Os homens e mulheres da geração dos meus avós eram óptimos a contar histórias.
Tive a felicidade de ouvir muitas, durante a infância, na qual passava uma boa parte das férias na casa dos avós maternos. Recordo com satisfação muitas das contadas pelo avô, um memorável contador de histórias.
O fantástico estava quase sempre presente, embora menos aventuroso que as histórias dos nossos dias, das "Crónicas de Nárnia" ou do "Harry Potter". Muitas delas tinham séculos e eram passadas de pais para filhos ou de avós para netos, como a famosa história do "Poço dos Milagres", que embora não fosse uma "fonte da vida eterna", tinha umas águas portentosas que curavam quase todas as doenças.
As mais difíceis de acreditar eram as do cego que depois de lavar os olhos começou a ver e do coxo que massajou as pernas e começou a andar.
Perguntámos muitas vezes onde ficava o "Poço dos Milagres", mas o avô limitava-se a oferecer-nos algumas pistas, que serviam sobretudo para nos despistar...
Embora estas histórias fossem deliciosas, principalmente no Inverno, quando nos sentávamos à volta do "lume", o tempo ajudou-nos a perceber que um mundo demasiado saudável, cheio de soluções milagrosas, era capaz de ser um pouco monótono.
O óleo é de Jean Marie Poumeyrol.
monótono...mas é tão bom teres essas memórias(acho eu)
ResponderEliminarbom fim de semana!
beij
foi graças ao óleo que me lembrei desta história do meu avô, Piedade.
ResponderEliminare como ele era um excelente contador de histórias.