Enquanto descia a avenida pelo seu lado mais sombrio (e agradável...), pensava que era capaz de me fazer bem mudar de ares, de estar algum tempo afastado desta cidade onde vivo. Talvez conseguisse ter um olhar mais frio e rigoroso, sobre as pequenas e grandes coisas, que nos vão apoquentado no dia-a-dia...
Vinha de um almoço de trabalho com um amigo pintor, onde houve espaço para quase tudo, até para a "má língua". Abordámos sem medo as mudanças que nos cercam, ditadas, quase sempre, pelos ignorantes do costume. Ele até se culpou do filho ser mais inteligente que esperto, de estar "condenado" a trabalhar para todos estes medíocres que dominam a história do nosso tempo. Eu não consegui ir tão longe...
Já na Praça São João Baptista, entrei na Oficina de Cultura para ver a exposição que está por lá. A autora estava a conversar com as pessoas que a quiseram escutar. Eu limitei-me a ver as esculturas estranhas e a partir (as minhas palavras de indignação ficaram reservadas para o "Casario")...
Esta passagem "artística" podia ter sido evitada, pois só serviu para avivar o meu olhar sobre a forma como se tenta apoucar o passado recente de Almada e dos Almadenses...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Lá está! Enquanto uns são mais inteligentes do que espertos, e nessa incapacidade de conviver com o chico-espertismo, que grassa em todos os sectores das várias vertentes culturais, ou noutras, acabam por marcar passo na vida, sem sair do mesmo lugar...
ResponderEliminarMas, olhe, assim à guisa de prémio, a foto da cidade do Luís está um espanto! Quem viu Almada há cinquenta anos, como eu a vi, com os olhos deslumbrados de menina recém-chagada do Alentejo, não a identifica nada, com esta dos dias actuais.:)
Será que as mentalidades lhe acompanharam o crescimento, na mesma proporção?
Pois... até porque os "espertos" têm o condão de afastar os inteligentes, assim que estes lhe começam a fazer sombra, Janita. :)
EliminarAndei por aqui, pondo a leitura em dia.
ResponderEliminarÀs vezes de fora vêm-se as coisas com mais isenção, porque a emoção às vezes cega.
Abraço
Sem dúvida, Elvira. :)
EliminarFalta-nos "distanciação"...