quarta-feira, março 25, 2020

"Isolamento versus Egoísmo"


Falei há poucos minutos com um amigo ao telefone, e entre outras preocupações, ele demonstrou ter algum receio, que tudo isto nos tornasse ainda mais egoístas. 

O seu argumento baseava-se na forma isolada como estamos a ser obrigados a viver, confinados praticamente às divisões das nossas casas, e com o mínimo de contacto humano possível.

Pode ser que não. Pode ser que no final disto tudo, tenhamos aprendido alguma lição...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

8 comentários:

  1. Na minha opinião, a enorme maioria das pessoas, só aprende as lições que lhe são favorárias. As outras, por exemplo a solidariedade, sõ acontece - como no Natal - durante um exíguo espaço de tempo. Depois... já ninguém se conhece, acabam-se os sorrisos, terminam as ajudas simpáticas à velhota que vem carregada com o saco das (poucas) compras que pode fazer

    São os contrastes do tempos

    Um dia/noite muito feliz

    ResponderEliminar
  2. Gostava de ter o teu optimismo. De qualquer modo ainda li há pouco uma entrevista ao Dr Coimbra de Matos em que ele diz o seguinte (e parece-me evidente):Há duas tendências no espírito humano: "uma tendência para conseguir respeitar o outro, ver do que o outro precisa, e uma tendência para dominar. E é esta tendência para dar ordens que bloqueia o resto."

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo com as palavras do dr. Coimbra de Matos, Maria.

      E sei que normalmente temos memória curta...

      Eliminar
  3. Sammy, o paquete26/03/20, 13:11

    Somos, muitíssimo, pouco dados a aprender lições, caro Luís.
    Topo que um doutor-ratazana-ex-bastonário-de-advogados-actual-comentador-sic, disse que o professor Marcelo deve promover uma aliança entre o PS e o PSD para enfrentar a crise pandémica, porque a esquerda vai fazer exigências irrealizáveis.
    Nos últimos anos comprei livros que, por isto ou por aquilo, comecei e fiquei à espera de outros dias para os acabar, outros nem os abri, tenho andado, agora, à procura deles. Um deles: «O Cemitério de Praga» de Umberto Eco.
    Livro difícil, mas vou terminá-lo para ir em buscas de outros.
    Citação:
    «Alguém disse que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas: quem não tem princípios morais envolve-se habitualmente numa bandeira, e os bastardos remetem-se sempre para a pureza da sua raça. A identidade nacional é o último recurso dos deserdados. Ora, o sentido da identidade funda-se no ódio, no ódio por quem não é idêntico. É necessário cultivar o ódio como paixão civil. O inimigo é o amigo dos povos. Faz falta sempre alguém a quem odiar para nos sentirmos justificados na própria miséria. O ódio é a verdadeira paixão primordial. É o amor que é uma situação anómala. Por isso, Cristo foi morto: falava contra natura. Não se ama alguém para toda a vida; dessa esperança impossível nascem o adultério, o matricídio, a traição do amigo... Por contrário, pode-se odiar alguém durante toda a vida. Desde que esteja sempre lá, para reacender o nosso ódio. O ódio aquece o coração.»

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois somos, Sammy.

      Por muito que queiramos ser optimistas, não é fácil...

      Eliminar
  4. Eu tenho a esperança que se transforme num lugar melhor para se viver, pessoas mais amáveis, mais gentis e menos arrogantes!
    Menos egoísmo e egocentrismo!

    Será que as pessoas vão mudar e ter mais consciência?

    ResponderEliminar