quinta-feira, abril 22, 2021

O "#Me Too" Chega ao nosso País com o Atraso do Costume...


Foi preciso uma actriz contar no "confessionário" televisivo  - onde as figuras públicas podem e devem chorar, com ou sem vontade... - que tinha sido vitima de assédio sexual por parte de alguém poderoso (cujo nome continua "escondido", à espera de melhores dias...) de uma produtora que trabalhava para um canal televisivo (que não é a SIC, pelo que suponho ser o seu concorrente mais feroz...), para começarem a surgir mais relatos sobre assédio sexual.

Mas Sofia Arruda não se ficou pelo assédio, foi ainda mais longe. Disse que, tal  como fora ameaçada pelo "assediador" (que passados estes dias continua "anónino", vá-se lá saber porquê...), esteve vários anos sem conseguir trabalhar para esse canal de televisão...

Nada disto é novidade para quem trabalha ou conhece os bastidores da televisão, embora o assédio seja tanto homossexual como heterossexual (será que algum actor masculino alguma vez irá falar disso?).

O curioso é o "#Me Too" chegar ao nosso País, com os anos de atraso do costume. Ou seja, as coisas no nosso "cantinho", não mudaram assim tanto como nos tentam fazer crer.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


4 comentários:

  1. Assunto delicadíssimo a merecer pinças para a sua abordagem.
    Isso do «Me Too» tem tendências aceleradas para desencadear uma porção de histórias muito mal contadas. Quando perguntaram a Sharon Stone o que pensava, a actriz mandou-os terem juízo, ela que tem as artes suficientes para saber do que fala.
    Há dias, investigando algo completamente diferente, surgiu-me uma afirmação do jornalista António Valdemar que narrava que Natália Correia fora, sumariamente despedida da Editora Arcádia, onde trabalhava, pela denúncia de (alegado) assédio a uma secretária da editora, durante a Feira de Frankgurt.
    Natália Correia era uma lindíssima mulher, poeta de mão cheia, nome enorme na nossa Literatura.
    Isto é mesmo um assunto delicadíssimo!...

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    1. Claro que sim, Sammy.

      Há logo quem apareça para aproveitar o foco e ser também notícia de revista, fazendo o papel de vítima, mesmo que continue sem apontar dedos ou dizer nomes...

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  2. Ui ui isto do "Me too" tem muito muito que se lhe diga.

    Às vezes (alguns) grandes jantares, em grandes hotéis, tudo do bom e do melhor resultam normalmente, passados uns anitos, em assédio sexual...

    Mas ainda haverá quem vá em (certas) cantigas...

    Então mas a Sofia Arruda não tem coragem para dizer o nome do assediador? Ou é tudo bla bla bla e mais do mesmo...

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    1. Bem, nesta coisa de dizer nomes, Severino, é preciso provar.

      A Sofia Arruda provavelmente não conseguiu que outras vítimas do "assediador" dessem a cara.

      O problema é o "tal mais do mesmo", de que falas: aparecer mais gente a falar sobre o assunto, a acusar, mas sem revelar nomes...

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