domingo, abril 03, 2022

Até Apetece Perguntar: A Mediocridade Veio da América?


Nunca achei que os Estados Unidos da América fossem uma boa influência para a Europa, porque sempre pensei que eles tinham muito mais a aprender connosco, que nós com eles, mas...

Embora seja indesmentível o peso da cultura norte-americana, especialmente a que nos chega dentro dos filmes, não penso que seja uma coisa boa e formativa.

Não vou cair na patetice de dizer que nós, portugueses, somos mais medíocres, cínicos e hipócritas por causa dos americanos. Apenas penso que perdemos alguma da autenticidade (e até ingenuidade...) que nos caracterizava, porque fomos percebendo que "o mundo é dos espertos".

Mas não vou deixar de transcrever o que o realizador Samuel Fuller disse, há 30 anos, ao "Público", sobre os norte-americanos:

«A origem da verdadeira censura reside na mentalidade medíocre. Embora não exista na América nenhuma lei que censure isto ou aquilo, existe essa mediocridade, que é muito mais forte do que Deus ou Washington...»

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


18 comentários:

  1. Eu considero-os infantis, julgam-se o centro do mundo.

    Abraço

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  2. A RV diz que os americanos se sentem o centro do mundo. Eles são o centro do mundo!! Com todos os seus defeitos e todas as suas virtudes.
    Para já é um povo muito patriótico e não apenas em palavras. Acreditam que o trabalho recompensa. Quanto mais trabalharem, maior sucesso terão. Nem todas as sociedades europeias pensarão assim. São positivos e otimistas. São religiosos e, de certa forma, conservadores. Têm um grande poder militar e mesmo econcómico apesar do que se tem passado ultimamente. Quando se pergunta qual é o país que mais influência tem a nível mundial... ninguém terá dúvidas em responder ... EUA.
    Apesar de o Canadá ser considerado um dos melhores países para se viver, muitos foram e vão para os Estados Unidos onde encontram maiores oportunidades de emprego com melhores salários. E os salário neste país não são de “desprezar” : ) ... Médicos, cientistas, atores e atrizes, cineastas.... Quanto a reputação... os canadianos estão no topo da lista. : )

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    1. Há uma enorme camada da população com fracos conhecimentos do mundo que a rodeia por isso os declarei infantis.

      Abraço

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    2. Compreendi ao que te referias. Em todos os países há camadas da população com fracos conhecimentos.
      Os comentários que sempre li ou ouvi sobre os americanos são, invariavelmente, negativos. O que é certo é que, tendo a oportunidade, esses “negacionistas” emigrariam para os EU. Raramente se ouve falar de um americano desejar emigrar para outro país.
      Como disse, reconheço os seus defeitos e as suas virtudes. Reconheço igualmente que a reputação da nação sofreu bastante quando Trump foi eleito. Mas continuam a ter as melhores universidades, uma grande riqueza musical, e têm Silicon Valley!!!! Onde foram criadas tantas plataformas, nomeadamente, Google, Apple, Facebook, Tesla, Visa... e tantas outras. : )))

      Sou suspeita também nas minhas opiniões. Afinal moro a hora e meia de uma das fronteiras e adoro fazer compras no outro lado da fronteira.

      Obrigada, Luis, por nos permitires esta troca de opiniões. : )

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  3. Para além dos filmes, que o Luís aponta, ele acrescentaria a literatura e a música. Quanto ao resto concorda e apenas pelos tempos conturbados e confusos que vivemos, não acrescenta algo mais.
    Ah! e a fotografia é um achado, como sempre!

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  4. Agora penso que a mediocridade anda por todo o lado. Os americanos são só um exemplo.
    Uma boa semana com muita saúde, meu Amigo Luís.
    Um abraço.

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  5. Tal como a Rosa dos Ventos salienta julgam-se o centro do mundo e a maioria, se tivesse de endereçar uma carta para Portugal, escreveria, para além do nome do destinatário, Lisboa-Portugal - Espanha...

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  6. Os americanos dos estados mais pobres são campónios e mesquinhos. Há um excelente filme sobre isso - Três cartazes à beira da estrada".
    Os dos estados mais ricos são arrogantes e pedantes.
    Não gosto nada de americanos, em geral. É claro que há exceções, até porque o país é enorme!

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    1. Revi esse filme há dias!
      Um triste retrato dos Status.

