segunda-feira, março 23, 2020

Há Ladrões e Ladrões (sempre foi assim)...


Uma antiga notícia de jornal, fez-me lembrar de um amigo, que durante um dos nossos almoços, me confessou que a única coisa que tinha roubado a vida toda, fora um livro, durante a adolescência. Era um livro que queria muito ler e como não tinha dinheiro para o comprar (estamos a falar do final da década de sessenta do século passado, quando os livros eram vendidos como um "objecto de luxo"...).

Arrependeu-se tanto do que fizera, que a leitura do romance de Machado de Assis (Dom Casmurro), não lhe deu o prazer que devia dar...

A nossa conversa versara sobre, o ter ou não dinheiro, para alimentar qualquer sonho, por mais pequeno que seja. Percebíamos com alguma facilidade os miúdos dos bairros pobres que traziam roupa e calçado de marca de balneários, sem dar qualquer satisfação aos donos.... Agora que tantos multimilionários, continuassem a roubarmos, sem terem qualquer necessidade, é que nos era completamente incompreensível. 

E mais estranho ainda, era sabermos que andam pelas ruas de cabeça bem levantada...

Provavelmente quando Victor Hugo escreveu "Os Miseráveis", já devia ser assim...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

8 comentários:

  1. Temos assistido a muitas injustiças, o dinheiro mal distribuído, não percebo para que querem estes multimilionários tanto dinheiro inutilizável nas suas contas! É a sensação que tenho, são só números, morrem e não utilizam todo o dinheiro que têm e tanta gente a passar necessidade!

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  2. Esses ladrões não têm vergonha. Já nasceram sem consciência.
    Espero e desejo que tudo esteja bem consigo e com os seus.
    Abraço e saúde

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    1. Está tudo bem,tudo tranquilo, Elvira.

      Abraços e saúde para o Barreiro.

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  3. Ó excelsas almas, tão preocupadas com quem tem dinheiro!
    Imagino o desconforto, a angústia, a vida sofrida.

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    1. Não se trata de dinheiros, nem de desconfortos, José, mas sim de desigualdade social. De se ver o fosso entre os muito ricos e muito pobres ser cada vez maior...

      E dos problemas sociais que isto trás (não é por acaso que no Brasil se "mata" por tudo e por nada...).

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    2. Um pouco de realismo é sempre salutar.
      Um rico, por definição, ou não tem capacidade de consumir o rendimento; ou consumindo o rendimento acumulou bens de valor significativo.
      No primeiro caso fica necessariamente cada vez mais rico, no segundo talvez.

      Há países em que os que se tornam ricos são prestigiados, e reconhecidos à sociedade por isso, aplicam vastas somas em iniciativas de utilidade pública.
      Na mesquinharia local, presumidos que são como ladrões, se o fazem, raramente se sentem tentados a dar notícia disso, pois o escrutínio suspeitoso seguramente se traduzirá em notícia pública e na particular atenção do funcionário do fisco em busca de mais um processo rendoso.

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