Lembrei-me desses tempos e sei que foi sobretudo a curiosidade que me fez andar "perdido" e "achado" em algumas noites lisboetas. Nunca me quis transformar numa "ave lunar". Além de fazer desporto, gostava (e gosto) muito da luz do Sol...
Também nunca acreditei que as pessoas que vivem abraçadas às luzes e aos brilhos nocturnos, sejam mais autênticas. É um espaço onde é mais fácil vestir a pele de uma personagem gira e entrar com os dois pés num mundo onde há mais liberdade para fantasiar uma vida quase feliz...
Mas o que eu gostava mesmo era de saber como viverão, hoje, as pessoas que trabalhavam pela noite dentro (claro que não estou a contar com os padeiros...). Não tenho nenhum amigo próximo, que seja "ave nocturna". Por isso posso "fantasiar"...
Talvez continuem à espera da manhã, fora da cama... Até são capazes de preparar umas luzes psicadélicas e ficar por ali, a imaginar corpos e rostos, que passam por eles quase a correr, de um tempo que parece perdido.
Todos perdemos. Mas ninguém perdeu tanto como estas pessoas que viram a sua vida ficar completamente de "pernas para o ar" (continua...), durante esta pandemia, infindável...
(Fotografia de Luís Eme - Costa de Caparica)
E são muitos os que ficaram com a vida de pernas para o ar. E são tantos os que trabalham de noite. E são tantos também os que fazem da noite um lugar de sobrevivência. Um texto reflexivo que me pôs a pensar, meu Amigo Luís.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Não faço ideia como esta gente sobrevive, Graça.
EliminarOs jovens têm os pais, mas e os outros, já pais e até avós, têm quem?
A diversão noturna está em coma induzido!
ResponderEliminarAbraço
É mesmo, Rosa. Grande definição.
EliminarEsta pandemia deixou alguns de pernas para o ar e a outros deu a oportunidade de endireitar as pernas!
ResponderEliminarE ainda há os que estão a lucrar e bem com toda esta situação!
é verdade, Micaela.
EliminarEstamos em "tempos de guerra"...