Normalmente não tenho grande simpatia pelos nossos "génios meio chanfrados" (como são os casos de Luiz Pacheco ou de João César Monteiro, por exemplo), mas o Xana era bastante diferente deste "dueto chupista", embora também tivesse uma vida bastante irregular, não costumava "cuspir na sopa" nem deixar os amigos "descalços".
Mas vamos lá ao livro e ao poeta O'Neill...
A Maria Antónia escreveu esta biografia por aproximações, servindo-se com mestria dos testemunhos de pessoas que o conheceram bastante bem e também de alguns textos autobiográficos (embora a memória do poeta não fosse muito fiável...). A sua primeira esposa, Noémia Delgado, tem um papel importante nesta obra. Percebe-se que ele foi o amor da sua vida, mas não guardou qualquer ressentimento com a separação, nem nunca deixou de o achar um dos nossos grandes poetas.
Gostei de saber que ele além da paixão pela poesia da vida, também gostava bastante das pessoas, de preferência gente humilde, com quem gostava de conversar e acamaradar, de igual para igual. E eram muitas vezes as fontes de inspiração para os poemas e também para a publicidade, que foi o seu melhor "ganha-pão"....
Embora estivesse longe de ser um homem bonito, viveu muitos amores pela vida fora. Era um excelente conversador, levava as mulheres à certa, com o seu humor, a sua poesia e a sua simpatia natural (e também da outra, sedutora...).
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa - a última casa onde viveu, na Rua da Escola Politécnica)
Passei por essa casa anos a fio, quando trabalhava num atelier na Rua da Alegria. Tempos de juventude...
ResponderEliminarUmaMaria
Só a conheci por dentro, depois de ler esta biografia, Maria. :)
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