Como não sou um purista, fiquei bastante feliz pela atribuição do "Prémio Camões" de 2019 a Chico Buarque.
Também olho para este prémio, para algo que não se limita a ser literário, quer ir mais longe.
E o Chico vai bem mais longe, e até era capaz de colocar o nosso Luís de Camões a "sambar" de alegria...
E o Chico vai bem mais longe, e até era capaz de colocar o nosso Luís de Camões a "sambar" de alegria...
(Fotografia de Luís Eme - Constância)
Incontornável a sua produção na nossa língua!
ResponderEliminarNa música é uma marco, na ficção só posso falar de Leite Derramado, o único que li dele, confesso o crime! Segundo a crítica muito na linha de Machado de Assis mas como gosto muito dele também gostei do livro de Chico Buarque.
Abraço
Dos romances gostei bastante de "Budapeste" (também li "Estorvo" e "Leite Derramado"), mas gosto sobretudo da sua música e da sua poesis, Rosa. :)
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ResponderEliminarAlegria, alegria.
Apetece uma viagem aos armários da memória.
Uma banda sozinha, alvoroçando a cidade, cantando coisas de amor, gente sofrida despedindo-se da dor.
Último dia de Maio de 1966.
Ele está sentado na plateia do Teatro Avenida, fila F, cadeira 16, ainda tem o canhoto do bilhete, «Vida e Morte Severina», o poema de João Cabral de Melo Neto musicado por Chico Buarque de Holanda, «Severino, retirante, muita diferença faz entre lutar com as mãos e abandoná-las para trás».
Julho de 1980, domingo.
Alto da Ajuda, Festa do Avante, ele está entre aquelas mais de 300 mil pessoas que esperaram horas e horas para ver Chico e a esmagadora maioria, nem cuidaram de, no mesmo palco, uma hora antes, terem assistido a um espantoso concerto de um espantoso Tom Paxton, «my daddy and me».
Os armazéns da memória.
Tanto mar que já passou... tanto mar...
Chico-Prémio-Camões.
Saravá!
E se há muita alegria na música do Chico. E também autenticidade, Sammy. :)
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