quarta-feira, abril 20, 2022

Uma Guerra que Serve para Tudo (por cá alimenta a "feira de vaidades" e o "enriquecimento curricular")...


Sei que este título ficou ligeiramente comprido, mas teve se ser mesmo assim... Até porque a Guerra na Ucrânia tem alimentado uma série de coisas curiosas, no jornalismo televisivo do nosso burgo.

Não me lembro de ter visto tantos "especialistas" sobre o que quer que seja, a desfilarem pelos vários canais noticiosos, quase minuto a minuto. São centenas de pessoas, homens e mulheres, com mais e menos idade. Não fazia ideia que existiam tantas mulheres com conhecimentos bélicos (sei que o mundo mudou, mas...). E também pensava que já não havia tantos generais nas nossas forças armadas (parecem ser mais que os soldados, actualmente existentes nos quarteis...). Mas nota-se que estão bem sintonizados com o mundo actual, são capazes de dizer uma coisa hoje e amanhã o contrário...

Outro aspecto que não me tem passado ao lado, é o desfile diário de "repórteres-de-guerra", em todos os canais com notícias. Quase todos os jornalistas e apresentadores de telejornais, se devem ter voluntariado para viajarem para a Ucrânia ou Polónia, pois querem muito "colar" ao seu currículo a passagem por este "cenário de guerra". Não os somei todos, mas no conjunto, entre RTP, SIC, TVI e CMTV, os enviados especiais já se devem aproximar da centena (ou até ultrapassar)...

Infelizmente, as guerras servem para tudo...

(Fotografia de Luís Eme - Trafaria)


10 comentários:

  1. Totalmente de acordo, Luís!
    As guerras servem, principalmente, para quem vende armas...devem estar ricos!
    E, em vez de se tentar fazer a paz, só ouço pessoas a incitar à guerra....

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    1. Sim, Maria, as guerras sempre foram boas para o negócio. Mas até os das mercearias, há coisas que quase duplicaram (até o pão...).

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  2. Boa noite
    Cada um mais sabedor que o outro.
    Um dejavue dos nossos canais mediáticos.

    JR

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    1. É uma coisa impressionante, Joaquim.

      Não imaginava que a guerra despertasse tanto interesse e que havia tantos especialistas.

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  3. Já cansa!
    Estou como a Teresa Baptista!

    Abraço

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    1. Nem mais, Rosa! Que cansaço!

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    2. Só há mesmo uma solução (aliás duas), desligar ou mudar para os filmes e séries, ou até programas de culinária, Rosa.

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    3. Claro que é o que eu faço, menos de culinária, já aprendi tudo. 😆

      Abraço

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  4. A invasão da Ucrânia pela hedionda e pituniana hiena é assunto que tem de ser tratado com pinças, e pinças devidamente desinfectadas.
    Nesse livro inacabado «Alabardas, Alabardas, Espingardas, espingardas» José Saramago tem uma frase que leva a profunda reflexão: «Todos os países, quaisquer que sejam, capitalistas, comunistas ou fascistas, fabricam, vendem e compram armas, e não é raro que as usem contra os seus próprios naturais».
    Estará aqui uma das coisas curiosas, de que fala o Luís, mas não falam os diversos papagaios televisivos.
    Cinquenta e poucos dias da invasão da Ucrânia, é muito pouco tempo para se dizer o que quer que seja e em que não se corra o risco de ser sermos acusados de apoiantes da tal hiena.
    A poeira terá que assentar e levará um bom largo tempo para que isso aconteça.

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    1. O problema é que há muito mais demónios que anjos, nas guerras, e sempre em ambos os lados, Sammy...

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