sexta-feira, abril 09, 2021

A Justiça e os "Justiceiros" do Costume...


A leitura do despacho de pronúncia da Operação Marquês pelo juiz Ivo Rosa, não deve surpreender ninguém, nem mesmo os "jornalistas-justiceiros" - que hoje e amanhã vão demonstrar a sua grande  "indignação" e "repúdio" pela decisão - e o próprio ministério público, que conseguiu construir um "mega-processo", com mais suposições que provas bem fundamentadas, conduzido ao fracasso do costume. 

Sei que José Sócrates é tudo menos uma pessoa recomendável, e que foi graças à sua "esperteza" (utilização de "dinheiro vivo" e da sua rede de amigos e familiares, para "branquear" vários crimes de corrupção...), que conseguiu sair quase "ileso" em todo este processo.

Faz-me confusão de que no meio de tantos "indignados", ninguém diga que a lei tem de ser alterada, que estes crimes de corrupção não podem continuar a prescrever, como aconteceu em mais um julgamento de "ricos", em que de 28 arguidos, apenas cinco se vão sentar no banco dos réus, e com acusações que nos deviam fazer corar de vergonha.

Acho que o mais importante continua a ser o "espectáculo". Bom, bom é conseguir prender um ex-primeiro-ministro em directo do aeroporto, dar voz a um procurador com ânsias de ser "xerife" como aqueles dos filmes norte-americanos ou fazer programas acusatórios com "jornalistas-justiceiros" de dedos em riste, também presos ao imaginário do Oeste americano...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


6 comentários:

  1. Mega processos dão nisto!

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É uma vergonha tudo isto, Rosa.

      O mais curioso foi ouvir ontem que os prazos de prescrição de alguns crimes em vez de aumentarem foram reduzidos, pelos "cérebros da justiça"...

      Está tudo feito para que quem tem dinheiro e poder, brinque com a justiça e com todos nós.

      Eliminar
  2. Mudar a lei? Quem o tentará se todos espero tirar proveito dela?
    Abraço, saúde e bom domingo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Há coisas que têm mesmo de mudar, Elvira.

      A prescrição dos crimes com a lentidão da justiça é uma mistura explosiva, que deixa "os ricos" à sorrirem com os jogos protagonizados pelos seus advogados espertalhaços.

      Eliminar
  3. Mais valia ter partido tudo às postas. Se calhar ele era arguido!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi um erro terem juntado tudo, Maria.

      Mas se calhar foi de propósito...

      Eliminar