quarta-feira, setembro 07, 2022

A Demasiada Familiaridade Dentro dos Livros (com os autores e as personagens)...


De vez enquanto leio livros em que noto que existe demasiada familiaridade entre o autor (como narrador), as personagens e o leitor.

Sinto que esta ligação não é natural, há qualquer coisa de forçado e de postiço na construção romanesca, do autor ou autora. E pior, acho que não traz nenhuma vantagem para o leitor. 

Pessoalmente, dispenso esta proximidade, gosto de algum distanciamento com a história e com o escritor. Não sinto nenhuma necessidade de o "tratar por tu", nem que ele me trate da mesma forma.

Também prescindo da excessiva informação dentro de um romance, que alguns autores usam e abusam, para tentar chegar às quinhentas páginas (Rodrigues dos Santos e Sousa Tavares, por exemplo, são useiros e vezeiros no uso desta "técnica"). 

Um romance não é um ensaio, deve deixar algum espaço para a imaginação do leitor...

(Fotografia de Luís Eme - Fonte da Pipa)


6 comentários:

  1. Boa tarde
    Dá a sensação de já conhecermos a história.

    JR

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    1. Eu não fui demasiado explicito, Joaquim.

      Falava daqueles escritores que são capazes de dizer coisas como: "O leitor sabe que os pintos quando nascem são carecas".

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  2. Nunca li Rodrigues dos Santos, nem Sousa Tavares.
    Abraço e saúde

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    1. De José Rodrigues dos Santos só li um livro, mas do Miguel Sousa Tavares, tenho lido toda a sua obra, Elvira.

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  3. Rodrigues dos Santos não faz parte das minhas leituras, de Sousa Tavares li " O Equador" e até gostei.
    Essa familiaridade com o leitor decorre da criação de um narratário ou leitor ideal que passa a fazer parte da estrutura narrativa, é um estilo, penso eu.

    Abraço

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    1. Mas muitas vezes é quase infantil, parece que o leitor precisa que lhe conte a história toda, Rosa.

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