Não me lembrava do teu nome, apenas do teu rosto, do teu olhar feliz, capaz de acalmar a minha rebeldia de adolescente tardio.
Embora já nos conhecêssemos, só começámos a reparar mais um no outro nas viagens nocturnas de comboio, que fazíamos entre as Caldas e Lisboa, nesses anos oitenta do século passado. Na Primavera assumimos o nosso namoro que durou até ao Outono.
Passei um Verão diferente, mais calmo e mais apaixonado, com um pé quase de fora da trupe "Os Ibéricos", que animava a lagoa e o mar da Foz do Arelho, com as sessões infindáveis de mergulhos, para todos os gostos.
Nunca passeei tanto pelos recantos da Lagoa de Óbidos como nessa época, de bicicleta com a tua companhia. Descobri lugares únicos onde não voltei.
Não me lembrava do teu nome mas lembrava-me do teu corte de cabelo à rapaz e do teu corpo esguio, que fui desbravando com a inocência de quem ainda andava a apalpar o amor.
Nunca percebi porque razão não chegámos ao Inverno.
O óleo é de LIz Ridgway.
Quantos amores de verão não chegam sequer ao outono...
ResponderEliminarLindo!
Beijinho, Luís.
Nem sempre se sabe porque sentimentos nao duram. Os amores de verao tem a tendencia a ser isso mesmo: amores de verao.
ResponderEliminarHá aquele texto que acho muito pertinente, sobre o tempo que cada pessoa esta destinada a permanecer na nossa vida. A pessoas de sempre, de anos, de alguns meses, de umas poucas semanas, de alguns dias ou de apenas algumas horas e, se calhar, são as últimas que permanecem para sempre nas nossas memórias. Como dizem os espanhóis: Lo bueno breve, es dos veces bueno.
ResponderEliminarDoce texto, Luis.
As férias acabaram e deixaram lembranças inesquecíveis.
Beijo
Ai... leia-se "Há pessoas..."
ResponderEliminarporque é que os invernos chegavam... nesse tempo havia de ser sempre verão!
ResponderEliminaragora também já só apetece que seja sempre verão!
deve ser a idade a "crescer"...
beijinhos
Amores de adolescente tão intensos que ardem no fogo da sua própria intensidade, mas dos quais muitas vezes fica um pedacinho de cinza no fundo de uma qualquer gaveta da memória.
ResponderEliminarUm abraço
O "spleen" que fica vincado no palimpsesto que é a nossa vida.
ResponderEliminarGostei do conto.
ResponderEliminar"... que fui desbravando com a inocência de quem ainda andava a apalpar o amor."- o amor é para se ir desbravando, apalpando, reinventando...
Beijos.
Haverá sempre coisas que nunca vamos perceber.
ResponderEliminarBeijinhos, Luís:)
PS: e como nos comovem :)
ResponderEliminarAi os amores de Verão! Ai que bom estar apaixonado no Verão! Depois (re)começa o trabalho ou a escola e tudo volta ao cinzento da vida de todos os dias com as pessoa de todos os dias. E, por vezes, muitas vezes, quebra-se a magia...
ResponderEliminarBeijinhos salgados...
delícia de texto.
ResponderEliminarnunca percebi porque razão nao chegamos ao inverno, tanta coisa que fica por entender.
gostei muito.
um beij
quase todos, Maria...
ResponderEliminarpois não, Catarina.
ResponderEliminarparece que os amores de Verão não aguentam o frio.
não partilho da opinião dos espanhóis, Lóri.
ResponderEliminarnós é que não aceitamos que as coisas durem tão pouco, por isso é que lutamos com a "memória". :)
o Verão é melhor também para o amor, Gaivota. :)
ResponderEliminaré isso, Elvira, tudo é intenso na juventude. :)
ResponderEliminare que vinco, Helena. :)
ResponderEliminaré um conto quase verdadeiro, Filoxera (aqui só para nós, ela não tinha cabelo à rapaz...) :)
ResponderEliminarSim, Virginia. é isso que dá graça e alimenta a vida.
ResponderEliminarsim, Carol, nesses tempos quase tudo é mágico. :)
ResponderEliminaré, Piedade.
ResponderEliminarescapa ao nosso entendimento mesmo. :)
Porque era um amor de verão?
ResponderEliminarporque só durou no tempo quente, Olinda.
ResponderEliminarAhhh lindo...un amor de verano, que no llega a otoño pero se recuerda incluso pasdo el invierno..feliz lo que resta de verano
ResponderEliminarolá Momo.
ResponderEliminarespero que o teu Verão esteja a ser óptimo.