domingo, outubro 16, 2011

Voltar ao Passado Salazarento


O que mais me tem irritado no discurso do primeiro-ministro é a sua aproximação a Oliveira Salazar, com uma imagem "cândida" e "séria", que não passa de uma encenação, mas tem resultado, pois "adormece" uma boa parte dos portugueses, dispostos a sacrificar quase tudo pela pátria.


Por muito que queira ter alguma complacência por Passos Coelho e pelos seus ministros, não consigo. Sinto que o caminho seguido só nos leva à pobreza e à miséria, daqui a pouco tempo seremos o país onde se vive pior da Europa, tal como éramos na ditadura fascista.

Tem feito tudo ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral, onde dizia que o país tinha de crescer, tinha de ser mais competitivo, etc, para ter futuro.

Só alguém muito "burro" é que não percebe que os cortes feitos no subsídio de férias e de natal, vão ser letais para a economia do país. O turismo e a hotelaria vão ser as áreas mais atingidas com estas medidas, com aumentos brutais de desemprego e de falências. Se já se notou que este ano muitos lisboetas foram forçados a substituir o Algarve pela Costa de Caparica, em 2012, ainda será mais notório. No Natal acontecerá o mesmo, a febre do consumismo diminuirá, forçosamente, com a receita do costume; mais falências, mais desemprego.

E sobre os aumentos do IVA haverá tanto a dizer. Mas fico-me pela protecção ao vinho, que se manterá com a taxa de 13 %, ao contrário de outros bens essenciais para o nosso dia a dia. Salazar também dizia que «beber vinho é dar pão a um milhão de portugueses».

Nota: Mesmo sabendo que alguns "blogueiros" são hoje funcionários do Relvas, choca-me bastante a complacência de alguma blogosfera a este governo, tal como me chocava antes em relação a Sócrates. Passa-se o mesmo com o jornalismo, que navega cada vez mais ao sabor dos interesses económicos.

20 comentários:

  1. Acho que já todos chegámos a todas estas conclusões e já todos vimos estes cenários. Desconfio, porém, é que ainda não presumimos bem a real medida dos tempos que nos aguardam.

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  2. Não estou a favor destas mas quais deveriam ser as medidas que iriam ajudar o país?

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  3. Voltamos à questão: será que, em vez de leite com chocolate, devemos mandar para a escola, para os lanches das crianças, vinho?...
    Beijos.

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  4. Se eu percebesse alguma coisa de politica diria que seria necessário encontrar e castigar os culpados, Que todos os que auferem reformas superiores a 4000€ não poderiam ter mais do que uma reforma, que os gestores teriam um teto maximo e não poderiam ser ao mesmo tempo gestores de várias empresas, que as grandes fortunas teriam que ser tributadas, que os politicos não teriam metade das mordomias que têm, que a assembleia funcionava exactamente na mesma com muito menos deputados e acabava com a mama da reforma para eles aos 8 anos de serviço.
    E depois disso tudo, se fosse preciso e necessário o meu subsídio até que o dava com gosto.
    Mas como eu não entendo nada de politica, pago, mas não calo a revolta que me vai na alma.
    Um abraço e uma boa semana

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  5. Dizes bem, só alguém muito "burro" não vê que não vai dar este tratamento para curar o "doente", vai matá-lo mesmo!
    É só olhar para a Grécia!

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  6. Luís, o nosso nível de vida era e é muito artificial. Concordo que a correcção deste "Estado" de coisas falido, vai causar muitos transtornos aos portugueses. Nunca se parou para pensar. Os portugueses andaram à redea solta e acreditaram que o paraíso estava na caixa do correio ou na porta de qualquer banco.
    Sempre disse a familiares e amigos próximos que "isto" algum dia ia ao fundo.
    Uma política económica e financeira era possível de outra maneira? Não sei. Não sou economista nem doutor em finanças.
    O que o Luís esperava com um país à beira da insolvência e com entrada em jogo do FMI?

    Um abraço!

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  7. Caro amigo,há muito que estou indignada com as decisões dos nossos políticos,sinto-me humilhada, vilipendiada,revoltada, indignada.
    Lamento que tenhamos de ser nós, trabalhadores, contribuintes com impostos em dia, a pagar a crise. Os sucessivos governos e autarquias não souberam gerir as contas públicas e agora vêm sobrecarregar-nos com impostos, aumento constante do desemprego, falência dos pequenos empresários, encerramento das pequenas indústrias familiares gerando a fome e a miséria como há muitas décadas não se via. Quem criou a crise deve ser responsabilizado e condenado, o enriquecimento súbito também tem de ser investigado e muito, muito mais.

    Bem-hajas!

    Beijinho

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  8. Assim é, Luis. Não há como não lhe dar razão.
    A minha opinião vai vaguenado entre "o estes gajos são uns ladrões" e o "isto custará muito mas o talvez o caminho seja este".
    A verdade é que não sei.
    Até um cão, quando castigado, deve-o ser no momento próprio para que perceba o que está a acontecer e o tal castigo tenha algum proveito.

