quinta-feira, abril 21, 2022

Não Mudámos Assim Tanto (a instrução, o banho diário ou a forma de vestir são meras ilusões...)


Os meus filhos acham piada a que eu goste de ver westerns. Por estarem habituados a olhar no cinema outro tipo de violência, mais mecânica e menos humana, não conseguem "ver o que eu vejo" nestes filmes. Devem achar tudo aquilo retrogrado e ultrapassado...

Mas, além de ser fitas bem feitas (falo dos clássicos, claro, da linha de John Ford...), falam da natureza humana sem rodriguinhos. Retratam a sua ambição desmedida (a "corrida ao ouro" e às terras férteis diz quase tudo...), assim como a facilidade com que se mata o semelhante, muitas vezes apenas por sobranceria ou por ciúme (e não precisam de usar a psicologia ou a sociologia para explicar o que quer que seja).

Explicam de uma forma crua, que não mudámos assim tanto, apesar de nos acharmos muito cultos e civilizados...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


14 comentários:

  1. Boa tarde
    A violência nos filmes nunca foi nem é benéfica de forma alguma, no entanto prefiro a dos westerns a outra qualquer. Acho que é mais realista.

    JR

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O problema é que a violência habita dentro de nós, Joaquim.

      Onde se nota mais é nas estradas...

      Eliminar
    2. Bom dia
      Nas estradas, há é muito estupidez.

      JR

      Eliminar
  2. Acho o título do teu post uma delícia 😊
    Dantes, as pessoas só tomavam banho ao domingo...
    Quanto aos westerns vi muitos no cinema quando era miúda. Ia com o meu pai ao cinema do bairro. Agora já ninguém sabe o que isso é- o cinema do bairro! Já nem há cinemas...há salas em Centros comerciais!
    A minha mãe preferia dramas e era eu quem acompanhava o meu pai porque ele não gostava de ir sozinho - era daquelas pessoas que passava o filme inteiro a fazer comentários. 🤣
    Ambos os meus pais já morreram e eu adoro ir ao cinema sozinha porque detesto ter de comentar o filme, durante ou a seguir!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Do que mais sinto falta no cinema, é do silêncio na sala...

      Não gostas de falar do que viste no écran, Maria, depois?

      Eu gosto de trocar impressões, depois, até porque nem sempre olhamos para as mesmas coisas.

      Eliminar
    2. Maria, se está em Lisboa - e procurando ainda encontra, embora cada vez mais difícil, é facto, o chamado, outrora, cinema de bairro - tem o Cinema Ideal.
      [«que conserva ainda todo o charme de um “cinema de bairro”»]

      Eliminar
    3. Eu preciso de digerir o filme primeiro. E, só então, estou pronta a falar sobre o filme.

      Eliminar
    4. Té, vai-me desculpar mas o Ideal é para a esquerda caviar....e eu não tenho mais pachorra!

      Eliminar
  3. Por incrível que possa parecer, a impressão estética que sinto ao ver as grandes fitas do Ford ou do Hawks (The Big Sky) é parecida com a que sinto ao visitar o Louvre ou o Prado.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não vou tão longe, Miguel.

      Mas há muita sabedoria nos grandes filmes, estética e ética.

      Eliminar
    2. Eu também não consigo comparar um filme a uma pintura do Louvre ou do Prado...

      Eliminar
  4. Começo por dizer que acho o seu comentário estapafúrdio.

    O que é que isto, cinema de bairro, tem a ver com o termo pejorativo "esquerda caviar"?!

    Maria, estamos a falar de um cinema. Por sinal, o mais antigo de Lisboa, existe desde 1904.
    Não está ninguém à porta a fazer inquéritos sobre política...nem se é adepto do FCP SCP SLB... nada disso, Maria!...basta entrar, escolher o filme a que quer assistir, comprar o bilhete e dirigir-se à respectiva sala. Se quiser, mas só mesmo se quiser, pode tomar um café, neste cinema de bairro.

    Vivemos num país livre e democrático ou isto é apenas fachada e eu estou enganada?!

    P.S. -  Os últimos bons filmes a que assisti no Cinema Ideal, o tal que a Maria diz ser "esquerda caviar", foram eles; - A Pior Pessoa do Mundo, e - Memoria [no título original].
    Bons filmes, na minha opinião, claro está. Para outras pessoas, podem não valer a casca de um caracol.

    Luís, as minhas desculpas por ter metido "a minha colher" entre a sua troca de palavras com a UmaMaria.

    Boa tarde e a continuação de um bom fim-de-semana, a ambos.

    ResponderEliminar
  5. Té, eu conheço o cinema Ideal e a sua frequência, por isso mantenho o que disse.

    ResponderEliminar
  6. Uma conversa de surdos, Maria?!

    Vou rebobinar o filme, voltar ao ponto e centro do assunto que me levou a comentar.

    UmaMaria - "Agora já ninguém sabe o que isso é -o cinema do bairro! Já nem há cinemas... há salas em Centros comerciais!"

    Té - "Maria, se está em Lisboa - e procurando ainda encontra, embora cada vez mais difícil, é facto, o chamado, outrora, cinema de bairro - tem o Cinema Ideal.
    [«que conserva ainda todo o charme de um “cinema de bairro”»]"

    _______

    P.S. - Não. Não sou de Esquerda.

    ResponderEliminar