A televisão nestes dias mornos, presta-se a tudo, ao melhor e ao pior que se pode fazer a nível informativo. Até aparecem por lá umas "alminhas bem intencionadas" que dizem que tudo isto pode ser positivo para a sociedade, que é nos momentos maus que as pessoas se unem, etc, etc.
Só que, infelizmente, os exemplos que nos são dados no nosso dia-a-dia, apontam quase todos no sentido contrário...
Podia começar pela "primeira corrida", às máscaras, ao álcool e aos desinfectantes... depois falar da segunda, ao papel higiénico (esta foi das que me fez mais confusão...) e aos enlatados (deve haver gente que vai andar a comer feijão, grão, salsichas e atum o ano inteiro...).
Mas o pior mesmo é o comportamento das pessoas, com o egoísmo sempre ao de cima (se pudessem faziam um "mundo" só para eles...), mas também o preconceito. Ontem aconteceu um caso numa escola lisboeta, de bradar aos céus. Um miúdo com asma, ao tossir, começou a ser gozado pelos colegas, que "tinha o corona", etc, etc, Com os nervos não conseguiu parar de tossir, ao ponto de ter sido colocado numa sala à parte, como se tivesse mesmo o vírus. Imagino que tenham ligado para a "saúde 24" e depois chamaram os pais e até a polícia.
E a partir desse momento ele passou a ser o "infectado", até para os professores e funcionários - que sabiam que ele era asmático...
E a partir desse momento ele passou a ser o "infectado", até para os professores e funcionários - que sabiam que ele era asmático...
Este episódio é verídico. Sou amigo da tia do jovem de dezasseis anos, que não quer voltar mais àquela escola...
(Fotografia de Luís Eme - Caramujo)
Boa tarde:- Embora todo o cuidado seja pouco, sabemos que as crianças são terríveis umas para as outras. Tudo o que é exagero é mau.
ResponderEliminarMas será que alguém, por não cair no exagero, não foi já o "culpado" pela morte de alguém?
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Deixando cumprimentos poéticos.
Claro que as crianças são terríveis, Ricardo.
EliminarParece que a brincadeira favorita destes tempos nas escolas era tossirem umas para cima das outras e dizerem parvoices...
Acho que sim, que devemos ter cuidados, Ricardo, mas não precisamos de ser preconceituosos, não precisamos de ser todos "adolescentes", nem de colocar rótulos (ainda por cima errados) nos outros.
Como contei em tempos, o ano passado em Setembro foi inaugurado um Lidl enorme, mesmo em frente da minha casa do outro lado da estrada onde todos os anos pelo Natal acampavam os circos. E da minha varanda eu tenho visto o pandemónio. Tomo conta da minha neta que fez anteontem 7 meses, a partir de segunda da irmã com onze anos. Ontem a minha nora antes de apanhar as filhas foi lá comprar fraldas, toalhetes e uma alface para o jantar. Disse que a maioria das prateleiras estavam vazias. E que andava tudo à procura do papel higiénico, e a senhora da caixa a dizer que há dois dias esgotava logo pelo manhã. E segundo a mesma funcionária da caixa disse que lhe disseram que era para fazer máscaras. Sinceramente fiquei muito admirada. Eu já vi há anos, penso que quando da gripe A fazer máscaras com os toalhetes de papel de cozinha. Dobrados em leque, com dois elásticos agrafados nas pontas, faz uma máscara. Mas papel higiénico?
ResponderEliminarEnfim. Hoje já lá deve estar segurança, porque toda a manhã tem estado uma fila de pessoas com carrinhos à porta, só devem deixar entrar meia dúzia de pessoas de cada vez.
Abraço e bom fim de semana
Há coisas realmente estranhas, Elvira...
EliminarOlá Luís,
ResponderEliminareste episódio com o menino foi realmente lamentável, estou a imaginar, está nos professores e auxiliares contornar uma situação destas, mas como nem todos estão a fazer o seu trabalho por vocação, o resultado é este. Não sabem desempenhar o seu papel!
Eu sei que com o clima de tensão que se vive é difícil ver algo positivo, mas é certo que também temos assistido a uma diminuição dos níveis de poluição!
Outro aspecto positivo que eu espero que aconteça, é a mudança na humanidade! Que as pessoas saibam reflectir no que realmente é importante, reflectir nas suas prioridades. Que as pessoas sejam menos egoístas, menos críticas, que haja menos julgamentos e que tenham mais compaixão!
Que haja mais qualidade de vida depois disso tudo passar, mais amor, mais alegria de viver, mais tranquilidade, mais tempo para estar em família!
Haja saúde!
Não creio que isso vá acontecer, Micaela.
EliminarA corrida aos supermercados (continuam a limpar prateleiras...) continua a ser diária... Temem que deixe de haver alimentos e enchem despensas, pouco preocupados com os outros...