    Parece-me, cada vez mais, que este é o momento para os castigar.

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  9. mas caminhamos para lá, Blondewith.

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  10. outras que não colocassem o nosso país a bater no fundo, Catarina.

    lembro-me de o primeiro-ministro falar em acabar com as gorduras do Estado. de certeza que não estava a falar dos ordenados dos funcionários públicos.

    gostava de o ver acabar com a acumulação de reformas milionárias , com as mordomias dos ministérios e assembleia da república, com os tais institutos que só servem para dar emprego a "boys", etc.

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  11. eles devem querer, Filoxera, voltar ao tempo das "sopas de cavalo cansado"...

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  12. concordo contigo, Elvira.

    o dinheiro que se poupava. mas nessas mordomias não se mexe.

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  13. é por isso que não percebo nada desta gente, Rosa.

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  14. Carlos, sei tudo isso, mas podiam ser tomadas outras medidas sem destruir a economia, sem criar mais falências e desemprego.

    as tais gorduras é que não são para mexer, nem nas reformas milionárias de todos esses papagaios que falam na televisão.

    há tanto instituto público que não serve para nada, os tais que ele disse que ia extinguir, mas mesmo nomeou "boys" para a sua direcção...

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  15. é isso mesmo, Isamar.

    somos sempre os mesmos a pagar a crise, porque não podemos fugir de maneira nenhuma, não trabalhamos por conta própria, para ludibriar o fisco.

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  16. eu também não sei qual é o melhor caminho, André.

    mas gostava que eles dessem o exemplo, que reduzissem as despesas nos ministérios, que acabassem com tudo o que é inútil.

    agora fazer o mais fácil, cortar nos ordenados e subsídios dos funcionários públicos, que só irá gerar mais desemprego e falências, porque começa a ser quase impossível ir de férias ou comprar mais que o essencial.

    não me parece que asfixiar a economia seja a solução, tem de haver algum consumo, para além do produtos básicos que necessitamos para sobreviver.

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  17. Luis, por outro lado, e desconfiando que devo ser bi-polar estive a informar-me e, acredite, com muuuuita pena digo que sem Economia não há Estado Social que aguente. Ponto. As despesas com o Estado Social aumentam exponencialmente ao mesmo ritmo que as Economias decrescem de vigor. Não há dinheiro para continuar este estado de coisas. 88% dos impostos recebidos são para pagar o Estado Social.

    Não há gorduras que consertem este problema. Temos duas hipóteses, ou pomos a Economia a crescer ou temos de cortar nas despesas. Ora se não dependemos só de nós para colocar a Economia a crescer o caminho só pode ser cortar onde se gasta. Estado Social.
    Temos pena mas não há alternativa.

    A Europa esta desindustrializar-se. Não irá começar a produzir desmesuradamente e a crescer como já cresceu. Sendo o Estado Social um produto da Revolução Industrial e da geração de riqueza, parece mais ou menos óbvio que se não se gerar riqueza, não se pode manter um Estado que tudo pague.
    Os portugueses sentem-se enganados, e com razão.
    Durante uma crise não seria a melhor altura para cortar no Estado ma sem cortar na Despesa Pública não sobreviveremos.

    Desde 2000 que este destino era perfeitamente identificável. Ninguém fez a ponta de um corno. Todos foram uma cambada de românticos que não quiseram enfrentar a realidade. O resultado está à vista.
    Vão-nos tirar ao prato na altura em que menos temos para comer, mas a culpa não é da mão que nos tira. É daqueles que, quando podiam e deveriam, nada fizeram. Perdemos 10 anos e agora atravessaremos o deserto, queiramos ou não, custe-nos ou não, não há mais nenhum caminho, podem vir comunistas, bloquistas, marxistas, trotskistas, maoistas, pode vir o Papa que a verdade não muda.
    É injusto? Sim.
    Há alternativa? Lamento, mas não.
    Vai doer? Oh se vai!
    E resolverá o problema? Não se sabe.
    Há que falar verdade aos Portugueses.

    Enquanto foi tempo não se fizeram manifestações e indignações. Andámos todos mansos? Agora é tempo de comer o feno porque não há dinheiro para ração.

    Está a ver? É esta a duplicidade que me habita.

    Grande abraço e perdoe-me a opinião.

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  18. André, mas cortar nas reformas milionárias, nos ministérios, na assembleia da república, nos institutos públicos, isso também faz parte da despesa pública.

    em relação ao resto concordo com o André, nunca ninguém se preocupou em fazer as reformas necessárias, foi mais nitido a partir de Guterres, quando começaram a diminuir os milhões da Europa.

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  19. Luis, não nego razão a toda a moral subjacente às suas palavras.
    Mas em números, isso não chega. Note, devia ir-se TAMBÉM por aí. Mas SÓ por aí não seria suficiente.
    Penso eu, que pouco sei.

    Obrigado por esta troca de opiniões "sem stress".

    Cumprimentos.

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  20. estamos cá é para isso, André.

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