O segundo livro que levei para ler nas minhas férias curtas foi "O Homem no Arame", uma selecção das crónicas da autoria de Maria Judite de Carvalho, publicadas no "Diário de Lisboa" entre 1970 e 1975.
Uma boa parte dos textos de Maria Judite contraria a história das crónicas, que estão quase sempre presas ao tempo, ou seja, são intemporais, permanecem vivos com o passar dos anos.
Um bom exemplo é a crónica/ conto, "O Cabelo na Sopa", do qual transcrevo um parágrafo, com a devida vénia:
«Que não há outra coisa a fazer? Talvez não haja. Em todo o caso, sempre é bom ir prevenindo as gentes - irmo-nos prevenindo a nós próprios - do lento suicidio colectivo em que estamos todos activa ou passivamente a colaborar.»
É difícil encontrar um texto tão actual, dentro de uma crónica, escrita há perto de cinquenta anos...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Estamos todos na corda bamba.
ResponderEliminarAbraço
Pois estamos, Rosa. E evitamos pensar no assunto.
Eliminar-os grandes escritores são intemporais-!
ResponderEliminarPois são, Severino.
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