nikias Skapinakis.
Olá gostaria que visita se meu blog que é dedicado a cultura. Espero que goste nele tenho uma coluna poética aos sábados ás 09 da manhã espero poder contar com sua visita.
ResponderEliminarSucesso em seu espaço.
Magno Oliveira
Twitter: @oliveirasmagno ou twitter/oliveirasmagno
Telefone: 55 11 61903992
E-mail oliveira_m_silva@hotmail.com
Foi um sábado diferente. Para a semana há mais!!!
ResponderEliminarBeijinho, Luís.
Seria bom que houvesse nais... Não digo manifs, apenas mais indignação!
ResponderEliminarGosto muito de leerte Luis..de enterarme de tood lo que cuentas ..historias actos cotidianos.
ResponderEliminarOntem, me llevé una gran alegria al recibir por correo "continuando assim" de Teresa Queiroz, gostaria de poder recibir o comprar en algún lugar algun libro tuyo.
beijos y feliz domingo
“geração à rasca” – não ficaria melhor classificar a “geração” com uma expressão que não fosse gíria? A mim soa-me tão esquisito! : )
ResponderEliminarFoi a primeira vez que passei por este blogue e não quero deixar de manifestar o meu apreço. Gostei em especial deste texto e da escolha da pintura com que o ilustra.
ResponderEliminarQuanto à afirmação dum povo "à rasca", faço minhas as palavras da Maria: Para semana há mais. No dia 19 vou do Porto a Lisboa afirmar a necessidade de mudança.
"país à rasca" ..... sina do Zé Povinho ..... vejamos se ,de facto ,acorda ..... de qualquer modo ,excelente post
ResponderEliminar.
um beijo
Luís, tenho muito medo de que estas descidas à rua acabem por não ter qualquer sequência. Às vezes, quando o Poder faz pouco do Povo – como é o caso -, o Povo vai perdendo a sua autoconfiança e, devagarinho, pelo meio de um ou outro vagos assomos de energia, vai desistindo…. :-S
ResponderEliminarsim, vai haver mais, Maria, para a semana e para a outra.
ResponderEliminarMomo, brevemente vou arranjar um "blogue" com os meus livros e com a forma de puderem ser adquiridos.
ResponderEliminare vai haver, Miguel, inevitavelmente.
ResponderEliminarnão temos de ser os "únicos burros de carga".
ficou assim e a malta está mesmo à rasca, Catarina...
ResponderEliminaré preciso não silenciarmos a nossa indignação, Eduricardo.
ResponderEliminarsim, é tempo de acordar, Gabriela.
ResponderEliminarpenso que não, Luisa.
ResponderEliminaracredito que vai ter um efeito contrário. é um aviso de que estamos fartos que brinquem connosco.