Um rapaz bem vestido passou por nós e depois de nos ver, parou para nos cumprimentar. Não aceitou o convite para se sentar por que disse que estava atrasado e lá foi à sua vidinha.
Já estava a alguns metros quando o reconheci. O meu companheiro de jornada sorriu ao perceber. E depois saiu-se com uma das suas saídas boas.
«É uma simpatia de rapaz, mas assim que chegou ao poder, aconteceu-lhe o mesmo que acontece a muito boa gente, quando se torna ministro, secretário de estado ou vereador, começa-lhe a crescer as orelhas.»
E continuou, sem perder o humor: «Falava com ele quando era da oposição e era uma maravilha, tinha soluções para tudo. E algumas até eram boas ideias. Em pouco mais de ano, parece que esqueceu tudo.»
Mesmo sabendo que é mais fácil falar à mesa do café que fazer parte de um governo, nacional ou local (como era o caso), parece que a maior parte das pessoas quando chegam a lugares de poder, deixam de ter memória, inteligência e vontade...
(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)
O poder corrompe Luís. O meu professor de antropologia costuma dizer que qualquer um de nós se nos for dado o poder vamos fazer tudo para que ele seja cada vez maior passando a fazer coisas que nos atormentariam a consciência noutra situação.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Felizmente, nem todos usam o poder dessa forma, Elvira. :)
EliminarMas que é um "brinquedo" perigoso, é...