domingo, março 27, 2011

Amores, Medos e Desamores


Muitas vezes vende-se por aí a ideia de que só as mulheres frágeis são vitimas de violência doméstica.


Eu hoje almocei com uma mulher que foge a esta norma, pois trata-se de uma mulher bonita, forte e independente. E mesmo assim foi vitima de um cobarde que tinha pelo menos duas caras, um daqueles sujeito que ninguém "leva preso".

É por isso que fujo cada vez mais das generalizações.

Há muito que não tinha um almoço assim, daqueles que se esticam pela tarde fora, numa mesa farta composta por quatro mulheres e três homens.

Falámos de muitas coisas do nosso dia a dia (felizmente nada de política ou futebol...). Os dramas também apareceram, quase todos se queixaram das dificuldades em conciliar os filhos de outras relações, e claro, da tendência que nós temos em complicar o que é fácil. A Dulce foi criticada por continuar a ser extremamente contemporizadora para com o seu "ex", o que irrita bastante o seu novo companheiro, que gostava que existisse mais distância.

As opiniões misturaram-se na mesa, e eu ali, sem saber o que dizer, em parte por não compreender a espécie de homens que continuam a olhar para as mulheres como "mercadoria" e "propriedade".

A Dulce não explicou o inexplicável, apenas disse que não queria ser ela a afastar a filha do pai.

Nem sempre conseguimos separar as coisas. Ela vai conseguindo.

Antes de nos despedirmos-nos a Ingrid disse que eu tinha ficado com matéria mais que suficiente para caracterizar duas ou três personagens das minhas histórias. E tinha mesmo...

O óleo é de Stan Moller.

12 comentários:

  1. A violência doméstica que atinge mais as mulheres, mas também atinge os homens é uma vergonhosa cobardia...
    Beijos, Luís

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  2. Um assunto muito complexo!
    Como faço voluntariado nesta área sei que há situações inimagináveis!

    Abraço

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  3. Ui!...
    Eu teria matéria e densidade psicológica para tantas folhas...
    :-(
    Avança, Luis. Há que vincar essa ideia: quem vê na rua não vê dentro de casa.
    Beijinhos.

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  4. Luís, este «post» é muito difícil de comentar, precisamente pelo risco das generalizações. Ainda assim, estava capaz de agrupar os homens – nas suas relações com as mulheres, e só nesse campo – em dois grandes grupos: os que procuram agradar e os que procuram ser «agradados». Os primeiros respeitam-nas e temem-nas q.b.; os segundos respeitam-nas muito menos, mas, estranhamente, temem-nas muito mais. ;-D

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  5. é uma enorme falta de respeito, de amor, e sei lá mais o quê, Graça.

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  6. exactamente, Rosa, deves conhecer muitos lobos disfarçados de cordeiros...

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  7. acredito, Filoxera.

    e são tão faceis de caracterizar.

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  8. gostei dos teus "agrupamentos", mas acho que todos funcionamos assim, homens e mulheres, Luisa.

    mas estas duas divisões não têm necessariamente de implicar violência.

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  9. Parece-me que ela deverá ser uma mulher admirável e corajosa por conseguir separar as coisas para não separar a filha do pai. Espero que como pai aquele que a agrediu seja muito melhor do que foi como seu companheiro.

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  10. não é, Gábi.

    e se não mudar, acabará por perder também a filha.

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  11. sim. complicado e muito delicado. cada pessoa é um caso, Piedade...

    beijinho

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