Não me apeteceu festejar a "Língua Portuguesa", no seu Dia Internacional (ontem) porque, se excluirmos o facto da nossa língua ser falada em todos os continentes e de muitas vezes sermos agradavelmente surpreendidos com a descoberta do nome de um café ou de uma loja, com um português bonito, nos lugares mais improváveis do planeta... há coisas, como o acordo ortográfico (já com trinta confusos anos...), que nunca conseguiu unir nada, nem ninguém, em Portugal, no Brasil ou em Macau.
O que mais me espanta é que nem sequer tenha sido "corrigido", não tenham sequer tido o bom senso de eliminar as mais de duas dezenas de autênticos "atentados" à nossa palavra escrita.
E também é espantoso que passado todo este tempo continuemos a escrever como queremos. Se excluirmos os alunos e os professores das escolas, alguns jornais aderentes e uma boa parte dos serviços estatais, que não conseguiram escapar à "obrigatoriedade" do uso do novo acordo, a maior parte dos portugueses continuam a escrever da forma que lhes dá mais jeito.
Como não gosto nada das coisas que acabam por ser adoptadas, pelo "cansaço" ou pelo "esquecimento", talvez nunca adira a este acordo que com trinta anos de idade, devia ser chamado de tudo, menos de "novo"...
(Fotografia de Luís Eme - Constância)
Nesse acordo de má memória só faltou obrigarem-nos a escrever "izato", em vez de "exacto".
ResponderEliminarVamos exigir uma revisão? Todos juntos temos muita força, como diz o treinador do FCP.
Já há muito tempo que se fala de uma revisão, Tintinaite, mas entretanto o tempo vai passando e qualquer dia passa a ser normalizado...
EliminarQuando quem está no poder finge que é "cego" e "surdo", é impossível lutar com eles...
Eu continuo a escrever da forma que aprendi...há mais de 30 anos, lol
ResponderEliminar.
Um dia feliz
Cuide-se
Eu também irei continuar a escrever à moda antiga, Ricardo. :)
EliminarMas olhe que o Ryk@rdo evoluiu: lol
EliminarO que fizeram à língua portuguesa é um verdadeiro crime.
ResponderEliminarAceito que, de xis em xis anos se façam algumas modificações, adaptações mas nada como este disparate. O que mais me custa ainda é que estão envolvidos políticos, jornalistas, escritores, editores, académicos. A pressa, chamo-lhe antes leviandade, com que puseram um acordo destes em execução, é uma escandaleira que tem nomes exactos e todos eles do melhor vernáculo.
Há dias no Público, o Nuno Pacheco lembrava o Capitão Salgueiro Maia, na noite de 25 de Abril, a incentivar os seus soldados:
«Declarei que havia várias modalidades de Estados: os liberais, os sociais-democratas, os socialistas etc., mas nenhum pior do que o Estado a que chegáramos, pelo que urgia acabar com ele.»
E o Nuno Pacheco conclui: « Pois também na língua portuguesa, espalhada por vários Estados e neles enraizada, há o estado indecoroso a que chegámos. Acabemos com ele.»
Todo o historial do acordo é vergonhoso. O que me faz mais confusão, é uma "minoria" ter conseguido, de alguma forma, "oficializar" o acordo, Sammy.
EliminarTambém não percebo o motivo de não acabarem com este absurdo do acordo ortográfico. Claro que quanto mais tempo passar mais difícil se torna porque os miúdos na escola é com ele que estão a aprender a escrever…
ResponderEliminarMuita saúde, meu Amigo Luís.
Um abraço.
A grande "vitória" deles foi terem conseguido impor o acordo do sistema de ensino, com a conivência de muitos catedráticos, o que também explica a qualidade de quem manda nas escolas, Graça...
EliminarLuís, actualmente escrevo de duas formas, com e sem acordo. Com acordo porque sou obrigada, nas coisas do trabalho (na administração central tem de ser). No que é pessoal, continuo a fazê-lo sem acordo.
ResponderEliminarO que noto é ter cada vez mais dúvidas e por isso dar cada vez mais erros, quer numa forma quer noutra.
Mas isso também acontece comigo, e não escrevo nas duas grafias, Isabel.
EliminarDeve ter a ver com a idade (somos da mesma geração), com a quantidade de palavras que nos rodeiam... e com as dúvidas se se escrevem assim ou "assado". :)
Curioso como um Acordo Ortográfico está a contribuir para deixarmos de saber escrever
EliminarQuantas e quantas vezes sou assaltado de dúvidas pela palavra que vou escrever...