Posso dizer que só conheço o Brasil da televisão, das telenovelas e de algumas reportagens. Sei que a leitura de alguns livros de autores brasileiros e a própria música têm sido uma boa ajuda, pelo menos para descobrir diferenças tão óbvias como a alegria, a leveza, a cor e até a safadeza. Talvez sejam coisas dos Trópicos. Talvez...
A única pessoa com quem tenho conversado com alguma profundidade, sobre o que nos divide e o que nos une, é o Gui. Nem mesmo nestes tempos "bolsonaros" ele consegue deixar de manter um pé em Salvador da Baía, e de dizer, com o ar mais sério do mundo, que se sente mais baiano que lisboeta.
Gosta de nos chamar de "mortos-vivos", entre outras coisas, bem piores. Não percebe por que razão ninguém faz "tiro ao boneco" aos salgados e berardos deste país. E menos ainda, por que se encontram em liberdade e têm a lata de fazer pouco da justiça e de todos nós. Adorava vê-los vestidos com fatos listrados, a arrastarem aquelas bolas de ferro presas aos pés e a partirem pedra, como se protagonizassem um filme de aventuras poético, em que os maus pagam pelos seus crimes (pois, o cinema é o seu mundo...).
Mas vai ainda mais longe, diz que só somos "heróis" quando andamos em "matilha" ou quando estamos no sofá agarrados às caixas de comentários do que quer que seja, a demonstrar que tipo de pessoa somos e o que pensamos mesmo da vidinha.
Não concordo nada com ele nesta parte. Não é por dois ou três por cento dos portugueses destilarem ódio nas redes sociais, se esconderem no meio de grupo violentos ou pincharem paredes, que se pode generalizar ou colar o "mesmo rótulo".
Argumento que este retrato pode facilmente ser transposto para outro país europeu, provavelmente até para o Brasil. Mas ele continua a encontrar sempre diferenças e a fingir que não é português...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Não concordo com o seu amigo, Luís. Sim, continuamos um país de brandos costumes, mas nem por isso a alegria, a leveza, a cor do povo brasileiro o salva de tanta corrupção e da falta de liberdade que o governo de Bolsonaro promete e já se pressente…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um abraço.
Eu também não, Graça.
EliminarO Brasil não é exemplo...