sábado, agosto 20, 2022

Uma Boa Memória Quase ao Contrário...


Ao ver este cartaz não resisti a fixá-lo e guardá-lo dentro da máquina.

Fiquei a sorrir pela memória que me apareceu quase do nada. 

Uma amiga dos meus primeiros anos da idade adulta, não queria ser "Mulher de um Espião". Algo compreensível, numa altura em que temos sonhos em quase todas as mãos, e queremos tudo menos "lugares secundários" nas histórias que perseguimos. Era por isso que ela queria, sim, ser "Espia".

Esta sua predilecção estava ligada ao seu gosto pelos livros e filmes pretos, que herdara do pai (ofereceu-me pistas de excelentes policiais, que li mais tarde...) e também à forma como romanceava a Lisboa da Segunda Guerra Mundial. Esquecia-se sempre da PIDE e de Salazar. Quando a lembrava, dizia que se fosse espia, nesse tempo, não seria portuguesa... Ou seja, escapava ao controle policial português. Eu sorria e dizia-lhe que ela lia demasiados livros. O que era verdade. Também via muitos filmes. mas eu só lhe falava da "colecção vampiro".

O que será desta miúda, que não vejo há mais de duas décadas?

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


2 comentários:

  1. Também li muitos livros de espionagem, só que nunca quis ser espia. Nem em sonhos, pois faltava-me a coragem para enfrentar situações de perigo. : )
    Por vezes, perante certas situações ou comentários, que me fazem recordar alguém que conheci e com quem convivi (em Portugal), também me pergunto que “será feito” de fulano(a), beltrano(a) ou sicrano(a).

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    1. A partir de certa altura, encontramos memórias em quase todas as ruas, com coisas completamente banais, Catarina.

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