Dois rapazes sentados no interior da cacilheiro, acompanhados por uma senhora, que devia ser a avó, estavam longe de imaginar que eu iria escrever utilizando-os quase como "espelhos". Tudo porque uma outra senhora, sentada à sua frente, para combater o silêncio, disse que eles eram muito sossegados...
A avó sorriu e abanou a cabeça, a dizer que não. Acrescentando de seguida, sem perder o ar alegre: «São o cão e o gato lá de casa. Eles levam é jeito para o teatro.»
Olhei-os e sorri. Eles desviaram a cara para a janela e para o rio e disseram alguma coisa um ao outro, como se aquele diálogo não tivesse nada que ver com eles.
E de repente, ali estava eu e o meu irmão. O "cão e o gato" das redondezas (passávamos o tempo a correr um atrás do outro...), mas sempre com grande compostura, quando estávamos num ambiente estranho. O que fazia com que as pessoas também dissessem que éramos muito sossegados. A mãe sorria, mas muitas vezes não respondia e fingia que sim... até por que gostava da nossa postura, de nunca a envergonharmos em público.
Pois é, nesse tempo, também devíamos "levar jeito para o teatro"...
(Fotografia de Luís Eme - Tejo)
O meu Pedro, era um diabinho em casa. Mas quando saía com os tios ou os padrinhos eles ficavam encantados com ele, que era sossegado e muito educado. Penso que as crianças são assim mesmo.
ResponderEliminarGostam de representar.
Abraço e bom Domingo
Penso que sim, Elvira.
EliminarAté por não saberem bem qual é o seu papel. :)
Bem, de representar gostamos todos... ;-)
ResponderEliminarUns mais que outros, Cristina. :)
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