Já escrevi por aqui, mais que uma vez, que sempre que estou sozinho no café, tenho tendência para olhar com mais atenção para o que rodeia e acabo sempre por escrever duas ou três coisas nas folhas de guardanapo (quase papel "bíblia") da mesa.
A maior parte das vezes não aproveito o que escrevo, embora tenha uma caixa, onde guardo estes pequenos apontamentos, com papeis de várias cores e proveniências.
Foi assim que reparei no monólogo de uma das mesas ao lado. Um homem de meia idade, falava falava, enquanto a mulher com idade para ser sua filha limitava-se a escutar e a abanar a cabeça. Podia estar ali, mas também podia estar longe...
Quando chegou um dos meus companheiros de tertúlia, esqueci o casal e acabámos por falar da discrição masculina, pois um dos nossos amigos tinha ido passar uma semana a Londres, para matar saudades da filha. Nós não fazíamos ideia que a filha dele estava na Capital de Inglaterra. Foi então que o Victor me contou que a maior parte dos seus amigos não sabiam que tinha uma filha. Só o ficaram a saber por ele lhe ter dedicado o seu último livro. Eu disse-lhe que nós somos quase sempre mais discretos que as mulheres, só sabemos o que cada um de nós quer contar da sua vida privada. As nossas conversas fixam-se muito nos nossos pontos comuns, quase sempre ligados à cultura e afins.
O óleo é de Graig Nelson.
Por isso acho que também devia ter nascido homem.
ResponderEliminarE que descanso que isso me tinha trazido!
Essa agora, Luís! Nós, mulheres, também só sabemos o que as outras nos querem conter e só contamos o que queremos que as outras saibam. Diria antes que o que nos falta não é discrição, mas segredos… ;-)))))
ResponderEliminarEstou de uma forma geral de acordo com o que aqui foi dito; há, contudo, mulheres discretas e mesmo alguma que falam muito, demasiado, diria eu, se calhar só contam o que querem... querem é muito! ;)
ResponderEliminarsempre existem algumas diferenças entre nós, Carol, além das óbvias.
ResponderEliminarentão são os segredos, que não ficam fechados, Luisa...
ResponderEliminar:)))
sim, Helena, tal como existem homems que na giria dizemos que são autênticas "mulheres".
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