      Abraço

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  7. É essa América profunda, que aparece nesse belíssimo filme «Três Cartazes à Beira da Estrada» e que o cinema tantas vezes nos traz, uma miséria e uma ignorância abissais, e uma classe média baixa, triste no seu viver, mergulhada no álcool e na televisão, nos churrascos pelos domingos nos jardim da casa, alguns dias de campismo, pescar à beira de um lago, o carro, o cão, os mais diversos electrodomésticos que os deixam quase dinheiro.
    Sim há Nova Iorque, mas isso não é a América. é um caso de estudo.
    Lionel White, um escritor de policiais, de segunda ou terceira ordem, deixou escrito num dos seus livros:
    «Há ocasiões em que odeio Nova Iorque e os milhões de pessoas apressadas, nervosas e egoístas que a povoam. Uma pessoa inocente pode ser brutalmente assassinada perante meia centena de testemunhas sem que ninguém levante a mão para a defender ou para, sequer, dar o alarme.Pergunto-me se terá sido isto que sucedeu a Karl Swendson.Uma coisa é certa: passaram a poucos palmos da valeta onde jazia o seu corpo esfacelado pelo menos vinte pessoas, e nenhuma delas se dignou ver se estava ligeira ou gravemente ferido, se estava vivo ou morto. Nem uma se deu ao trabalho de telefonar a Polícia.»

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  8. Gostei bastante da vossa interacção.

    Eu penso que os Estados Unidos da América são muitos países num só, com grandes diferenças culturais, de Sul para Norte.

    Também penso que fomentam uma certa "ignorância atrevida" (o Trump não apareceu do nada...), e gostam muito de se ver ao espelho.

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  9. Os Estados Unidos é um país onde vivem pessoas vindas de todos os cantos do mundo. É um país enorme. É ligeiramente mais pequeno que o Canadá, mas tem quase 330 milhões de habitantes. O Canadá tem apenas uns 38 milhões. Há bom e mau. É impossível não haver. Há Ignorantes, narcisistas, mal informados, racistas .... há-os em qualquer país.

    Sabias que foram os americanos que inventaram o fio dental? : )) Já alguma vez pensaste em viver sem fio dental? Foram eles que inventaram os aparelhos auditivos, os semáforos – se não fossem eles ainda veriamos os polícias sinaleiros! ; ))))), os desfibriladores, a internet e o email!! E até parece que foram eles que inventaram também as bolachas de chocolate – chocolate chip cookies!! 😊

    E quem não leu ou ouviu falar destes grandes escritores e pintores americanos: Phillip Roth, Maya Angelou, Fitzgeral, Steineck, Toni Morrison, Salinger, Dr. Seuss, Allan Poe, Warhol, Whistler, Pollock... e a lista nunca mais acaba!!!

    Portanto, quando oiço ou leio que tudo ou quase tudo é mau nos Estados Unidos... fico a pensar se algumas das opiniões não são formadas a partir de outras opiniões... No entanto, todos têm direito a formar a sua opinião e a manifestá-la.

    Eu parto de uma premissa positiva... pelo menos tento.

    Boa noite a todos!! Gostei da conversa. : ))

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    1. Catarina, toda a opinião é baseada em factos e interpretações que fzemos daquilo que lemos, ouvimos ou vemos. Depois há aqueles que pensam por si e aqueles que vão com a corrente.
      Eu penso sempre pela minha cabeça, obviamente depois de analisar factos e opiniões. Por isso, e apesar de admirar muitos escritores e pensadores americanos ( alguns bem críticos do sistema em que vivem ), não admiro a nação americana, as a whole.

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  10. E nós inventámos a Via Verde...

    Deixem-me acrescentar a grande escritora Carson McCullers e não deixem de ler "O coração é um caçador solitário" e, já agora, doutra grande escritora Joyce Carol Oates "A filha do Coveiro" - belos retratos da vida americana.

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    1. " Black Water" da Joyce onde se mostra a cobardia dos políticos americanos provenientes de famílias ricas da East coast...
      Há muita podridão na América. Prefiro a velha Europa com a sua velha e longa História. A vida é feita de escolhas e eu escolho o meu continente.😊

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  11. Não tenho vocação para juiz. Prefiro o mote "pour en finir avec le jugement de Dieu". Há duas nações universalistas: a França e os EUA. As duas grandes revoluções que definem quem somos. Se estas duas sociedades soçobram, entraremos com elas por essa noite dentro. Não seremos os primeiros. Mas preferia evitá-lo. O ar que oxigena a nossa visão do mundo vem em grande medida das grandes universidades norte-americanas: a ecologia, as ciências da terra e do espaçø, .... é ainda daí que pode vir o grande élan para continuar e recomeçar tudo de novo. Se não, de onde virá? Os franceses também, mas são pequenos e estão isolados numa Europa feita de retalhos e sonâmbula (veja-se o buraco onde os alemāes, na sua soberba, se deixaram enfiar). Os americanos também estão doentes, e nós com eles. Imaginem Le Pen em França, Trump nos EUA, e Putin na Rússia. Bonito. Que a crise que vivemos permita que tomemos consciência da nossa doença, drogados que somos da energia barata, poluidores compulsivos, ... mas sabemos disso há 50 anos! Quem nos ensinou? Uns fulanos do MIT que escreveram um livro que vendeu milhões de exeemplares "The limits to growth" mas que não soubémos (e teremos aprendido entretanto?) compreender.

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    1. Pois, esse é o problema maior, Miguel. Aprendemos sempre pouco...

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