Embora comece a caminhar para a normalidade este apelo ao consumismo, com descontos incríveis no Dia do Trabalhador ("atropelo" que começou com o "rei dos merceeiros", embora depois acabassem por ir todos atrás...), continua a ser extremamente ofensivo, especialmente para todos aqueles que são forçados a trabalhar neste dia Primeiro de Maio.
Claro que isto só é possível num país onde a maior parte das pessoas continuam a viver com dificuldades (cada vez maiores, porque tudo aumenta à nossa volta, menos os ordenados...) e que acabam por ser quase "empurradas" a aproveitar todas as oportunidades que têm, para poupar uns cêntimos.
Ainda ontem estive à conversa com três amigos que viveram intensamente a Revolução de Abril, que não tiveram qualquer pejo em dizer-me que a liberdade de expressão, é quase a única coisa que resta do 25 de Abril. E se olharmos para a nossa realidade, é mesmo assim, e é muito pouco, 45 anos depois...
Além de sermos um dos países mais desiguais da Europa e da a justiça continua a ter dois pesos e duas medidas, a maior parte dos "patrões" que gostam de falar dos trabalhadores com desprezo (desses que até são capazes de dizer que há trabalhadores que nem merecem o ordenado mínimo...), continuam a viver à sombra do Estado.
O seu tão publicitado empreendedorismo, na maior parte dos casos, não passa de mais uma falácia (os grandes negócios que fazem são através do Estado).
(Fotografia de Luís Eme - Alcafozes)
Ó Luís compara um carrinho de compras do "Continente" de 24Abril1974, com um igual carrinho de 01Maio2019.
ResponderEliminarAchas mesmo que as pessoas continuam a viver com as mesmas dificuldades de então?
Mas eu não fiz essas comparações, Severino. Provavelmente não me fiz entender.
EliminarO que eu quis dizer é que 45 anos depois de Abril, continuamos a ser um dos países mais desiguais da Europa, a justiça é o que todos sabemos.
E não aceito que os "patrões" recebam salários 30 (e mais...) vezes mais elevados que os dos seus trabalhadores.
Não posso concordar com tudo o que hoje aqui escreveu.... Nem é bom lembrar como era no 24 de Abril de 74 e lá mais para trás! Nem é bom lembrar, malgré tout...
ResponderEliminarA Graça tem toda a liberdade de só concordar com o que quiser, aqui no Largo.
EliminarO Largo da Memória podia ser o Largo da Liberdade. :)
Temos muito mais que a liberdade de expressão, principalmente nós mulheres, embora concorde com o que escreve relativamente à desigualdade com outros países e aos ordenados demasiado baixos. E claro ao desrespeito com o 1º de Maio. Ontem fui para Lisboa no barco das 9,25. Mas quando saí de casa nas obras aqui em frente estava tudo a trabalhar.
ResponderEliminarAbraço
Claro que temos, Elvira.
EliminarMas há demasiadas coisas a fugirem-nos das mãos...