terça-feira, abril 14, 2020

Pois é: "Mais vale cair em graça que ser engraçado"...


Vou continuar com o "gostar" de livros (e dos seus autores...), porque fiquei a pensar, depois de receber um telefonema amigo. Além de falarmos desta vida estranha e do que andamos a fazer por casa, o "Largo" também foi tema de conversa, pelo que tenho escrito, especialmente a "posta" de ontem...

Confessou-me que é incapaz de ler livros de escritores que não gosta. Disse-me que é mais forte do que ele. Nem sequer olha bem para as capas, quando mais folheá-los... Ofereceu-me uma dúzia de nomes e tudo, de cá e de lá. 

Entre duas ou três graçolas, chamei-lhe "extremista", mas fiquei a pensar no assunto.

Durante a conversa disse que não tinha nenhuma antipatia especial por nenhum escritor, nem costumava misturar a "vidinha" com a literatura. E não tenho mesmo. 

Claro que não acho muita piada à publicidade que se faz de dois ou três escritores medianos, como se eles fossem muito bons. Mas isso sempre deve ter sido assim. Não sei se é milenar, mas já deve ser bastante antiga a expressão de que "mais vale cair em graça que ser engraçado"...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

6 comentários:

  1. Concordo na íntegra com a frase: Mais vale cair em graça que ser engraçado"
    É que existem milhentos exemplos disso, no mundo em geral e em Portugal em particular
    .
    Tenha uma semana de Esperança e Paz
    Cuide-se

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    1. Em todos os sectores da sociedade, Ricardo.

      Hoje ainda é pior porque nunca houve tanto "medíocre com poder"...

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  2. Toda a vida assim foi. Engraçado que às vezes leio um livro de um autor e não gosto. E ponho de parte o autor. E passado tempo há um titulo que me desperta o desejo de ler aquele livro . E faço-o mesmo que seja um autor que eu não goste, ou que eu ache de difícil compreensão para mim. E às vezes gosto tanto desse livro que mudam a minha ideia sobre o autor e me levam a ler outras obras do mesmo A última vez que me aconteceu foi com José Saramago. Li, "O Memorial do Convento" e não gostei. E decidi que não lia mais nada dele.
    Um dia vi na biblioteca dos alunos da UTIB o "Levantado do chão" Li-o de seguida e adorei. Depois li "Os poemas possíveis" que também me apaixonou. E depois disso já li, Jangada de Pedra. A maior flor do mundo, e A Viagem do Elefante. Se alguém me dissesse após a leitura de O Memorial do Convento que eu ia gostar do José Saramago diria que essa pessoa estava a sonhar.
    Abraço e saúde

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    1. Os livros não são todos iguais, nem o nosso espírito é sempre o mesmo, Elvira.

      É por isso que os escritores são quase todos "mais que um livro"...

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  3. "MEMORIAL DO CONVENTO", na primeira vez em que lhe peguei não consegui ir além da página 50; posteriormente li-o praticamente de uma só vez. Um livro absolutamente magistral, uma história de amor, talvez a mais bela história de amor que li até hoje. Um livro sublime! Um livro eterno!

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    1. O "Memorial do Convento" é um livro difícil (e chato até em algumas partes), carece de muita atenção, para gostarmos dele, Severino.

      Mas é um grande livro, em qualquer parte do mundo.

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